Capítulo Treze - Último pedido

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Katsuki revirou os olhos assim que os abriu, contendo uma crise de ódio. Não faz a menor ideia de onde se encontra, o quarto é pequeno, quadrado, com as paredes na cor de madeira e o piso escuro, tendo uma luz pendurada no meio do teto, embaixo do mesmo, que se encontra amarrado numa cadeira de madeira. Também não sabe onde suas roupas escolares estão, afinal, quando acordou, percebeu que alguém havia trocado para as roupas mais causais: uma regata na cor preta e uma calça cargo camuflada verde, junto de um par de coturnos pretos. Havia se acostumado a se vestir assim principalmente pelos treinos rigorosos que Enji Todoroki o fez passar quando dissera em voz alta que queria se tornar um policial de alto escalão como Toshinori Yagi. Talvez melhor.

"Que porra de lugar é esse?" Resmungou, ao semicerrar os olhos em direção a porta de aço no canto, a poucos menos de distância de onde se encontra. As lembranças do ataque ao Colégio U.A. lhe pegaram aos poucos, quando em um momento copiava a matéria que Midnight passava no quadro e, no outro, seu coração acelerado ao ver a parede sendo explodida e os pedaços indo pelos ares, acertando metade dos seus colegas de classe. "Tomara que meu irmão esteja bem." Resmungou novamente, ao sentir uma pontada no peito. O seu frágil e bebê chorão Izuku com certeza conseguia se virar muito bem, ainda mais agora que, assim que entrara no colégio, conseguiu o All Might como mentor. Mas isso não era o suficiente para que Katsuki deixasse de possuir uma pulga atrás da orelha, afinal o esverdeado ainda conseguia ser emotivo demais. Definitivamente não estava preocupado com a bandeira do Canadá. Mas também havia Uraraka, alguém com quem aprendera a conviver, e também Kirishima, um bom amigo apesar dos surtos de ódio de Bakugou. O loiro tem certeza que os destroços acertaram a garota.

Quem seria idiota e louco o suficiente para fazer uma merda dessas? Ah, sim. Ele lembrou que, antes de o puxarem da sua cadeira, havia visto Himiko entrar pelo buraco formado pela explosão. A loira usando seu traje habitual, que utiliza fora do colégio, por baixo de um traje pesado de metal.
"Maldita garota!" Outro resmungo foi dito, porém gradativamente mais alto.

Quem ela pensa que é em machucar o meu garoto, o cabelo de merda e a Cara de lua?

Katsuki revirou os olhos. Precisava encontrar uma forma de sair dali.

Ele sabia que, se essas roupas tivessem sido pegas na casa dos seus pais, teriam pequenas granadas que foram desenvolvidas pela agência do tio para caso ocorresse qualquer tipo de imprevisto. Em todas as suas roupas, exceto do colégio, havia essas granadas. Afinal, o loiro precisava estar um passo à frente de tudo. Ele se recusava a levar esse sequestro para o lado pessoal sem antes descobrir o que estava realmente acontecendo e o porquê de ter sido levado. Poderia ter sido qualquer um. Poderiam ter pego mais pessoas antes de irem até a sala da A-1 ou até mesmo depois. O ódio que Katsuki sente nesse exato momento é por ter abaixado a guarda num lugar que julgava ser seguro. Mas que merda ele tinha na cabeça?

"Não confie em ninguém, seu idiota! O mundo está cercado por pessoas que farão de tudo para te prejudicar." É o que sua mãe sempre disse, como uma forma de falar que se preocupa com o mesmo. "E cuide do cabeça de brócolis!" Apesar disso, Katsuki ainda queimou o diário de Midoriya por pura implicância. Parando para pensar melhor, agora sozinho nesse lugar desconhecido, as suas implicâncias com o garoto eram a sua forma de tentar fazê-lo ficar mais forte emocionalmente. Katsuki queria poder afirmar que não adiantou merda nenhuma, mas admite: Izuku é um menino chorão, mas a sua estabilidade emocional é algo de outro mundo. Sabe se lá porque chora tanto.

Emotivo do caralho.

Apesar de perdido em pensamentos, tentava desamarrar os nós que prendiam suas mãos atrás do corpo, na cadeira. Em vão, diga-se de passagem, pois eram muitos e a corda resistente, o que alimentava a sua raiva. O loiro estava prestes a explodir de ódio e mandar a cadeira para a 'puta que pariu' quando ouviu o rangido da porta. Lentamente, a desgraçada de Himiko Toga entrou na sala com um sorriso no rosto triunfante. Alimentou ainda mais o ódio que Bakugou sentia no seu coração.

Incendeia-me | KacchakoOnde histórias criam vida. Descubra agora