Balada

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Saímos do escritório da S/N e vamos em direção ao hotel em que estamos hospedados, eu e Simon ficamos em silêncio por algum tempo até que o mesmo quebra o silêncio quando chegamos ao carro e começo a dirigir.

Simon - Que mulherzinha insuportável. 

Fala e começa a mexer no celular.

Simon - Quem ela pensa que ela é para ficar nos menosprezando como se não fossemos ninguém?

Jay - Você tem que lembrar que para ela não somos ninguém. Ela não nos conhece e não tinha a obrigação de nos ouvir.

Simon - Tá defendendo aquela mulher estranha porquê? Você viu a forma que ela se veste? Eu não sabia se aquilo era um vestido ou uma capa de chuva, deve ser para esconder a baranga que ela deve ser por baixo daquela roupa.

Ele diz e quando eu não digo nada ele continua.

Simon - O quê está acontecendo? E o que houve naquele elevador para ela resolver nos receber , já que antes ela estava cheia de marra? Você beijou ela? 

Eu dei uma risada e ele continuou.

Simon - Você beijou né seu prostituto? Isso aí qualquer sacrifício pela empresa. Ela deve ter um bafo de dragão mas dá uma bala pra ela e continua o serviço.

Jay - Não é nada disso - falo rindo de sua imaginação - Eu não a beijei, só disse que o trabalho da minha vida inteira estava nas mãos dela e ela concordou em nos receber.

Simon - Só isso? Mas eu vi você encostando ela na parede.

Jay - Aquilo foi um impulso, eu estava desesperado para que ela nos ouvisse.

Simon - Eca,  ela deve feder.

Jay - Na verdade, ela tem um cheiro...De mel..Acho que era o shampoo dela, percebi que o cabelo dela era muito cheiroso.

Simon - Menos mal então.

Jay - É ...

Digo, enquanto penso no fato de seus olhos terem cor de mel e ela também ter um cheiro delicioso de mel. A maioria das mulheres usam tantos perfumes, perfumes fortes e comuns..O cheiro dela, era dela, era singular, doce e ao mesmo tempo muito suave. Mas porque eu estou pensando nisso?

Chegamos ao hotel e nos encontramos com Gray e Loco para almoçar, descubro que enquanto eu e Simon estávamos na Wade Records eles tinham passado a manhã na praia e conhecido algumas brasileiras que os convidaram para uma boate para comemorar nossa chegada.

Gray - Vai chefinho,  vamos conhecer as baladas do Rio de Janeiro, elas disseram que vão levar várias amigas, vai ter muita morena sambando e dançando funk.

Simon - Vamos , tô doido para fazer turismo.

Loco - Turismo? Também estava querendo ir no Cristo Redentor.

Simon começa a rir da inocência de Loco e diz.

Simon - Turismo Sexual Loco hahaha quero explorar as bundas brasileiras.

Começo a rir da conversa deles e no fim acabo cedendo. Não estava com cabeça para aquilo mas sabia que eles não me deixariam em paz.

Jay - Acho que sair uma noite não vai fazer mal.

Após o almoço resolvo descansar um pouco até a hora da balada, a muitos anos que não sei o que é dormir direito. Deito na cama e ainda me sinto exausto,  físico e mentalmente. Começo a lembrar dos acontecimentos da manhã e lembro do olhar assustado da S/N quando o Simon encostou no braço dela, foi uma sensação estranha observar seus olhos se encherem de água, porém quando encostei nela ela agiu completamente diferente e ali pensando nos seus olhos e no seu cheiro acabo pegando no sono, um sono calmo e profundo que não tinha a anos.

Whatever it takes - Jay ParkOnde histórias criam vida. Descubra agora