saudades

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Abalada, Chichi gastava suas forças intubando mais um paciente naquele dia. Tentava sacudir no fundo de sua alma, para resgatar forças e continuar, mas era inaudível o som da esperança. Quando conseguiu intubar, o deixou em sua maca no corredor do hospital e foi socorrer outro paciente no mesmo corredor. Vegeta passou por ela, carregando um cilindro de oxigênio para mais um paciente. O último cilindro de oxigênio do hospital, e só Deus sabe quando teriam um novo carregamento. Já andavam um tanto desmotivados. Ainda era uma da tarde e já tinham declarado o óbito de muitas pessoas. Jovens, crianças, idosos. Ninguém se salvava.

Estava um caos a cidade. O país. O mundo.

A doença do coronavírus estava levando diversas vidas, e não importa o que faça, nada parece parar esse vírus. A quarentena, que nem sempre era cumprida por várias pessoas, não estava dando conta. Os leitos dos hospitais estavam lotados, oxigênio faltava, kit de intubação e tantos outros materiais. Médicos e enfermeiros trabalhando vinte vezes mais depois que o hospital foi reaberto, chegando a várias vezes caírem de cansaço por trabalharem 80 horas por semana, sem descanso. Tudo isso para salvarem o máximo de vidas que podiam.

As pessoas diziam que o hospital foi reconstruído bem na hora de salvar mais pessoas, e nem estava totalmente pronto, mas apto o suficiente para a emergência, a patologia e a UTI funcionarem perfeitamente, e as outras alas, só deus sabe quando poderiam ser usadas.

Quando sentiu suas pernas fraquejarem pela terceira vez naquele mesmo dia, quase caindo, Vegeta a segurou por um braço só e a ajudou a se manter de pé.

— Já tá na hora de você ir. Está aqui há oitenta e quatro horas e infelizmente não somos de ferro.

— Vai segurar as pontas?

— Cheguei hoje. E daqui a pouco vem o Goku. Aguento.

Ela lhe deu um tapa amigo no ombro e foi jogar fora as roupas descartáveis e pegar uma nova máscara descartável. Foi andando para casa como tem feito todos os dias. O cansaço era grande, mas não podiam ficar gastando gasolina todos os dias. Deixaria para as emergências. Ao chegar na porta de casa, retirou os sapatos antes de entrar e Goku já desceu as escadas usando uniforme e máscara.

— Tá tudo bem?

— Tô. Bom trabalho.

— Se eu tiver tempo eu tento te ligar.

Ela murmurou um “ok” e se despediu de longe de Goku. Correu para colocar os sapatos no quintal e correu para o banheiro para lavar as mãos, ainda de máscara. Depois pegou o spray com álcool e foi desinfetar a maçaneta que havia tocado. Em seguida, retirou com cuidado a máscara e a descartou. Andou até a máquina de lavar e lá mesmo se despiu e jogou seu uniforme lá dentro, ligando a máquina e depois voltou-se para o banheiro e tomou um longo banho quente, tirando toda inhaca da rua.

Assim que saiu do banheiro, usando roupas confortáveis e secando o cabelo com a toalha, sentou no sofá e abriu o macbook, solicitando uma chamada de vídeo e prontamente foi atendida por Gine.

— Oi, querida! Como está?

— Bem, senhora Gine.

— E Goku?

— Acabou de ir pro trabalho, mas ele está bem. Está tudo bem aí? Onde está Gohan e Goten? — Chichi tentava enxergar por trás do rosto de Gine na chamada de vídeo, tentando ver algo mais além da porta branca do escritório dela, mas de repente a porta foi aberta por Bardock que tinha Gohan pendurado no pescoço e Goten nos braços.

— É a Chichi? Dá licença, mulher, ela quer ver os filhos! — Bardock expulsou Gine da cadeira e da frente da tela e se sentou no lugar dela, erguendo as crianças para ela ver.

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