A Fera

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Escondo-me na escuridão

Para que ninguém veja estas lágrimas furtivas

Tapo com a mão

A dor que de meus lábios se esquiva

O dia é meu inimigo

Revelando o que quero ocultar

Só à noite eu consigo

Tranquila caminhar

Sou feita de desastres

E de uma sana indomável

Também oculto esta parte

Vestindo-me de um ser afável

Olho pela janela

Vejo a doente sincronia

Uma canção à capela

Compõe a supérflua harmonia

Do escuro eu o vejo

Tão simples quanto um grão de areia no deserto

E, ah, eu desejo

Poder vê-lo mais de perto

A grosseria em contraste com a candura

A podridão da semente

Encarando a árvore madura

O sorriso acanhado

O olhar ameno

Isso está errado

Não o farei beber deste veneno

Quem amaria

Tal horrenda criatura?

Uma gárgula fria

Prostrada sobre uma sepultura

A rosa se esfacela

Enquanto olho pela janela

O mundo é muito bonito

Para um ser tão maldito

Escondo-me na escuridão

Sonhando com o que nunca terei

Sonho que virou obsessão

Do qual eu não mais despertei 

Pensamentos, Sentimentos e TormentosOnde histórias criam vida. Descubra agora