Capítulo Vinte e Sete - Despedidas

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Ochaco se aproximou sorrateiramente e abraçou o braço direito de Katsuki, escorando a sua cabeça no ombro dele. Ele beijou a testa dela, apesar de persistir em silêncio observando a piscina e o jardim congelados. "Obrigada pelos presentes, Kacchan." A castanha agradeceu, o abraçando um pouco mais forte. O loiro piscou, encarando a menor. Foi então que percebeu que ela usava o anel no dedo anelar esquerdo. As suas bochechas esquentaram. "O macacão será muito útil!" Ochaco comentou, voltando o rosto para Katsuki a fim de encará-lo.

"E não é nenhum um pouco transparente." Resmungou, antes de tragar novamente, fazendo a garota rir.

"Sim." Então ela tirou o juízo do loiro para que ele também abrisse o presente dele. "Falta um minuto para meia noite! Abre logo." Foi a desculpa esfarrapada que Ochaco dera. Ele revirou os olhos, mas fez o que lhe foi solicitado. Katsuki se surpreendeu ao abrir a caixinha e se deparar com um anel prateado regulável com detalhes, e pequenas pedrinhas, na cor preto. "Feliz Natal, querido." Ela sorria ao dizer a frase, abraçando-o em seguida, sem se importar que quase se queimou pelo cigarro ainda aceso do maior.

"Feliz Natal, Ochaco." Retribuiu o abraço, afagando os cabelos dela. "Obrigado." Ao longe, era possível ouvir os gritos dos seus colegas de turma por ter dado meia noite.

A castanha levantou o olhar para encará-lo melhor, sorrindo de forma terna. "Disponha." Então, num movimento surpreendente, ela ficou na ponta dos pés e o beijou, de forma casta. Katsuki ficou surpreso pela terceira vez esta noite por causa de Ochaco, porém, segurou a cintura dela com a mão livre, puxando-a para mais perto e aprofundando o beijo. Ele aproveitaria o momento milagroso onde a castanha está se deixando levar pelo espírito natalino ao ficar de chamego consigo mesmo com um grande risco de serem vistos.

Como foi o caso, diga-se de passagem, já que Kaminari novamente viu eles em seu momento mais íntimo. Dessa vez, porém, antes que ele pudesse falar e estragar o momento, Jiro tampou seus lábios com as duas mãos e o empurrou para dentro novamente. Era surpreendente como era sempre o loiro que os flagrava! No mal, podia ser pior. "Vamos arrumar um outro lugar." A morena avisou, quando já longe o suficiente para que não os ouvissem, puxando-o pela mão.

"Eu devo ser um imã pra aqueles dois!" Kaminari exclamou, perplexo. Primeiro, no corredor da ala masculina. Segundo, por incrível que pareça, quando o elevador abriu no térreo e Denki estava lá porque havia saído correndo, na maior velocidade que conseguiu, pelas escadas - fugindo de Iida assim que ajudou Katsuki a escoltar Ochaco pra fora do próprio quarto -, onde ele acredita até hoje que se beijaram apesar de negarem até a morte dizendo que não tinha dado tempo. Terceiro, na escada de incêndio. Quarto... Nem precisa lembrar. Que loucura! "Espera! Por que você não ficou surpresa?"

Jiro balançou os ombros.

"Porque eu já sabia."

"QUÊ?!" Eles haviam voltado para o salão. "QUEM TE CONTOU? MEU DEUS, KATSUKI VAI ME MATAR!" A companheira revirou os olhos.

"Ochaco me contou há meses." Falou, tranquilizando-o, dando risada pela expressão surpresa do namorado. "Fico feliz que eles estejam resolvidos. Eu não aguentava mais as lamúrias ou ela falando dele quase o tempo todo!"

"Eu só-"

"DENKI, você viu o Katsuki?" Kirishima gritou, interrompendo a conversa do casal. O ruivo estava sentado no chão junto de Tsuyu, Deku e Fumikage.

"SIM!" Jiro revirou os olhos. "Ele está na sacada!" Exclamou, apontando para a direita.

"CERTO!"

A morena se desesperou, dando uma cotovelada no loiro, ao ver Kirishima começando a levantar.

Incendeia-me | KacchakoOnde histórias criam vida. Descubra agora