21 - Uma Última Missão

31 2 148
                                    

Ao se olhar no espelho, Peter sentiu que estava pronto para tomar um reino, mas voltou a realidade e pagou o barbeiro após agradecer.
___________________________________________

Muitas coisas estão acontecendo com Thomas, Wendy e Skyler, mas antes de mais um desfecho, falta uma parte importante à ser contada nessa história, a parte do nosso anti-herói e com isso, vamos voltar um pouco para entender melhor.

Após chegar em casa, comer alguma coisa e ajustar seu celular com hora e data descontroladas, entendendo que era manhã de sexta, o jovem percebeu sua mãe chegando com algumas sacolas de compras e foi até a cozinha, já que faziam vários dias que não se viam, principalmente para ele.

— Peter, você voltou. — A mulher de pele negra em tom um pouco mais claro que o dele e de cabelo alisado, parecia contente, mas bastou se virar, para o filho perceber que ela estava mais magra e com rosto muito cansado.

— Como vão as coisas por aqui? — Ele perguntou.

— Você sabe, eu limpo, lavo, cozinho e vejo TV, é só pra isso que as esposas servem, não é como se houvessem outras opções. — A mulher abriu um sorriso forçado, como se estivesse sem graça, enquanto um espasmo se tornou perceptível embaixo de seu olho esquerdo. Definitivamente, Peter não gostava de telepatas...

— Tudo bem, mas e o meu pai?

— Trabalhando por aí, ele arrumou um bico.

— Legal...

— Soube agora pouco que você precisa realizar a missão do mestre Zaad, se falhar, vou ter que me matar ou aquele seu amigo vai matar a sua irmã no hospital, então é melhor você conseguir, a não ser que queria me ver tomar um banho de gasolina e ascender um fósforo no peito. — A mãe de Peter falou com um sorriso espontâneo, mas seus olhos demonstravam dor, quase como um pedido de socorro.

Aquilo fez o elemental sentir um aperto no peito, mas ele apenas baixou a cabeça e foi para o quarto, onde ficou por pouco mais de meia hora, até a cabeça de uma velha calva, ligada a um pescoço fino e comprido como uma cobra, entrar pela janela, o olhando, enquanto um olho caía e se movia no ar, ainda ligado por um fio de carne.

— Bom dia, flor do dia. — A cabeça falou.

Na verdade, era apenas uma ilusão e a voz do telepata chegava diretamente em sua mente, mas até que daria para enganar os desavisados ou desesperados, como com Thomas muito tempo antes, quando tentou de alguma forma pedir ajuda, um erro que não iria mais cometer.

— Como vai ser? — O elemental perguntou de cara feia.

— Seus amiguinhos vão trocar o amuleto com os triclóides em algumas horas numa praia no Rio, pertinho da nossa base, olha que legal? Vou providenciar transporte e equipamento daqui a pouco. Sua missão será pegar o amuleto e reportar à mim, que darei a localização de metre Zaad, já que ele quer ter uma conversa com você, mas só após se redimir com ele.

— Tudo bem... — Peter resmungou.

— Se eu não puder, mando alguém entrar em contato, no começo da noite chegará pelo porto uma carga de adolescentes tailandesas e outra com uma morfadora menor para um cliente especial, preciso me encontrar com o fornecedor pra manter a relação e não sei a hora que vou voltar, então estará por sua conta.

— Tá...

— Temos um informante entre os triclóides, ele dará novos detalhes caso algo mude, então recomendo se focar em reaver o amuleto com seus amiguinhos. Não iremos arriscar que nosso informante seja descoberto, então não saber quem ele é.

Livro 3 - O Resgate da Mãe AborrecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora