Diziam que o orgulho ferido era a ruína de um homem. De homens fracos talvez, mas Peter era diferente.
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Em um chão pintado de vermelho, um rapaz sofre ao flexionar os braços para cima e para baixo, forçando seus músculos evidentes sob a pele escura. Mesmo estando sem camisa, suava como se estivesse exposto ao Sol forte, talvez pela sensação térmica de 44° no ambiente ou pelo grande esforço que fazia.
— 49... 50... — Peter falou com muito esforço. Após isso, se levantou com o corpo dolorido, enquanto respirava e percebia o quanto seus músculos estavam inchados, tanto os dos braços, quanto os do peito, fora seu abdômen "trincado". Não sabia o quão mais forte estava, mas sabia que havia feito diferença.
Com aquilo, havia terminado a terceira etapa do exercício matinal, era melhor comer alguma coisa, mas primeiro tratou de tomar um banho frio para só depois lembrar que a comida estava acabando. Era melhor procurar algumas frutas no lado de fora.
Então, retirou as duas barras de ferro atravessadas na grossa porta de madeira da modesta casa feita inteiramente de concreto para a segurança de que estivesse ali dentro, percebendo que a manhã estava nublada e até fresca, talvez fizesse pouco mais de 30°, indicando que o calor exagerado vinha dele mesmo.
De qualquer forma, calçou os chinelos e saiu, não dando muita importância a bela vista de uma praia ali perto, só se virou, desceu uma pequena ladeira e andou por uns 2 minutos pelo lugar que mais parecia um sítio mal cuidado.
Pouco depois, voltou com uma fruta parecida com um mamão, apesar do formato arredondado e uma densidade maior. Com isso, após comer a fruta, pegou 4 litros de água congelada em garrafas de refrigerante e andou por uns 50 metros, até a praia, onde começou o treino diário.
Por 1 hora, Peter treinou seu corpo e seus poderes através do caratê, a arte marcial a qual havia perdido a chance de fazer o exame para a faixa preta algumas semanas antes, o que ainda o chateava. O jovem dava diversos tipos de socos e chutes, fazia poses, dava saltos mortais, estrelas e o que mais viesse a sua cabeça, enquanto as pequenas ondas banhavam a areia branca.
O elemental tentava controlar a respiração e envolvia seus membros em chamas ardentes, que voavam de suas mãos e pés descalços, se juntando e criando esferas de fogo do tamanho de melões, seguindo para mais alto no ar, enquanto ele girava o corpo e tentava enfileirá-las lado a lado até fazer um grande círculo na área em que estava, treinando mente, corpo e energia.
Algum tempo depois, sempre que Peter criava novas esferas, outras se dissipavam, mostrando já ter chegado ao limite de sua concentração, ou talvez isso se devesse aqueles 2 alteres de 10 kg que flutuavam mais atrás a 10 metros de altura, enquanto brilhavam com a energia flamejante que os envolvia.
De qualquer forma, volta e meia uma de suas esferas voava em sua direção apenas para explodir como uma granada incendiária, mas ele as golpeava com jatos de fogo, socos e as vezes até chutes explosivos, em meio a saltos e giros no ar.
Em um momento fez até uma "bicicleta" com uma bola de fogo que só explodiu metros a frente, após deslizar na água do mar, fazendo o jovem por um segundo, enquanto ofegava, pensando se havia acabado de realizar um sonho de infância.
Se forçando ao limite por mais alguns minutos, ficou sem ar e seu poder parou de funcionar, fazendo todas as chamas se dissiparem, inclusive as que mantinham os alteres suspensos, que caíram com muita força, mas tiveram o impacto absorvido pela areia. Desde criança sempre quis treinar em gravidade aumentada, mas estava lá há 3 semanas e apenas uma 2,1 vezes a da Terra o cansava daquele jeito...
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Livro 3 - O Resgate da Mãe Aborrecida
Science FictionApós uma traição vinda de uma das pessoas que menos esperava e com a equipe agora desfalcada, Thomas recebe a mensagem do alienígena que sequestrou sua mãe, marcando o local da troca, a cidade do Rio de Janeiro. O resgate? Um amuleto que põe em risc...