Vira-lata

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Andando pelas ruas cheias

Agoniado perante o estrupo

Espantam-me com apupos

Fujo para o nada que me rodeia

Ziguezague sem fim

Sigo o aroma desconhecido

Busco um amigo

Será que alguém terá pena de mim?

Meu corpo esfuzia

Diante da estranha companhia

Eu só quero sentir o calor

Mas tudo que tenho é o violento torpor

Minhas lágrimas ninguém vê

Viram o rosto em negação

Proferem adagas afiadas

Perfuram este ingênuo coração

A lua me segue

Pelas noites tão frias

Só ela consegue

Enxergar esta criatura vadia

Vago

Divago

O martírio tem fome

Não está vazio seu prato

A esperança ele consome

Meus olhos radiantes

Apagam-se num instante

Não era ouro o que luzia

Era só mais um caco na rua vazia

E a lua não se cansa

De velar esta criatura mansa

Ziguezagueando sem fim

Oh Deus, será que alguém terá pena de mim?

Pensamentos, Sentimentos e TormentosOnde histórias criam vida. Descubra agora