𝐝𝐞𝐳𝐞𝐧𝐨𝐯𝐞

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𝐝𝐞𝐳𝐞𝐧𝐨𝐯𝐞 - 𝐏𝐚́𝐬𝐬𝐚𝐫𝐨𝐬 𝐯𝐨𝐚𝐦 𝐞𝐦 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 𝐝𝐢𝐟𝐞𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬


𝐀𝐒𝐓𝐑𝐈𝐃 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐀 𝐐𝐔𝐄 𝐎 𝐌𝐔𝐍𝐃𝐎 𝐐𝐔𝐄𝐈𝐌𝐀𝐒𝐒𝐄 𝐄 𝐄𝐗𝐏𝐋𝐎𝐃𝐈𝐒𝐒𝐄 𝐃𝐈𝐀𝐍𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐒𝐄𝐔𝐒 𝐏𝐄́𝐒

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𝐀𝐒𝐓𝐑𝐈𝐃 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐀 𝐐𝐔𝐄 𝐎 𝐌𝐔𝐍𝐃𝐎 𝐐𝐔𝐄𝐈𝐌𝐀𝐒𝐒𝐄 𝐄 𝐄𝐗𝐏𝐋𝐎𝐃𝐈𝐒𝐒𝐄 𝐃𝐈𝐀𝐍𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐒𝐄𝐔𝐒 𝐏𝐄́𝐒.

Ela sabia que aquilo não era justo. Sim, ela sabia, mas naquele momento, naquele curto momento em que voltava para casa com os pés descalços pelas estradas de terra e pedra, ela não podia se importar menos. Mas não a julgue, todos temos nossas fases rebeldes - era o que Sue dizia a ela -, bom, Astrid tinha um péssimo recado para passar para Sue caso ela tombasse em seu caminho naquele dia. Era um tanto ridículo a facilidade que sua tristeza se transformou em ódio.

Se lhe perguntassem qual o motivo do ódio, bom... Astrid perderia bastante tempo tentando pensar na fonte dele. Seria o repentino aparecimento de seu pai e a forma que apenas um pequeno pedaço de papel a abalou por inteira, ou seria as inseguranças sobre ela mesma que envenenavam seus pensamentos? A adolescente Uley nunca havia se sentido assim, não com tanta força. Não era algo que ela poderia ignorar no momento.

Como era possível ela ter tanta vontade de socar alguém e chorar no chuveiro ao mesmo tempo?

Astrid gostaria de saber quanto havia se tornado tão instável? Como havia se deixado chegar naquele ponto?

E sendo bem honesta, no momento em que havia lido aquele maldito bilhete e decidido aproveitar sua folga no trabalho e faltar na escola para andar até a praia e observar o mar enquanto caia nas armadilhas que sua mente havia armado para ela, a adolescente sentiu um ligeiro alivio. Era pequeno e quase inexistente, mas estava lá, mergulhado no meio de tanta tristeza e frustração, o alívio estava lá para lhe lembrar de tirar algo bom mesmo nos piores momentos.

Foi bom fugir do mundo por algumas horas, mas não foi bom ficar presa em sua mente.

Todos temos esses dias, não é?

Seus pés doíam quando ela chegou em casa, e estavam completamente sujos. Astrid não se importou, ela cuidaria da sujeira depois. Após entrar e ser recebida por seu cachorro, ela andou até o banheiro, constatando que sua mãe não estava em casa. Estava silencioso, porém em pouco tempo tudo que se podia ouvir era o barulho da água do chuveiro caindo no chão, lavando a sujeira de seus pés, a areia de seu cabelo, e as lágrimas secas que estavam em seu rosto. Astrid esfregou sua pele com o sabonete, e a água quente fez a pele ligeiramente pálida ficar vermelha, mas ela continuou lá embaixo. Ela ficou no chuveiro por mais tempo do que estava acostumada, e quando abriu a porta do banheiro e saiu enrolada em uma toalha, ela pôde jurar que parecia que havia saído de uma sauna.

✓|PERFECT DRIVE, Jacob BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora