Capítulo Vinte e Seis - Então é a p@rr4 do Natal...

42 8 0
                                    

O loiro resmungou ao ouvir o alarme tocando, às dez horas da manhã de sábado, e por um triz não jogou o celular na parede do lado oposto. Véspera de Natal. Viva! Ele revirou os olhos, se levantando antes que Deku fosse chamá-lo pessoalmente. Somente nessas duas últimas semanas, Katsuki havia se dado ao luxo de dormir até tarde. Ele treinou o ano inteiro sem parar, então achava justo que ao menos nas últimas semanas do ano ficasse relaxado. A velha pareceu gostar da ideia na mesma proporção de que odiou o fato dele ficar trancado no quarto até tarde. "Que se dane." Resmungou, pegando a toalha e indo em direção ao banheiro.

Também é o dia da festa na casa da Rabo de Cavalo.

Que merda!

Ele quase se xingou por ter aceitado ir, mas logo lembrou que foi pela castanha. Mulher cujo, talvez, fosse o último dia que veria por um longo período de tempo. Já que o loiro havia aceitado viajar com o tio, o primo, o irmão e All Might, e também de quebra levaria Kirishima junto, para o interior da cidade a fim de espairecer e treinar até cair, sem forças, no chão. Katsuki gostaria de ter sido, pelo menos, UMA vez egoísta e ter implorado para que Ochaco ficasse no Japão. Com a família. Com os amigos. Com ele. Caralho! Mas o loiro não se sentiria bem caso o fizesse. Ele havia prometido que a apoiaria no que fosse. Então, como já era de se esperar, ele focaria todas as suas energias treinando e estudando para que não ficasse morrendo de saudades da garota, ou sequer pensasse nela, durante os meses que se seguiriam. Katsuki não se preocupa com algo banal, que seu irmão mesmo havia dito. "E se ela conhecer alguém por lá?"

O caralho!

Ochaco poderia conhecer até Buda, mas ela continuaria sendo dele.

Sem mais, nem menos.

Para Katsuki, esse é o menor dos problemas relacionados a partida dela para o outro lado do mundo. O único medo que ele possuía era que, por algum momento que fosse, Ochaco o esquecesse. Ela não tem o direito de fazer isso... Pensando assim, o presente de Natal dela foi muitíssimo influenciado pelas vozes inseguras e raivosas da sua cabeça. Katsuki comprou um novo traje de treino para Ochaco, algo que não fosse transparente, um macacão justo no corpo - cor preto com partes cor de rosa, e um anel solitário prata com uma pedra preta em formato de coração - que ela havia visto uma única vez quando estavam no shopping e bastou para que falasse por uma semana inteira do maldito anel. Esses dois presentes bastariam para que ela lembrasse dele durante os meses que passariam distantes um do outro, porque, bem, ela precisaria usar o traje e o anel estaria sempre no seu dedo já que a castanha EXCLAMOU AOS QUATRO VENTOS ENQUANTO CORRIAM que não tiraria caso tivesse um.

"Kacchan, mamãe está nos chamando para o almoço." Deku gritou, batendo na porta do banheiro. Era surpreendente que o esverdeado havia se arrumado primeiro do que ele.

"Já desço."

A velha escandalosa ficou reclamando que eles perderiam o evento em família para irem numa festa com pessoas que viam todo santo dia, mas tudo, para Katsuki, passou como um borrão. Ele não estava focando em nada, totalmente disperso, pensando seriamente em como seria a despedida deles dois. O loiro já sabia que a amava há meses, porém, a confirmação veio num sobressalto quando a castanha falou sobre a viagem. Katsuki gostaria de ter dito para ela mandar o pai a merda e ficar no colégio U.A. consigo. Ele bufou. Mas isso seria puro egoísmo e iria contra o que disse sobre apoiá-la. "Katsuki, eu quero vocês dois em casa, NO MÁXIMO, segunda pela manhã. TÁ ME OUVINDO?" A mãe deles chamou a sua atenção, fazendo com que levantasse o olhar, com a testa franzida.

Ele estava tão disperso que sequer cogitou em respondê-la a altura. "Sim, senhora." Os presentes na cozinha se espantaram com a sua tamanha calma, onde Katsuki respondeu somente o mínimo e se levantou para voltar ao próprio quarto. O loiro não queria confusão; não queria estresse, apenas gostaria que o dia passasse logo para que encontrasse a garota dele. Pensando assim, resolveu se jogar na cama e dormir. Que se dane que havia acabado de acordar e almoçar! Ele estava entediado. Acabou sonhando com a dita cuja e o Canadá, Canadá, com ambos aproveitando o calor do lugar em um piquenique ao ar livre. O loiro chegava a sorrir na vida real também. Como o esperado, quase perdeu a hora, se não fosse Deku quase derrubando a porta do seu quarto a fim de acordá-lo.

Incendeia-me | KacchakoOnde histórias criam vida. Descubra agora