— Se prestasse mais atenção nas reuniões, não faria perguntas tão idiotas. — A elemental retrucou.
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Olá outra vez, eu sou o Viajante. Decidi interromper o relato de Thomas para situar você sobre uma confusão que começará pouco a frente e movimentará muito as próximas horas. Então é melhor começarmos logo, pois deve estar com uma certa curiosidade quanto ao que acontece após a parte anterior.
Não muito longe do motel, um íncubu de cabelo liso bem cortado e cavanhaque diabólico, junto a um homem asiático, careca e com um fino "rabo de cavalo", estão sentados nos sofás da casa de uma moradora, a qual cedeu o lugar para eles por um tempo, simplesmente por acreditar que devia.
— Está quase na hora. — O psíquico levava um copo de água gelada até a boca.
— Até que eu não me incomodaria em esperar mais um pouco. — O íncubu bebia uma limonada exageradamente doce, enquanto descansava seus pés no terceiro assento do sofá e passava a mão em seus chifres pontudos, os quais não existiam para a dona de casa em pé ao seu lado. — Mais um pouco, meu bem.
— Você demorou. — O psíquico falou ao mover um dedo e a porta trancada se abrir para uma mulher robusta de pele negra e vistosos cachos caídos sobre os ombros.
— Desculpe, estava andando pelo lugar. — Dois entrou lentamente, enquanto olhava a casa. — Tire os pés do sofá. — Ela falou com Três assim que o viu deitado.
— Estraga prazeres... A Dolores aqui não se importa, não é mesmo?
— Minha casa é casa de vocês, não se preocupem. — A mulher de meia idade e um pano amarrado na cabeça, parecia sorrir sem saber o motivo, o que fez Dois revirar os olhos. Ela não era fã de hipnose, mas confiava em Um o suficiente para não se preocupar com o que fariam com aquela mulher.
— O Rio é bonito, mas faz um calor desgraçado, ainda mais sem ar condicionado, um gelinho cairia bem. — Três estendeu a mão, com um ar propositalmente esnobe, mas tudo o que Dois fez, foi passar por ele, pegar o terceiro copo na mesa, enchê-lo de suco e se sentar com o líder.
— Tem razão. — A mulher balançou o líquido no copo, que rapidamente esfriou a ponto de começar a congelar. Depois moveu a outra mão, fazendo o calor no lugar sumir, baixando a temperatura ambiente de 34 para 22°.
— Exibida... — O íncubu murmurou por sua limonada continuar quente e a elemental levantou o copo, como se brindasse ao momento, até que quase se engasgou com o açúcar exagerado. Por que sedutores e fadas gostavam das coisas tão doces?
— Devemos ligar os pontos. — O psíquico falou ao fazer seu copo flutuar em direção a mão da anfitriã, que o pegou e seguiu para a cozinha.
— Não seria mais fácil só garantir a troca? — O íncubu perguntou ao se sentar e beber o resto de seu suco de uma vez, pondo o copo sobre o sofá.
— Se prestasse mais atenção nas reuniões, não faria perguntas tão idiotas. — A elemental retrucou.
— Pelo menos eu chego na hora. — Três retrucou ao contar vantagem, deixando a colega de cara feia. Por que ele tinha que ser tão irritante?
— Deixem as brigas para depois. Precisamos agir cautelosamente, as próximas horas decidirão o futuro. Dois, confio mais em você para aquela tarefa. Quando eu der o sinal, vá fazer o que pedi mais cedo, Seis ganhará tempo.
— E cadê o careca? — O íncubu perguntou, indicando que o colega não estava na reunião e ainda sim, ele era o "irresponsável" do grupo.
— Está vigiando as crianças. Isso foi discutido essa manhã... — Dois falou com certo desprezo para com o íncubu, que ficou sem graça por não lembrar do detalhe.
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Livro 3 - O Resgate da Mãe Aborrecida
Science FictionApós uma traição vinda de uma das pessoas que menos esperava e com a equipe agora desfalcada, Thomas recebe a mensagem do alienígena que sequestrou sua mãe, marcando o local da troca, a cidade do Rio de Janeiro. O resgate? Um amuleto que põe em risc...