Capítulo Catorze - Hospital

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Como Katsuki previu: ele se sentia um merda.

Um merda e uma ameba, ao ser puxado pela mão esquerda para sabe-se lá onde por Himiko Toga. Enquanto a outra saltita, feliz e animada, o loiro mantém sua cara de poucos amigos, amarrada. O corredor escuro estava lhe dando ânsia de vômito e uma curiosidade intensa sobre onde está, afinal, não é todos os dias onde você é raptado de um dos colégios mais seguros do Japão. Bakugou definitivamente imaginou tudo, desde um galpão abandonado a uma mansão de contrabandistas, porém, tudo o que encontrou ao passar por mais uma porta foi um bar. Sua feição de surpresa não foi o suficiente para emplacar esse sentimento.

"Está surpreso?" Toga perguntou, dando risada em seguida. "Vou te apresentar pro pessoal!" E, mais uma vez, Bakugou foi arrastado pela loira mais velha.

Um bar!

Por que a porra de um bar?

Ele queria acreditar que possuía um plano válido, mas na verdade não fazia a menor ideia do que tinha que fazer. Apesar de ser um garoto explosivo, conviveu bastante com Shoto, ou bandeira do Canadá como prefere chamá-lo, e aprendeu a medir meticulosamente os seus passos. Quem diria que um dia o modo quieto e frio do seu primo valeria a pena? O loiro certamente que não. Após Toga deixá-lo sentado em um dos bancos giratórios da bancada, ele se permitiu observar o ambiente na qual se encontra. De certo modo era um local arrumado, bem iluminado e guardando mais de vinte pessoas, todas espalhadas pelo bar, umas sentadas em grupos e outras discutindo em pé, mas com algo em comum: segurando um copo de bebida. Katsuki revirou os olhos, sentindo nojo. Onde quer que estivesse, não seria um lugar que nem jovens nem pessoas de bem frequentavam. Ao menos encontrara uma porta dupla de madeira que parecia a entrada e saída. Suas dúvidas se confirmaram quando viu um jovem de cabelos azuis entrar.

Com o sumiço de Toga, a hora perfeita de fugir seria essa. Não importava onde iria parar ao atravessar aquelas portas, sabia que teria ao menos uma chance de voltar para o Colégio U.A., e de certa forma ele já possui uma visibilidade na região por ter ganhado o Festival. Outra vez, seria bem mais fácil. O loiro precisava sair dali o mais rápido possível, tanto por sua sanidade quanto por seu irmão. O cabeça de alface poderia estar em perigo, ou pior, machucado completamente, enquanto Katsuki está preso num bar com desconhecidos.

Na verdade, ao pensar melhor, não tão desconhecidos assim. Haviam homens que ele já vira no noticiário local na página de criminosos procurados.

"Já vai tão cedo?" Ele arqueou uma sobrancelha, interrompendo o movimento que faria a seguir. Ao olhar para o lado, um homem, virado de costas para o bar, o encarava com um sorriso no rosto. Ao contrário dos outros, esse segura um cigarro. "Nem ao menos esperou para conhecer o chefe."

"Pode mandar esse chefe para o caralho!" Respondeu em voz baixa, desacostumado com isso. O homem deu uma risada calorosa. "O que foi?"

"Você é igualzinho ao que a TV mostrou sobre o festival. Um garoto estúpido e arrogante." Aquele homem estava começando a irritar Katsuki de uma maneira excepcional e o loiro, apesar de estar quieto e na dele, por dentro queria arrancar o pescoço do mais velho. "Mas o chefe gosta assim."

"Quem é esse chefe?"

"Você descobrirá logo logo. E ele vai gostar de você, um menino peculiar, forte, propenso a trocar de lado..."

"Quem você pensa que é pra falar isso de mim, seu velho barrigudo?" Gritou, com uma sobrancelha arqueada. Não que as outras pessoas prestassem atenção no que acontecia ao redor. "Eu sou muito mais do que o que você viu na sua tevezinha de merda!"

"Duvido."

"Mas o seu chefe não, né?" Provocou, com um sorriso. "Senão ele não ia querer me conhecer."

Incendeia-me | KacchakoOnde histórias criam vida. Descubra agora