Bebê

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13:33
Doutora Black conversava com a enfermeira Bulma na sala de atendimento sobre um paciente que Chichi acabara de dar alta.
O assunto não pôde continuar, pois logo uma maca com um bebê entrou na sala de emergência, os paramédicos andavam rápido. Chichi vestiu as luvas descartáveis rapidamente e correu até a maca.
-Bebê, 9 meses, vômitos, respiração fraca, teve uma convulsão no caminho pra cá e desmaiou 2 vezes.
-Sala de tratamento 4.
Colocaram a maca ao lado da maca do hospital. Os paramédicos e enfermeiras seguraram na maca.
-Transferência na minha contagem, 1, 2, 3...
O bebê foi colocado na maca do hospital e os paramédicos se retiraram. O bebê estava pálido e magro demais para um bebê da sua idade.
-A mãe está aí fora?
-Não. -Bulma respondeu enquanto checava a febre do bebê. -38 de febre.
-Pressão sanguínea 100 por 40. -Uma outra enfermeira estava no quarto para salvar a vida do pequeno.
-Batimentos cardíacos caindo. - Chichi as avisou.
Chichi pegou uma lanterna e ligou. Abriu os olhos bebê e passou a luz da lanterna por cima.
-Os olhos não seguem a luz. Ok, quero uma tomografia da cabeça e do corpo, exame toxicológico, de sangue, raio x dos pulmões, hemograma e ecocardiograma.
As enfermeiras empurraram e puxaram a maca para levar o bebê para o andar de cima para fazer com urgência os exames.
-Cadê o meu bebê? Aquele ele era o meu bebê? Era o meu bebê, aonde ele vai?
Doutora Black se virou e viu uma mulher branca, cabelos curtos negros, parecia jovem demais para ser mãe.
-Senhora, se acalme. Elas estão levando seu bebê para fazerem exames para descobrir o motivo dele estar doente. Enquanto isso, a senhora pode vir comigo para preencher a ficha dele?
A jovem relutou um pouco, mas aceitou fazer a ficha. Chichi a levou para a sala de espera e se sentou com ela e fez algumas perguntas enquanto preenchia a ficha.
-Qual seu nome e o nome do bebê?
-Sou Caroline, o bebê é... o nome dele é... Finn.
-Finn? Ah, ok. -Chichi a encarou receosa.
-A senhora tem quantos anos?
-18.
Era jovem demais. Deveria ter acabado a escola em poucos dias.
-A sua família tem histórico de alguma doença hereditária? Qualquer uma.
-Não... nenhuma.
-E o pai do bebê?
-Não...
-A senhora teve complicações no parto?
-Não.
-O bebê tem alguma doença?
-Não.
-O que aconteceu então? -Chichi estava perdendo a paciência, e seu lado mãe já estava se manifestando.
-Eu não sei. Ele não diz. Ele só chora, e chora, só isso. É irritante.
-Bebês choram, Caroline.
-Mas tem que ser tanto?
-Onde estão os avós dele?
-Do outro lado da cidade.
-Diga mais sobre o choro do Finn.
-Ele é um chorão. Sabe? Do tipo que berra de madrugada quando todos estão dormindo.
-E teve algum dia que ele chorou mais que o normal?
-Essa semana. Ele começou a chorar muito mais que o normal. Até pensei em deixar ele na casa dos meus pais uns dias. Eu já estava com dor de cabeça.
-Quem chamou a ambulância?
-A vizinha do lado. Ela disse que não era normal.
-Entendi. Você pode esperar aqui? Preciso ver umas coisas.
-Ok.
Chichi se levantou e começou a andar rápido pelos corredores do hospital, acabou trombando no doutor Son.
-Hey, eu estava te procurando.
-Não tenho tempo, tenho que falar com o Lapis.
-Com o diretor do hospital? O que houve?
-Vem comigo e te explico no caminho.
-Tô ouvindo.
-Recebi um paciente hoje, um bebê, estava com febre, sinais vitais fracos, pressão baixa, desmaios e convulsões.
-Lista extensa. Mas o que o Lapis tem com isso?
-Acho que foi a mãe dele. Ela é jovem demais.
Eles entraram no elevador e Goku colocou o número 11° andar, diretamente na diretoria do hospital.
-A mãe bateu nele?
-Ela tem 18 anos e reclama muito do choro do bebê. Parecia que o bebê nem tinha nome ainda.
-Que monstro!
-Espero estar errada, mas é tudo que indica.
-E o bebê?
-Mandei para uma bateria de exames para ver se não é nenhuma doença.
