Capítulo 31

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{Nyx}

Não tínhamos parado para descansar desde o ataque. Durante horas, trabalhamos, assim como o resto da cidade, para curar, para emendar, para caçar respostas de qualquer forma possível. E, agora, estávamos todos reunidos de novo. 

O relógio soava quatro horas da manhã. Alya estava jogada no sofá ao lado de Kalina, ambas sujas de terra e sangue. Mas não pareciam se importar naquele momento de exaustão. Como nenhum de nós.

Sky estava jogado em uma poltrona feita para asas illyrianas, com uma expressão exausta e se curava devagar o bastante para que eu soubesse que tinha drenado o poder durante aqueles longos minutos em que defendera a cidade com um escudo, apesar de seus olhos avelã ainda brilharem com raiva pelo ataque.

Catrin e Amerah não pareciam muito melhores. As roupas estavam praticamente em frangalhos, apresentando alguns ferimentos. Ambas estavam encostadas uma à outra no sofá, Amerah apoiada em Catrin de forma cansada, enquanto Catrin aguardava como o restante de nós. Seus olhos azuis brilhavam com aquele ódio silencioso. 

Lydia estava quase dormindo no sofá diante de mim, ela se encostava em meu tio Azriel, que ficava lançando olhares preocupados para ela, mesmo que os próprios ferimentos sagrassem um pouco. No dorso das mãos cobertas de cicatrizes, seus Sifões azuis estavam apagados, mudos. Completamente vazios, o que mostrava que seus poderes também haviam sido drenados. 

Minha tia Mor estava apoiada em meu tio Cassian, que estava praticamente jogado no sofá. E minhas tias Nestha, Mor e Gwyn estavam deitadas no enorme tapete da sala. 

Connan estava deitado em um pequeno sofá, ao lado de Ren, que parecia tentar se manter alerta. Mesmo que Connan já aparentadas estar dormindo em seu ombro. 

Enquanto ajudavamos sobreviventes a cuidar dos feridos, a contar os mortos e a começar os consertos, meus pais vinham nos checar de vez em quando, enquanto reconstruiam os encantamentos com qualquer poder que tivesse restado em seu arsenal, com minha mãe sendo ajudada por Amren. 

Drystan entrou com sua Equipe. O semblante de todos não escondiam a exaustão. 

Laenia suspirou, se deitando no chão, enquanto Ganthir sentava no braço da poltrona que Alya dividia com Kalina. Temrys se jogou em um dos sofás vazios, ao lado de Enolan e suspirou cansado. 

Eu precisava dar os créditos a Drystan. O macho acabará de sair de uma batalha pesada, ajudar em algumas reformas, a contar os mortos e a cuidar dos feridos… Mas de alguma forma, seu cabelo parecia impecável. Até mesmo suas roupas pareciam mais arrumada do que a maioria dali, e eu havia visto ele rasgar uma daquelas bestas ao meio. Ele se serviu de um copo de whiskey e deu um gole generoso, antes de servir outro copo e me entregar. Suspirei agradecendo com a cabeça. 

— A cidade já está segura novamente. - Meu pai falou, adentrando na sala ao lado de Amren e minha mãe. - Terminamos de refazer os encantamentos. 

— Velaris pode estar segura - Sky falou, sem se dar o trabalho de levantar a cabeça de onde ele repousava contra o encosto da poltrona. - Mas por quanto tempo? Atchlys está com o colar. Tamlin aparentemente está do lado dela. Quanto tempo teremos até que outras cortes sejam atacadas? Ou até que Atchlys use aquele maldito colar para derrubar nossas defesas?

As costas de Drystan tensionaram e meu pai fechou os olhos, os ombros também estavam tensos. 

— E se todos formos até a ilha para destruir o portal… se a guerra começar... quem defenderá a cidade? Os objetos da morte?

Catrin perguntou baixo. A sala ficou silenciosa. Meu pai engoliu em seco, mas foi minha mãe quem disse:

— Eu fico. - Minha tia Mor abriu a boca para protestar, mas meu pai olhou lentamente para a minha mãe. Ela o encarou de volta, uma conversa silenciosa se passando por ambos, antes dela completar, ainda olhando para meu pai. - Quando precisarem agir... eu ficarei. - Ela olhou para meus tios. - Sou a única de vocês que pode guardar a cidade até que a ajuda chegue. Hoje foi uma surpresa. Mas não haverá outra. Estaremos melhor preparados. Os novos encantamentos que fizemos não cairão tão facilmente. E se uma guerra vier... me juntarei a vocês no campo de batalha.

A Court Of Flowers in the StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora