Quando tinha aberto sua carteira para pagar o homem pelas flores, tinha certeza que poderia ser facilmente perdoado. Afinal, que mulher não perdoaria um homem com um buquê de flores? Foi com as flores convicto o caminho inteiro. Mas ao parar na porta de sua casa, refez sua pergunta e agora tinha uma resposta.
Chichi
Ele poderia lotar a casa de flores, todos os tipos que ela pudesse imaginar ou criar na cabeça, com cores diferentes, cheiros magníficos, formatos e tamanhos variados, mas no fundo, sabia que nem tudo poderia ser perdoado com flores.
De repente, o buquê de narcisos amarelos na sua mão não parecia suficiente.
Já estava um certo parado na porta de casa, com a chave dentro da fechadura, mas sem coragem para gira-la e dar de cara com Chichi brava com ele. Já tinha feito aquilo. Já tinha errado diversas e vezes e tivera coragem de pedir desculpas, assim como ela. Precisava de uma dose de coragem. E foi o que teve.
O vento gelado de inverno atravessou o corpo dele, e todos os agasalhos vestidos não estavam sendo suficiente. Droga, que infantilidade.
Girou a chave e abriu a porta. Quando entrou, não havia ninguém na sala, e as luzes estavam apagadas. Nenhuma criança correndo, nenhuma bagunça, nenhuma roupa suja.
Ninguém na cozinha. No quarto, Gohan e Goten dormiam serenamente e se xingou mentalmente por ter demorado tanto tempo. Poderia ter colocado eles pra dormir.
Subiu as escadas lentamente. Não entendia o motivo de estar tão nervoso, mas sua cabeça não o deixava tranquilo. A casa estava impecável, e sabia que quando estava tudo um brinco desse jeito, era porque ela estava ansiosa. Sempre ficava depois de discussões.
A luz do quarto estava acesa, e lá estava ela. De costas para a porta, escovando os longos cabelos sentada na cama. Observou cada movimento delicado para desembaraçar os fios.
— Vai ficar parado aí também? — Ela disse calmamente, sem se virar para ele.
— Como?
— Perguntei se vai ficar parado nesta porta também. — Firmou as palavras e ficou de pé, se virando pra ele.
— E-eu... você vai me ouvir primeiro! — Ele tremelicou um pouco.
— Olha, sei que temos coisas que discordamos. Sempre tem. E sempre soubemos lidar com isso. Entendo seus motivos para não deixar Seripa conhecer Gohan, mas também entendo os motivos dela para conhecer o próprio filho. Isso é uma coisa que vocês dois devem resolver, mas eu não quero que você opine na maneira como sou mãe, como penso como uma mãe, como ajo e reajo como uma mãe. Isso não pode ser mudado, você goste ou não! — Chichi ficou cara a cara com Goku, esperando sua resposta.
— Chi...
— Não precisava dos narcisos. Um pedido de desculpas e mudança de atitude já é o suficiente.
— Me desculpe. — Ele baixou a cabeça e ergueu a mão com o buquê.
— Mas eles são lindos! —Ela tomou o buquê da mão dele e cheirou as flores. — Vou coloca-los no vaso. — Disse já indo em direção a porta.
— Espere... — Goku segurou sua mão, impedindo-a de sair. — Vou levar Gohan para conhecer ela.
— Você tem certeza?
Goku abaixou a cabeça novamente e acenou positivamente. Ela colocou os narcisos em cima da mesa ao lado e se aproximou, segurando as bochechas dele com suas mãos.
— Você tá tomando a decisão certa. E eu vou estar aqui. Eu juro.
1 semana depois
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Medicina
General FictionChichi, conhecida como doutora Black, decidiu trabalhar firmemente para se distrair após uma tragédia se alastrar em sua vida. Um novo médico residente surge no hospital. Ele seria capaz de amenizar sua dor e trazer cor e alegria para a vida da médi...