Quando a loucura torna-se hábito
A chuva cai para cima
A dor não mais lancina
O fardo sopra seu fétido hálito
O alimento insulso
Torna-se um manjar dos deuses
O derradeiro impulso
Cometido tantas vezes
Dormir para quê?
Nem sei se o sonho ainda existe
O pesadelo de viver
Torna-se cada vez mais triste
Quando a loucura torna-se corriqueira
Deixa-se tudo para mais tarde
Ninguém faz alarde
Debaixo do tapete é para onde vai toda a sujeira
Sussurros na madrugada
Faces mascaradas
Novelas passadas
Louvam a inércia adorada
Os dias declamam uma ode à insanidade
Quem vê de fora
Exala piedade
Por quem ali dentro se demora
Terá fim o martírio
De quem assiste a tal delírio?
Cenário infame
Oh, sensatez, queres que eu clame?
Rasas personagens
Interpretando o papel de suas vidas
Avistam miragens
Cutucam feridas
Quando a loucura torna-se rotina
Quem está errado?
O olhar do abismo desatina
Eu pertenço a qual lado?
Ninguém sabe ao certo
Quando começou
Será que desse devaneio eu desperto
Ou a insânia já me dominou?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pensamentos, Sentimentos e Tormentos
PoesíaAqui estão relatados sentimentos, pensamentos, tormentos, ilusões, fantasias, risos e lágrimas, enfim, tudo que se pode caber em um pequeno coração fechado e uma grande mente aberta. Desfrutem!!!