23 - Pedindo Socorro

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— Majin... — Ele falou, mostrando a constatação acompanhada de uma sutil mudança no tom, enquanto ia na direção de Thomas.

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Wendy voltava para procurar Skyler, mas percebeu uma porta se abrindo atrás dela e ao olhar para trás, viu o devorador sair calmamente ao se abaixar para passar e olhar a jovem poucos metros ao seu lado. O medo foi tanto que a súcubu congelou.

Um longo segundo se passou e o monstro mais forte conhecido começou a andar em direção a ruiva, a fazendo dar passos lentos para trás, enquanto queria se virar e arrancar como uma velocista, mas duvidava que tinha poder suficiente para isso. Até que um grito surreal pôde ser ouvido, chamando a atenção da criatura que olhou para o lado e saiu andando, provavelmente para o andar de cima.

Pouco depois, passos rápidos foram ouvidos e Wendy imaginou que fosse um dos rugarus e com isso, se escondeu, querendo surpreender o homem, mas ao calcular o tempo certo e pular na frente dele, a ruiva viu um lobisomem de verdade.

Um verdadeiro monstro com quase 2 metros de altura, corpo bombado e coberto de pelos marrons em tom escuros, fora dentes enormes na boca grande que estava mais para um focinho e garras nas mãos grandes que pareciam patas. Isso tudo somado aos cortes e algumas manchas de sangue em seu pelo era assustador.

— Oi, gracinha... — Bruno investiu contra ela para pegar em seu ombro, mas Wendy viu o tempo desacelerar e mesmo que com dificuldade, desviou da pata e deu um soco com toda a força no peito do lupigaru, o qual não teve qualquer efeito, a fazendo se afastar com alguns passos.

Ai... — Wendy gemeu ao pôr as mãos nos cantos da testa, onde sua cabeça latejou como nunca e os olhos arderam. Era uma dor tão aguda que ela só queria gritar, mas nem para isso tinha força.

Já Bruno, sentiu o verdadeiro monstro chegando, então olhou para a ruiva e a porta aberta, se perguntando se o devorador atendeu o chamado de Zaad. Parando para pensar, aquele grito havia sido estranho, parecia até um pedido de socorro... Era melhor ver do que se tratava, mas o selvagem estava na sua cola.

O Lupigaru passou por Wendy e segundos depois, Thomas chegou com uma aura pequena e um pouco menos definido, indicando que seu poder estava no final. Ainda sim, sua personalidade se mantinha e com isso, Wendy ainda tinha medo, mas sua dor era tanta que ela nem pôde prestar atenção nisso. Apenas tentava não desabar.

O estranho foi que Thomas a pegou e a sentou num canto, enquanto olhava para seu corpo, não vendo ferimentos. Wendy não entendia como mesmo naquela situação, mesmo com aquela personalidade maligna e violenta, Thomas conseguia se manter são o suficiente para cuidar dela.

Wendy... Dor... — A voz demonstrava preocupação por entre as baforadas quentes que vinham de sua boca.

— Eu tô acabada... Não sei se você pode me entender, mas preciso ver se tem algo nos seus bolsos, posso procurar? — Ela não ouviu uma resposta, mas pôs 2 dedos no bolso direito da bermuda, não achando nada e o mesmo no outro.

Era muita ingenuidade achar que aqueles caras não teriam pego, como pôde confiar tanto em uma chance tão remota? O que faria agora? Em alguns minutos ou menos, ela teria um ataque de dor mais forte do que nunca e talvez até desmaiasse.

Provavelmente, Thomas também estava na mesma, sendo que aquele lobisomem mais o devorador estavam por ali, fora o vilão sinistro nos andares se cima... Como sairiam com aquelas crianças? A súcubu não sabia mais e isso fez uma lágrima brotar e escorrer de seu olho esquerdo.

Wendy... Triste... Eu... Triste... — Thomas falou com a voz selvagem ao pôr a mão quente com garras no rosto da ruiva, secando sua lágrima com a ponta da unha, arranhando sua bochecha.

Livro 3 - O Resgate da Mãe AborrecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora