Surpresa

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Após o atentado que incendiou o hospital de Nova York, ele ainda não tinha sido aberto. Estava em constante reforma, e a prefeitura ainda estava correndo para disponibilizar novos equipamentos para substituir os que foram queimados ou danificados. E por conta disso, ninguém estava trabalhando novamente no hospital, mas alguns funcionários conseguiram empregos temporários para poderem sustentar suas famílias. Goku havia se recuperado dos seus ferimentos, apesar de ter ficado algumas cicatrizes, nada grave. Ele saiu de casa diversas vezes a procura de um emprego temporário para trazer renda para a sua casa, mas Goku não sabia fazer muitas coisas além de lutar e ser médico. Chichi, por sorte, tinha um amigo no corpo de bombeiros e por ela já ter atuado como paramédica por alguns meses antes de se formar, conseguiu um emprego temporário como paramédica. Não era um salário grande, mas o suficiente para conseguir pagar as despesas, enquanto Goku tomava conta dos meninos o dia inteiro.

Depois de um dia cansativo na ambulância percorrendo as ruas geladas de Nova York, tudo o que Chichi queria era chegar em casa, tomar uma caneca de chocolate quente e sentar no sofá quentinho com sua família. Finalmente tinha chegado em casa. Assim que abriu a porta e entrou, pôde ver a bagunça que estava. A lareira estava acesa, claro, estava muito frio e as tempestades de neve não ajudavam muito. Mas a casa estava lotada de roupas e brinquedos espalhados pelo chão, assim como sobras de biscoitos e manchas de leite pelo carpete. No momento em que fechou a porta, Gohan passou correndo vestindo apenas uma cueca e com os cabelos desarrumados.

— Nossa, a tempestade foi aqui dentro? Goku? — Ela adentrou a casa, e a cada passo que dava, se assustava com as mais bagunças que encontrava, tal como a parede riscada de lápis colorido.

Acabou por encontrar Goku na cozinha tentando limpar a parede, que também estava riscada de lápis. Em suas narinas, um terrível fedor de algo queimando, e ela foi logo apagar o fogo do forno, já que Goku tinha deixado queimar o que quer que fosse que ele estivesse cozinhando. O moreno estava tão centrado em tentar tirar aquelas manchas, sentado no chão, usando moletom cinza e meias, esfregava a parede com força, quase arrancando a tinta, e nem mesmo sentiu o cheiro de queimado ou notou a presença dela. Goten estava engatinhando pela cozinha e brincando com algumas frutas que estavam caídas no chão. Chichi se aproximou lentamente e silenciosamente e pegou seu filho no colo e lhe deu um beijo e um carinho, cheia de saudades. Silenciosamente, tocou o ombro de Goku com os finos dedos e ele se sobressaltou, assustado.

— Chichi, pelo amor de deus, não me mata assim! — Ele encostou a mão no peito.

— O que houve aqui hoje? Eles deram muito trabalho? — Chichi lhe deu um beijo assim que ele ficou de pé.

— Gohan acordou cheio de energia, não quis ficar de roupa, espalhou os brinquedos pela casa toda. Quando fui dar banho nele, ele jogou o patinho de borracha no vaso e deu descarga! Fiquei meia hora tentando desentupir aquilo. Goten ficou com febre de novo e só quis saber de colo. E não dá pra fazer muita coisa com ele no colo, daí Gohan aproveitou para arruaçar.

— Ficou com febre de novo? — Ela perguntou, fazendo um cafuné nos cabelos desgrenhados do seu filho.

— Ficou. Ele dormiu pouco hoje, e Gohan também ficou meio enjoadinho com tosse e espirro.

— Estão gripados? Vamos levar eles no médico amanhã?

— Acho que é a melhor opção.

— Tudo bem. Olha, melhor você descansar um pouco e pedir algo pra gente comer. Aquilo ali que você cozinhou não deve servir mais! — Chichi disse apontando seu indicador para trás.

— Ah, fala sério, meu bolo de carne!

— Melhor pedir. Vou tomar um banho. Amanhã não é meu turno, e a gente pode arrumar a casa juntos amanhã!

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