Morra, Branca de Neve!

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Os cabelos em teus seios caindo
Leves em teu peito pousando
Desfalecidos fios negros
Trazendo o brilho da noite eterna

Teus lábios de botão
Feito rosas a desabrochar
Tão carnudos e vermelhos
Prontos para outros lábios tocar

Tua pele
Nunca vira a luz do dia
Tão macia e sem calor
Apenas almejando
Que a toquem com amor

Criatura etérea
Que este mundo não pode compreender
Imaculado anjo caído
Que a este mundo não pode pertencer

A prece morre nos lábios
No peito a mais cruel devoção
À firmeza e ao encanto
Que faz cegar o coração

Sublime...
Ó, Doce Perfeição!

Teu pálido corpo desnudo
Sobre outro está cavalgando
Só assim ele tinha tudo
Só assim ele estava esperando

Garota ingênua
A maldade tinha gosto de primavera
Entregou-te ao desejo
Que em tua boca se desfizera

Teus lábios de sangue
De uma fonte seca bebera
Tentando absorver gotas de ilusão
Calma tornou-se tua respiração

O sono então chegou
Pérfido e inocente
Assim como teu anseio
Enquanto teu corpo está dormente
Perdida e confusa encontras
Num mundo de um único devaneio

Pensamentos, Sentimentos e TormentosOnde histórias criam vida. Descubra agora