O início

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06:00

O som incômodo do despertador ecoava pelo quarto branco. Uma mão pálida e delicada saiu debaixo dos edredons para pôr um fim nesse som infernal. Ela resmungou por não ter conseguido dormir mais cedo. Talvez essa seja a época mais difícil da vida dela. Chichi se sentou na cama e passou as mãos pelos cabelos desarrumados para tentar doma-los. Se levantou, extremamente cansada. Talvez ela realmente devesse tomar um chá para dormir melhor. Se espreguiçou sutilmente e caminhou para o banheiro, onde largou suas vestimentas no chão e se pôs a tomar um banho rápido. Escovou seus dentes e penteou seus cabelos. Olhou para sua necessaire de viagem na prateleira do banheiro. Faria mal passar um pouco de maquiagem? Não. Chichi fez uma careta e desistiu. Caminhou nua até seu closet para pegar seu uniforme vermelho escuro.

-Não há descanso para quem salva vidas. -Ela disse, pesarosa.

Antes de vesti-lo, se pôs em frente ao grande espelho que ela possuía. Passou a analisar todo seu corpo. Será que ele voltaria a ser como antes?

Chichi acariciou sua barriga. Estava com 28 semanas de gravidez. 7 meses. Seu bebê nasceria logo. Ela definitivamente não estava preparada. Seria mãe solo, e seria difícil.

Vestiu seu uniforme, calçou seus sapatos confortáveis, vestiu um casaco branco e pegou sua bolsa e saiu de seu quarto. Antes de descer para a cozinha, Chichi caminhou até o quarto ao lado, onde seria o quarto de seu bebê. Não havia quase nada para o pequeno. Chichi ainda não tivera tempo para montar o berço. Ao menos, Bulma já havia montado o guarda roupa para o neném.

Ela suspirou e desceu para a cozinha. Abriu sua geladeira e pegou uma tigela com iogurte de morango. Colocou granolas dentro da tigela e saboreou. Era uma das poucas coisas que não lhe causava enjoo.

Seu celular tocou, e prontamente ela atendeu, já sabendo que levaria bronca.

-Chichi, você já deveria estar aqui no hospital.

-Eu sei, relaxa.

-Chegou o novo médico residente e você aí ainda. Você vai ficar com ele no período de adaptação.

Chichi desligou. Revirou os olhos, sem paciência alguma. Mas sabia que Bulma estava certa. Ela já deveria estar na emergência do hospital. Os pacientes não tem hora marcada.

A morena saiu de sua casa, caminhando em passos longos para o hospital. Era apenas 2 quadras de distância, chegaria rápido.

Foi recebida no hospital pelo bom humor de Bulma, que mesmo estando brava mais cedo em ligação, Bulma não conseguia manter o mau humor quando sua melhor amiga estava por perto.

-Bom dia, doutora Chichi. -Bulma brincou.

-Bom dia, enfermeira Bulma.

-O novo residente está te esperando.

-É? E como ele é?

-Achei ele bem humorado, com um sorriso bobão.

-Ah que maravilha. -Chichi debochou.

-Ei, não julgue sem conhecer antes. Ele parece que será um ótimo médico.

-Não estou julgando, mas se ele for do tipo que conta piadas 07:00 da manhã eu já não quero mais contato com ele.

-Deixa de...

Ela não pôde terminar, uma maca com uma mulher desmaiada sendo trazida por paramédicos, chamou a atenção delas.

-Mulher branca, 18 anos, pressão 9 por 8, respirando normalmente.

-Sala de tratamento 2. -Bulma os guiou. -Doutor Vegeta. -Bulma gritou pelo médico para socorrer a mulher.

O médico alto, surgiu correndo e seguiu para a sala de tratamento 2.

Chichi respirou fundo e foi para a sala onde ficavam os armários, onde os médicos poderiam descansar um pouco também.

Colocou sua bolsa dentro do armário e uma figura alta entrou.

-Ah, é a doutora Black?

-Sim. -Ela afirmou colocando seu crachá em seu uniforme.

-Sou o doutor Son, o...

-O novo residente. Ficarei com você no seu período de adaptação.

Ele sorriu gentilmente e Chichi aproveitou para olha-lo melhor, enquanto ele estava distraído mexendo em seu celular.

Ele parecia ter uns 31, os cabelos eram grandes e espetados, mas não de um jeito ridículo. Ele parecia forte, com certeza fazia academia. Ele era alto, alto demais.

