Decisões

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Os raios solares atravessavam a imensa janela de vidro da cafeteria, dourando a pele branca de Goten. Empacotado e bem vestido em roupas brancas e azuis, dentro do bebê conforto que estava em cima da mesa de madeira da cafeteria elegante, ele se distraía com o barulho insistente de um metal batendo em uma delicada porcelana. Chichi, rendida e decadente, tinha seus cabelos desarrumados em algum tipo de coque, usando uma regata branca e uma calça preta, com qualquer calçado. Suas olheiras estavam bem evidenciadas, já que não havia dormido nada noite passada. Ela mantinha seus olhos fixos na cadeira do outro lado da mesa, e rodava incansavelmente a pequena colher dentro da xícara, misturando a baunilha com seu café, apesar de que já estava fazendo aquilo há um bom tempo, e a baunilha já estava mais que misturada ali. Foi despertada de seu transe apenas quando uma desajeitada surgiu tropicando e trombando nela, e se sentar na cadeira que ela estava encarando.

-Bom dia, amiga!

-Bom dia, Bulma.

-Nossa, mas que cara, hein? Não dormiu nada né?

Chichi, que até então não tinha encarado Bulma, levantou seus olhos para ela. Da mesma maneira que ela, ela também tinha olheiras, indicando que ela também não tinha dormido nada. Trajava o costumeiro uniforme hospitalar, seus cabelos azuis claros, presos num rabo de cavalo baixo, mas com a raiz totalmente desarrumada, como se ela tivesse feito às pressas.

-Você também tá um caco!

-Ai, nem me fala. Noite péssima, mas a noite eu te conto. Vegeta me contou. O que você vai fazer?

-Falta de empatia, crueldade e monstruosidade que posso definir a maioria daquelas pessoas. Mas veja, eu poderia ir correr atrás judicialmente e ter meu direito de morar ali. Mas, Bul, não sou mais uma adolescente querendo debochar ou afrontar as pessoas. Tô ficando velha, tenho um filho, e a última coisa que eu quero é ficar num lugar onde não sou bem vinda, quero paz. Esse aviso de despejo é um divisor de águas, sei quem me queria ali, e quem não queria. Mas quero viver num lugar onde me sinto confortável, e um lugar melhor para Goten crescer. E já tá mais que na hora de eu parar de morar de aluguel! Só estive ali todo esse tempo por conta das lembranças que tive ali.

-É o tipo de resposta que eu esperava ouvir de você! Eu te compreendo, Chi! Sei que toma as melhores decisões para sua família, e eu amo você. Então... -Ela fuçou o bolso da calça e sacou as chaves da casa e jogou na mesa. -Pode ficar na minha casa o tempo que quiser.

-É sério?

-Claro! Vai ser ótimo ter sua companhia, e a do meu bichinho também! -Ela disse, e em seguida fez uma gracinha para Goten. -Principalmente agora.

Sem tempo para Chichi responder, uma garçonete pôs um copo de papel com café em cima da mesa que elas estavam. Bulma sorriu em agradecimento e se levantou, pegou o café.

-Preciso ir agora. Se precisar de ajuda me liga! -Ao tentar se retirar, esbarrou na mesa novamente e teve que se apoiar na mesa para recobrar a consciência depois dessa tontura.

-Você está bem?

-Tô, é ressaca. Pressão tá bem baixa.

-Bem, pede um sanduíche.

-Tenho no carro. Mas tô bem atrasada, amiga, preciso ir. Beijos!

Chichi fez um gesto de tchau com a mão para Bulma e se virou. Seu café já havia esfriado. Ela pegou as chaves de Bulma, enfiou dentro do bolso da calça e pegou o bebê conforto pela alça, saiu da cafeteria e foi em direção ao seu Ecosport preto. Abriu a porta de trás e prendeu o bebê conforto de Goten e foi para frente.

-Vamos lá, Goten! Saí de casa com um objetivo e pretendo cumpri-lo.

Após um longo tempo dirigindo, ela finalmente encontra uma vaga, perfeita para ela! Assim que estacionou, tratou logo de pegar Goten no bebê conforto, que havia acabado de dormir por conta da viagem de carro. Sem demorar muito, adentrou na loja de artigos de festas. Era consideravelmente grande, e logo uma jovem atendente simpática de uniforme amarelo veio lhe atender.

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