𝘃𝗶𝗻𝘁𝗲 𝗲 𝗰𝗶𝗻𝗰𝗼

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𝘃𝗶𝗻𝘁𝗲 𝗲 𝗰𝗶𝗻𝗰𝗼 - 𝘃𝗮𝘇𝗶𝗼.

QUAL A RAZÃO DO VAZIO QUE ELA SENTIA?

 Era isso que a adolescente se perguntava, horas depois do almoço fatídico. Seu rosto era um quadro em branco, sem expressão. Ela ainda usava o vestido branco, a linda cor usada para representar a paz, enquanto não sentia paz nenhuma dentro de si. Era tudo, uma multidão de cores se fundindo entre azul e vermelho, entre amor, ódio, frustração e vazio. Era indescritível, porque ela se sentia assim?

Elizabeth parecia estar bem, ela estava trocando carícias com Randy perto da mesa da cozinha e sorria pelo que ele falava para ela. Em alguns momentos Astrid pode ver a feição de sua mãe se transformar em raiva enquanto ela gesticulava para a porta, onde horas atrás seu ex marido havia aparecido. Mas logo sua feição se suavizou e ela sorria com o que quer que Randy dissesse para ela. Sua mãe aparentava estar bem, sentindo tudo o que precisava sentir. Porque Astrid não se sentia assim?

Parecia que ela não sentia nada sobre a última situação.

Jacob Black, seu melhor amigo, seu parceiro, confidente e seu amante estava ali. Sempre ao seu lado e sempre com a mão apertando a dela, os dedos entrelaçados e os olhos escuros a avaliando de cima a baixo, não de forma maliciosa, mas sim de forma preocupada, com cuidado e devoção. Ela não pode deixar de se sentir mais grata a ele. Jacob não havia saído do lado dela nem mesmo por um segundo, mas também não havia a forçado a falar nada. O que tinha para falar?

Ela ainda não havia entendido o que havia para falar sobre o assunto nem mesmo no dia seguinte enquanto trabalhava. Seus amigos pareceram notar que havia alguma coisa errada com ela, já que quando a jovem chegou na empresa, não os comprimentou com o mesmo sorriso radiante de sempre. Astrid apenas lhes enviou um aceno e subiu o andar, indo diretamente para frente do escritório de sua chefe, pronta para fazer seu trabalho e nada mais.

Hoje estavam fazendo um editorial lá dentro, então naquele dia em especial, os fotógrafos estavam andando de um lado para o outro, arrumando o estúdio para que tudo ficasse perfeito. Porém, curiosamente Madeleine ainda não havia saído de sua sala e nem estava gritando ordens por aí como fazia sempre que algo especial estava acontecendo. Ela estava prestes a lançar uma coleção nova e iria fazer parceria com uma revista importante de Port Angeles, aquilo era importante.

Seus dedos magros começaram a digitar freneticamente e de forma bem objetiva, e então depois de alguns minutos ela pegou sua agenda, preparando-se para passar os horários à mão. A Uley sabia que tinha total permissão para imprimir o que quisesse, mas sentia-se que guardava melhor as informações quando ela escrevia à mão. Demorou um pouco e ela podia sentir um leve ardor em seu pulso, mas quando finalmente terminou, Madeleine saiu do escritório e seus olhares se encontraram.

Sua chefe estava elegante, como sempre. Dessa vez ela usava um par de Scarpins pretos, e se ela andasse alguns passos a frente Astrid poderia ver as solas vermelhas. Ela usava um vestido preto, combinando com os sapatos e seu cabelo estava consideravelmente mais curto do que no dia anterior. E mais prateado. Madeleine nunca foi alguém que tivesse medo da velhice, e ela ostentava os fios prateados para quem quer que quisesse ver. E ninguém nunca disse nada para ela, porque sua figura impunha respeito.

Ela encarou Astrid enquanto a adolescente se levantou da mesa e se pôs de pé, a esperando para que saíssem para se encontrarem com o diretor da revista antes de voltarem para a agência. Seus experientes olhos se estreitaram para sua funcionária, a avaliando de cima a baixo com um olhar extremamente crítico, mas não maldoso. Astrid estava vestida toda de preto, estava com os saltos de Madeleine exigidos, mas estava usando um moletom na parte de cima.

✓|PERFECT DRIVE, Jacob BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora