Esse seria o primeiro dia de ação de graças com o meu pai de sangue, junto dos meus pais adotivos, e a felicidade não cabia no meu peito. O dia começou relativamente normal e tranquilo, meus avós também viriam e a família de Tsuyu. Claro que ela chegou mais cedo para nos arrumarmos juntas! E, a cada hora que passava, a minha ansiedade aumentava. Deku dizia para eu me acalmar porque ocorreria tudo muitíssimo bem. De certa forma, ele estava certo. Eu e Tsuyu colocamos uma roupa parecidíssima, sendo um vestido na cor verde-musgo de gola alta e manga comprida, diferenciando apenas no penteado: onde a esverdeada fez uma trança e eu fiz dois coques separados. A sua família e os meus avós, tanto por parte de mãe (somente avó) quanto de pai (somente avô), chegaram praticamente na mesma hora que minha mãe até brincou falando que eles haviam combinado.
Faltava somente Gohan Ito, Gunhead, meu pai, porém, ele não tardou muito a chegar. Era compreensível que se atrasasse um pouco, visto que as ações de criminosos havia aumentado gradativamente durante ao ano - mesmo embora tendo inúmeros bons policiais e detetives ainda no mundo. Eles mesmo, frequentemente, tentavam atacar os estudantes do Colégio U.A. quando íamos a passeios ou gincanas fora dos seus muros. Eu ainda achava que era cisma de uma loira conhecida principalmente. Lembro bem quando estávamos a passeio, num museu, e justamente a turma de Toga tentou nos pegar. Ela quase feriu drasticamente Hagakure se Katsuki não tivesse entrado no meio e impedido - ainda para ouvir a loira resmungar que ele deveria sair da frente porque havia prometido não machucá-lo. Odeio aquela garota!
"Ochaco, veja quem está na porta." Minha mãe pediu, interrompendo o filme que eu e Tsu assistíamos na casa. "Deve ser Gohan." Pulei do sofá e em menos de um minuto, estava abrindo a porta.
"Bem-vindo ao lar, pai!" Exclamei, contente, dando um sorriso.
"Obrigado, amor. Boa noite." Me cumprimentou de volta, me abraçando. "Sabia que você é mesmo a cara da sua mãe?" Perguntou, segurando os meus ombros. Dei risada. E eu sei que, quando meu pai dizia isto, era me comparando com Atsuko.
"É o que dizem." Eu dei espaço para que entrasse em casa e o acompanhei até a cozinha, onde estavam quase todos. Minha avó ficou imensamente feliz de reencontrá-lo, falando coisas como "Eu sabia que você daria um jeito de entrar pra família, garoto!" e o abraçando como se ele realmente fosse um parente distante dela. Não que eu achasse ruim! Longe disso. Afinal, era bom saber que pelo menos ele se dava bem com minha avó, ao contrário da minha progenitora. Meu pai havia trazido alguns mochis para mim e eu saí, junto de Tsu, para o meu quarto a fim de comê-los antes do jantar.
"Você está radiante, Ochaco." A esverdeada comentou, fazendo-me sorrir. Eu estava feliz.
A ação de graças foi bem calma, por assim dizer. Houveram muitas risadas, muita comida e fofocas cada um sobre a vida nesses últimos meses. Vovô perguntou ao meu pai, de sangue, como estava indo a força policial da cidade e, então, esse assunto se estendeu por quase duas horas. Vovó perguntou a ele se já estava namorando novamente ou havia se afundado em trabalho e trabalho que nem quando era mais novo, fazendo os meus dois pais ficarem totalmente constrangidos diante do questionamento genuíno da mais velha. "Desembucha, Gohan! Você sabe que eu sempre te vi como um filho." Ela continuou e, por incrível que pareça, falando da mesma forma como quando fala com minha mãe. Impressionante. Que bom que ele foi aceito na minha família, né? Não quero nem imaginar a guerra quando os meus avós conhecerem o loiro... "Tem alguém que roubou o seu coração?"
Seria impossível meu pai ficar mais vermelho que isso.
"Se eu contar, a senhora vai querer me bater." Admitiu, passando a mão direita nos próprios cabelos.
"Não me diga que..." Ela simplesmente pareceu ficar indignada, então levantou e saiu marchando para a sala. Eu franzi a testa, sem entender. O meu avô foi atrás dela, tentar consolá-la, eu acho? Não sei bem o que foi que aconteceu.
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Incendeia-me | Kacchako
Fanfiction"Por favor, não brinque com fogo. Você pode se queimar." Ele nunca pedia nada. "Eu não me importo." Avisou, sem vacilar. Ochaco o encara nos olhos sem medo. "Eu não me importo de ser incendiada, desde que seja por você." Katsuki ainda segurava o seu...