Whatever it takes - Jay Park

Lembranças

AVISO: Esse capítulo contém conteúdo sensível que pode ser um gatilho para algumas pessoas!

Estou totalmente vulnerável diante do olhar preocupado do Jay. Eu nunca quis falar sobre essa história, nem mesmo com um terapeuta. As lembranças que me atormentam e não me deixam dormir sem a supervisão do G Dragon. As lembranças que me impedem de usar uma roupa mais colada. As lembranças que não me deixam andar por aí com os cabelos soltos e despreocupada como as outras mulheres da minha idade. Eu não queria falar sobre isso. Não queria despejar toda essa droga no Jay assim. Eu nem sei onde tudo isso vai dar já que em algum momento ele vai ter que voltar para a Coréia, então porque mesmo assim eu sinto que preciso me abrir com ele? Por quê não consigo mentir diante de seu olhar tão terno e preocupado? As lembranças me levam as lágrimas e tento me controlar enquanto o Jay passa sua mão suavemente pelo meu rosto secando as mesmas.

Jay - Confia em mim! Se abre comigo.

Após pensar muito resolvo contar.

S/N - Jay, quando eu tinha 10 anos de idade eu comecei a me desenvolver como mulher. Eu me desenvolvi muito cedo então nessa idade meus seios já estavam crescendo e eu já tinha feições de adolescente. Eu e o G Dragon morávamos com o meu pai e o meu pai nos criou da melhor forma que pode. O G Dragon era filho da governanta da casa uma senhora doce que cuidou de mim desde que eu era um bebê e quando a mãe dele morreu meu pai o criou como se fosse um filho e deu a ele tudo que me deu. Nessa mesma época meu pai recebeu em casa um Senhor chamado Rodolfo que devia ter uns 60 anos na época e ele me olhava de uma forma que me incomodava muito, sempre que ele se aproximava de mim eu me agarrava ao meu pai ou ao G. Ele sempre me fazia perguntas inconvenientes, perguntava se eu era virgem, se eu me tocava, coisas do tipo... Eu tinha muito medo disso, mas nunca falei sobre isso com o meu pai pois tinha medo que ele ficasse decepcionado comigo.

Sinto um nó na garganta e preciso de uma pausa para me recuperar. O Jay continua me olhando com seus olhos atentos que agora parecem tristes.

Jay - Meu amor seu pai jamais ficaria decepcionado com você, a culpa não era sua esse homem que era um doente.

S/N - Hoje em dia eu sei disso Jay mas na época eu só tinha 10 anos. Então com o tempo foi ficando pior. Ele tentava entrar no banheiro enquanto eu tomava banho, ele ficava me olhando enquanto eu estava de biquini na piscina e uma noite ele entrou no meu quarto, se deitou por trás de mim apalpou meus seios e me tocou lá... Eu fiquei tão desesperada que depois que ele saiu do meu quarto eu corri para o quarto do G e me agarrei a ele. Ele não entendeu nada, pensou que eu estava com medo de algum fantasma e eu só sabia chorar e abraça-lo porque sabia que o fantasma que me assombrava era real. Depois daquele dia eu nunca mais consegui dormir sozinha. O G passou a dormir comigo toda noite, então nas noites seguintes ele tentou entrar no meu quarto algumas vezes, mas em todas elas o G estava lá velando meu sono e mesmo depois que ele foi embora, ele ainda faz isso, eu só consigo pegar no sono com ele me observando e por isso fazemos chamada de vídeo todos os dias na hora de dormir.

Jay - Eu sinto muito que você tenha passado por isso meu amor, mas isso não é motivo para se esconder.

S/N - A história não acabou por aí Jay.. Depois disso ele foi embora e eu achei que estava livre dele para sempre até o dia do meu aniversário de 16 anos, na época eu e o G já estávamos namorando mas eu ainda era virgem e estava muito feliz com o meu aniversário pois todos os meus amigos estariam lá e o meu pai tinha organizado uma festa linda para mim. Então eu me arrumei toda,  coloquei um vestido bem justo e curto que valorizava minhas curvas, estava com meus cabelos soltos e um salto alto. Aquele dia eu dancei tanto, ri tanto e comecei a beber pois estava muito alegre. O G e o meu pai tinham ido preparar uma surpresa para mim que era um cantor famoso que eu gostava na época então eles se ausentaram da festa para buscar o mesmo e eu aproveitei para beber e dançar cada vez mais. Eu estava aproveitando aquela noite como nunca até que vi aquele homem parado perto do bar olhando cada movimento meu, já tinham se passado 6 anos mas o pavor que eu sentia daquele homem me fazia sentir que eu tinha 10 anos novamente. Ele começou a vir em minha direção e a minha primeira reação foi fugir dali. Eu saí da festa e fui procurar meu pai no quarto dele mas ele não estava,  quando percebi aquele homem já estava atrás de mim.