Incendeia-me | Kacchako

Capítulo Trinta e Dois - Uma inconfundível carta de amor

Particularmente, eu amo de paixão esse capítulo! Estamos já na reta final da história.

Boa leitura 🥰

---------------

"Cara de Lua,

Disseram que você acordou, desesperada, procurando por mim. Eu não estava consciente quando isso aconteceu, por isso não fui ao seu encontro te acalmar. Sinto muito. Talvez você não se lembre do motivo de tamanho circo, então vou resumir um pouco.

Estamos no último ano da U.A., temos poderes;

Plus ultra, porra!

Você é a heroína foda pra caralho de codinome Uravity!

Tivemos a batalha final;

Você viu aquela menina loira, Toga (acho), morrer bem na sua frente e acabou sendo atingida por um vilão figurante aleatório. Quer dizer: ela te salvou dando o sangue dela pra você, quando ela tava igualzinha a você. Depois rolou mais algumas cenas e SÓ AÍ apareceu o vilão figurante aleatório e te atingiu pelas costas quando você tava protegendo uns civis de um prédio que desabou. Você tem que parar de deixar a guarda baixa!!! Eu não consegui impedir, apesar de estar próximo, por isso peço perdão. A orelhuda e o Denki ficaram guardando seu corpo e tentando te acordar, e ele falou que eu podia ajudar o Deku e que iam te tirar dali. Só por isso que eu saí! Eu confio a minha vida, e qualquer coisa importante pra mim, nas mãos do Pikachu. Deku perdeu os poderes; eu morri e voltei. Só coisas leves. Mas a gente venceu, tá! Conseguimos.

Enfim.

Eu vi o seu olhar de desespero quando aquela doida morreu. Não se culpe, nem se isole por causa disso! Não dá pra salvar os vilões quando eles não querem ser salvos, e ela deu a própria vida pra te salvar. Então... viva! Viva bem, acompanhada de quem ama e seja forte. Eu tô aqui pra o que você precisar. Os seus amigos também, aqueles figurantes de merda que você tanto ama. E... Bochechas, você entrou em coma há quase três meses e meio. Eu fiquei preocupado com a minha amiga e companheira de alguns treinos, e você mais do que ninguém sabe que os motivos vão além da amizade. Pensei que te perderia pra sempre sem ao menos expressar em palavras o que sinto, e o pior foi ter o nerd mald Deku querendo me dar lição de moral sobre o quão importante era que eu falasse as coisas já que ele via "nitidamente no nosso olhar o quão a gente se gosta" e essas merdas assim que você sabe que ele fala enquanto chora.

Aizawa achou melhor que eu te contasse que merda foi que aconteceu pra você ter acordado desesperada daquele jeito - jogou a bronca inteira pra cima de mim, aquele bastardo! Como eu nem sei quando você vai acordar de novo, já me adianto escrevendo essa carta. Até pra você não se desesperar muito de novo. Enquanto você estava dormindo, fizeram vários testes pra descobrir o que foi que aconteceu contigo por aquela individualidade estranha que te atingiu. Descobriram que a sua consciência foi parar numa outra linha temporal, tipo multiverso mesmo (o que é sinistro e foda pra caralho), e você viveu um pouco da vida de outra Ochaco Uraraka (atualmente, DEIXO BEM CLARO, Ochaco BA-KU-GOU). Relaxa, a sua outra você deve tá bem. Você indo e voltando mentalmente não bagunçou em nada daquele outro mundo, foi tipo como se tivesse assistindo TV. Uma médica esquisitona conseguiu acessar as suas novas memórias e o Aizawa achou melhor que eu e o ner Deku víssemos tudo - eu por ter sido por quem você se desesperou pra ver e o teu amigo lá por ser o seu melhor amigo.

(PS.: foi IMPAGÁVEL a cara que o teu amigo fez quando FINALMENTE [porra você complica tudo até em outro universo, Cara de Biscoito. Acha mesmo que eu ia te atrapalhar em ser a número um?! Você deve ter sido a número um mulher e eu numero um homem de lá!] começou a rolar putaria pro nosso lado!!! Claro, o sensei pulou essa parte quando começou a desandar, mas foi engraçado pra cacete!)

Lamento ter te invadido desse jeito, mas foram ordens de cima - que fique claro que eu protestei muito. Tudo o que você presenciou lá, eu presenciei (e até mais algumas coisas, já que, não sei como, mas por meio de você eu consegui ver as memórias do meu outro eu sem poderes. Puta que pariu, aquele lá é FODA DEMAIS e também cadelinho da tua outra versão). Foi meio esquisito no começo, depois pareceu que era um jogo de VR em primeira pessoa mesmo. Meio... bizarro? Não sei a palavra certa nesse caso aí.

Olha...

Desculpa, Ochaco, mas eu não sou aquele Katsuki Bakugo que a outra você se apaixonou. O meu desenvolvimento interpessoal só melhorou recentemente, eu nunca na minha vida namorei por achar que era perda de tempo e o Izuku não é o meu irmão. Apesar que... que se foda, você já sabe disso. Eu e ele nos consideramos bastante e melhoramos a convivência. Mas a mãe dele tá vivinha e dando uns pegas no All Might! Não que eu não ache que minha velha não o adotasse caso necessário. Ela é maluca! Só achei hilário que, mesmo a gente sem nossas individualidades, éramos muito bons no que fazíamos. Mas que merda! Eu e o meio a meio sendo parentes. Isso aí sim é uma idiotice e coisa de outro mundo!!!!

Enfim!

Queria dizer que, pelo menos, o Katsuki Bakugo dois sem individualidade não é muito diferente do número um. Eu tenho um apreço infindável por ti e te esperaria pelo tempo que fosse preciso, assim como ele esperou a outra Ochaco Bakugo. Você é minha, bochechuda, em todos (e quaisquer) universos possíveis. Passei a noite ao seu lado aqui na enfermaria, mas a velha médica me expulsou pra eu ir descansar no meu quarto e disse que ia me avisar quando você acordasse.

Por favor, eu imploro, venha ao meu encontro assim que acordar novamente. Eu não suportaria saber que te perdi, quase não consegui viver durante essas últimas semanas e a única pessoa que conseguia me consolar era o Kirishima - e o quatro olhos (maluco??? Como que ele sabia do nosso quase rolo?!) dizendo pra eu não duvidar da sua força de vontade de voltar a vida. Você sabe que eu não sou de pedir ou implorar, mas quando se trata de você eu perco tudo. Cuide-se, Ochaco. Você não é fraca. A minha mulher não é fraca! Venha me ver quando você se sentir pronta, porque eu estarei te esperando.

Até.

Seu, Katsuki Bakugo.