-Ah, me desculpe se mexo muito no celular. Estou conversando com a babá do meu filho.

-Você tem filhos?

-Apenas 1. E você? Tem mais além do que está na sua barriga?

-Não.

-Mãe de primeira viagem. O pai deve estar feliz.

-Anh...

-Não quero incomoda-la, doutora Black. Insisti para que o doutor Vegeta fosse meu guia nesse período.

-Não incomodará. Não estou podendo fazer muita coisa nesse período. Trato apenas pacientes com leves lesões. Nada demais.

-Ah que bom. Vamos? -Ele abriu a porta e deu passagem para a moça.

Chichi passou por ele.

-Ah que cavaleiro.

-Obrigado. Eu tento.

Bulma acenou para eles.

-Paciente para vocês na sala de tratamento 1.

Eles seguiram para a sala. Entraram, antes de falarem com o paciente, passaram álcool em gel nas mãos.

-Bom dia, Sarah. -Chichi cumprimentou a menininha sentada na maca de hospital. -Bom dia, mamãe. Eu sou a doutora Black e esse é o doutor Son. Pode me dizer o que aconteceu?

A mãe da menininha gentilmente acariciava os cabelos loiros dela.

-Ela insistiu em ir ao parque antes de ir à escola. Subiu no escorregador e caiu lá de cima. Depois ela gritou de dor.

-Tudo bem, deixe me ver suas mãos, Sarah.

A menininha deu as mãos para a Black, ela analisou seus dedinhos, e seus braços, para ver se não houve fratura.

-Aonde dói, Sarah?

-No meu pé.

Chichi deslizou para o pé direito da menina.

-Aqui?

-Sim.

Chichi fez alguns movimentos e pôde ter certeza que ela havia quebrado o pé.

-Ela bateu a cabeça quando caiu, mamãe?

-Sim.

Black se aproximou da menina.

-Sarah, segue meu dedo com seus olhos.

Goku analisava aquilo tudo ansioso. Mal podia esperar pra ver quando poderia realizar os diagnósticos dos pacientes sozinho.

-Vou pedir um raio x das pernas e uma tomografia da cabeça para garantir que não houve nenhuma lesão.

Chichi anotou tudo na ficha de Sarah. Eles saíram da sala e Black deu a ficha para uma enfermeira.

-Aqui é sempre tão tranquilo assim?

-Nem sempre.

Enquanto esperavam o resultado dos exames da Sarah, doutora Black e doutor Son conversavam para conhecerem seus parceiros direito.

-Chi, posso fazer uma pergunta pessoal?

Chichi estranhou o apelido que ele usara com ela. Apenas seu marido usava com ela.

-Diga.

-O que houve com o pai do bebê?

Ela fez uma careta.

-Como você sabe?

-Estudei um pouco de psicologia. E meio que tá escrito na sua testa.

Ela deu um riso fraco, mas sincero para ele.

-Fui casada. Por 4 anos com um militar. Ele se chamava Turles Black. Ele morreu em uma missão. Descobri a gravidez 1 dia depois do seu enterro.

-Nossa, eu sinto muito, Chichi.

-Tudo bem, pelo menos ele me deixou alguém.

-É. Meu filho se chama Gohan. A mãe dele esperou colocar ele no mundo para depois fugir com um ricaço e abandonar o próprio filho. Me desdobrei, fiz o possível e o impossível para cuidar dele. Ele precisava da mãe, e ela o abandonou antes de fazer um mês de vida.

-Que tipo de mãe é essa?

-Não faço ideia. Tive muito apoio da minha família. Mas é difícil ser pai solo.

-Imagino.

A enfermeira voltou com os resultados. Chichi analisou e entregou para o Goku.

-Que tal você dar as notícias?

Goku assentiu e entraram na sala.

-Bem, Sarah, você quebrou seu pé, terá que usar gesso por algumas semanas. Nenhuma lesão na cabeça. Você está ótima, a julgar pelo seu pé quebrado.

-Ah, graças a deus. -A mãe voltou a acariciar a menina.

-Vou avisar a ortopedia que você está subindo para colocar o gesso. -Chichi sorriu gentilmente.

Goku pegou uma cadeira de rodas e colocou a menina na cadeira e a empurrou para fora da sala, enquanto Chichi avisava a ortopedia que logo teria uma nova paciente. Goku levou a mãe e a menina para o elevador do hospital.

Doutora Black suspirou e colocou as mãos nas costas. Sua barriga estava cada vez mais grande e pesada. Estava difícil para ela.

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