-Nunca vi uma doença assim.
-Nem eu, só as doenças causadas.
Eles chegaram ao andar da diretoria do hospital, caminharam rápido até a sala do diretor e bateram na porta.
Um homem alto, de cabelos pretos e compridos até os ombros, calça jeans, camisa preta e uma bandana laranja no pescoço abriu a porta.
-Lapis.
-Doutores, o que fazem aqui longe da emergência?
Ele cedeu espaço para que Chichi e Goku entrassem e Chichi batia o pé de nervosismo.
-Eu acho que tenho um caso pra chamar o conselho tutelar e a polícia.
-Os problemas nunca acabam. -Lapis se sentou na sua cadeira. -O que é?
-Recebi um bebê hoje, tinha febre, sinais vitais fracos, desmaios, convulsões, ele estava pálido e magro. A mãe chegou em seguida. Fiz a ficha dela, e ela foi bastante fria em relação ao bebê.
-Fria?
Chichi e Goku se sentaram na cadeira em frente à mesa de Lapis.
-Ela disse que o choro do bebê a irritava muito. Parecia que o bebê nem tinha nome ainda, parece que ela pensou de última hora.
-E o bebê?
-Ele está fazendo exames para descobrir o que tem, mas acho que temos um caso de agressão.
-Tudo bem, vou ligar pra minha irmã. -Ele pegou seu celular e os doutores fizeram uma careta. -Ela é detetive da delegacia.
-Ah, claro.
-Enquanto isso, Doutora Black, vá verificar o bebê. Veja como estão os exames dele. Minha irmã vai chegar logo.
Ela assentiu com a cabeça e ela e o Goku saíram da sala. Entraram no elevador e desceram de volta pra emergência.
-Doutora Black, tenho uma paciente idosa para tratar. Me mantenha informado do seu caso, por favor!
Goku se retirou em passos largos.
Chichi saiu do elevador e Bulma veio logo com o resultado dos exames.
-Eu nunca vi nada disso, Chichi. O que acha que é? E você foi falar com o Lapis? Por quê?
Doutora Black lia atentamente os resultados do Finn, nem deu atenção as perguntas de Bulma.
-Mas que... filha da puta... -Chichi sussurrou. Ainda estava em seu local de trabalho. Não era o melhor local para fazer xingamentos obscenos.
-O que foi, Chichi?
-Isso é síndrome do bebê sacudido. Ele tem um sangramento no cérebro.
-SBS? Nunca recebi um caso assim...
-Tem sorte. Já quero meter a mão na cara daquela mulher.
Elas caminharam para a sala de tratamento onde estava o bebê. Ele ainda estava em péssimo estado. Mas já parecia um pouco melhor depois dos medicamentos que as enfermeiras haviam dado.
-Coitadinho! -Bulma choramingou. -O que vai acontecer com ele? Apoio respiratório?
-Não...- Chichi mostrou o resultado da tomografia da cabeça para Bulma. -O sangramento dele é muito intenso. Vai precisar de uma cirurgia.
-Meu deus!
-E nem acaba. O hemograma mostra que o sangue está muito ralo. Dê um miligrama de anticoagulante para ele. Vou ser se a detetive chegou.
Chichi saiu da sala de tratamento e uma mulher loira, de olhos azuis e usando jaquetas jeans estava rodeando o local.
-Você é a doutora Black?
-Sim. Detetive...
-Lazuli.
-Ok, detetive Lazuli. Eu tenho um caso de um bebê com um sangramento no cérebro e as suspeitas caem sobre a mãe.
-Onde a mãe está?
-Deixei ela na sala de espera. Escute, o bebê tem uma síndrome chamada síndrome do bebê sacudido. Essa síndrome surge quando um bebê é sacudido com muita força, geralmente vem de pessoas que não suportam o choro do bebê. Quando conversei com a mãe. Ela pareceu bastante incomodada com o choro dele.
-E o bebê?
-Vou encaminha-lo para uma cirurgia de emergência para interromper o sangramento. Eu iria precisar da autorização da mãe, mas...
-Ela não deixaria fazer a cirurgia, para deixar o bebê morrer.
-É o que acho.
A detetive suspirou.
-Adoraria que esse fosse um caso único, mas já recebi um caso assim antes. Os pais foram presos por homicídio.
-Eu vou fazer o possível para que esse não seja mais um caso de homicídio para você.
A detetive assentiu e Chichi apontou para a mãe do bebê na sala de espera. A loira foi atrás da mãe e começou a conversar com ela.



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