Ochaco respirou fundo antes de tocar a campainha, com certeza nervosa pela conversa que se seguiria com os pais, e quem abriu a porta foi Atsuko Uraraka, tia de Ochaco Uraraka. Pensando por agora, realmente faz sentido se parecerem tanto, visto que a mãe da castanha é irmã gêmea de quem a criou.
Depois de um abraço repleto de saudades, esquecendo completamente de que estavam brigadas por conta da escolha de profissão da filha, Ochaco apresentou, visivelmente nervosa, Katsuki Bakugo para a tia. Atsuko pareceu gentil, e o cumprimentou com a maior educação possível, então o loiro julgou que o temperamento teimoso e desafiador de Ochaco com certeza foi puxado dela. "Neji deve chegar em breve, podemos conversar na sala enquanto esperamos para jantarmos juntos." A mãe adotiva... tia... QUE SEJA... de Ochaco falou, quase como uma ordem disfarçada com bons modos, e os mais novos se apressaram a obedecer. Katsuki não queria falar muito, era o momento da menor brilhar, então tinha a certeza de que teria que morder a língua inúmeras vezes para não acabar, ou xingando Atsuko; ou gritando com as duas.
Enfim, veremos como a paciência dele ficará a seguir.
Ele constatou que é uma grande casa, bem semelhante a sua na verdade, por ser minimalista demais. Nem parece que vive alguém ali, pela forma como está tudo no seu devido lugar, mas é um local aconchegante. Atsuko ordenou que sentassem no sofá vermelho de dois lugares enquanto ela pegava um chá para eles e Katsuki notou o nervosismo de Ochaco a cada minuto que se passava. Então ele tocou no seu joelho e deu um pequeno sorriso pra ela, como se dissesse que estava ali e a menor o abraçou, agradecendo em voz baixa. Quando Atsuko voltou com o chá, eles já estavam separados olhando para frente.
Ela se sentou na poltrona da frente, encarando a filha como se já esperasse que Ochaco soltasse uma bomba. "Pois não, querida?" Incentivou a menor, que a encarava evitando demonstrar sentimentos ou emoções, enquanto servia o chá de hortelã para eles. A castanha enroscou o próprio pé no calcanhar de Katsuki e ele tentou ao máximo não esboçar a tamanha surpresa. Sequer tentou desvencilhar-se dela, pois acreditava que Ochaco se segurava nele como forma de conseguir forças para prosseguir. "Só não me diga que estão namorando, isso é óbvio demais."
"NÃO É NADA DISSO!" Gritaram, nervosos, ambos com as bochechas ardendo. Uraraka Atsuko riu, debochando das crianças.
"Não seja inconveniente, mãe." Ochaco a repreendeu, cruzando os braços ao fazer bico. "E nós dois somos somente amigos!" Obviamente essa frase doeu no peito do loiro - mas fez o máximo possível para fingir indiferença ao beber o chá na sua xícara de porcelana. "Katsuki está aqui para me acompanhar."
"Tudo bem então."
"É sério!"
"Não estou duvidando, meu amor."
"Nós somos somente amigos." Katsuki se pronunciou pela a primeira vez após um tempo, chamando a atenção de Ochaco para si. Ele procurou evitar encará-la, porque não queria se iludir ao ver um brilho nos seus lindos olhos castanhos. "Eu vim por insistência."
"Enfim!" A castanha exclamou, nervosa, assoprando a xícara para que bebesse sem se queimar.
"Enfim..." Katsuki resmungou, cruzando os braços.
Ochaco respirou fundo, endireitando-se antes de começar.
"Eu soube quando pequena que fui adotada e jamais senti a necessidade de procurar saber sobre as minhas verdadeiras origens, porém, devido a pequenos acontecimentos, resolvi saber do meu passado de uma vez por todas." A cada frase proferida, era notável o semblante cada vez mais sério de Atsuko sendo disfarçado ao tomar a bebida quente. "Gostaria de entender o motivo de falar que não conhecia os meus pais biológicos, titia." Até Katsuki empalideceu depois dessa. "A senhora me disse que não sabia quem ela era!"
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Incendeia-me | Kacchako
Fanfiction"Por favor, não brinque com fogo. Você pode se queimar." Ele nunca pedia nada. "Eu não me importo." Avisou, sem vacilar. Ochaco o encara nos olhos sem medo. "Eu não me importo de ser incendiada, desde que seja por você." Katsuki ainda segurava o seu...