Palavras ao Vento IV

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Quando as horas palpitam

Dolentes os olhos a lacrimejar

Quando as palavras vacilam

Silentes começam a divagar

Em meio aos meus lúgubres desatinos

Estás tu, maroto menino

Pulando por meus sonhos, destemido

Rindo ao pé d'ouvido

Abstrato

Agridoce sensação

Caricato

Risível emoção

Estás onde meus dedos não alcançam

Martelando doces injúrias

Pregando-as em minhas lembranças

O que és

Senão um hábil bruxo?

O que fazes

A não ser te dar ao luxo

De me machucar?

Com teus feitiços travessos

Virou-me do avesso

Amansando a ilusória alegria

Despertando a real agonia

Tu reges esta tétrica sinfonia

Um corpo fatigado

Notívago por natureza

Na escuridão vive sua sina

Sonhando com a intangível beleza

Contemplando o horror que lancina

Por quê?

No palpitar das horas mortas

Um trovão o silêncio corta

No paraíso de um tênue vislumbre

Uma lágrima solitária sucumbe

Pensamentos, Sentimentos e TormentosOnde histórias criam vida. Descubra agora