Reencarnação

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O pequeno Louis recebia um cafuné de sua amada mãe, que havia chegado ao hospital e estava lá, junto do marido.

-Desculpa a demora, a UTI pediátrica está lotada. -Chichi adentrou a sala de tratamento, já vestindo as luvas descartáveis. -Você deve ser a mãe do Louis! Sou a doutora Black.

-Lisa!

-Bem, eu consegui uma vaga para o Louis na UTI. Nós vamos monitora-lo a noite toda, será tratado com medicamentos intravenosos. Mas tudo bem, né? Louis é um menino corajoso, né? -Ela se abaixou até Louis e sorriu pra ele. -Está se sentindo bem, Louis?

O menino estava pálido e com os lábios muito ressecados. Chichi pegou o termômetro e logo mediu a febre do garotinho.

-Está com febre. Vou dar um analgésico para abaixar a febre.

Os monitores que estavam conectados ao Louis começaram a soar. A pressão arterial dele estava caindo.

-EU PRECISO DE AJUDA AQUI! -Chichi gritou e, Bulma veio, sendo a única enfermeira disponível.

Doutora Black abaixou Louis na maca.

-2 miligramas de efortil!

A enfermeira azulada logo deu o medicamento na veia do garoto, que em silêncio desmaiou.

-Louis! -A mãe se desesperou e correu até o filho, tendo que ser afastada por Bulma e segurava pelo marido.

-Por favor, se afastem, precisamos cuidar dele.

Eles se afastaram até o canto da parede.

-A pressão dele não subiu e os batimentos estão caindo. Outro miligrama de efortil, Bulma.

O medicamento foi injetado, e o menino ainda estava desacordado e os batimentos caindo ainda mais.  Logo, os batimentos pausaram.

-Ele está tendo uma parada cardíaca. Iniciar compressões.

A azulada começou a fazer compressões no peito do menino, enquanto outra enfermeira entrava na sala e carregava o desfibrilador para Chichi.

-1 miligrama de epinefrina e carregar em 200.

-Carregado.

-Afastar!

Bulma se afastou erguendo as mãos para o alto e Chichi posicionou as pás no peito e nas costas do menino e disparou o choque.

-Sem pulso.

A azulada voltou a fazer as compressões.

-Carregar em 200 e outro miligrama de epinefrina.

-Carregado.

-Afastar!

Ela novamente posicionou as pás e deu choque.

-Ele está em assistolia. -Bulma avisou, ainda fazendo as compressões.

Chichi suspirou triste e largou as pás.

-Parar compressões. Hora do óbito: 18:25.

Ela retirou as luvas descartáveis e se locomoveu ao pai, já que a mãe já chorava sobre o corpo da criança.

-Eu sinto muito. -Ela disse sincera, encarando-o no fundo dos olhos. -Alguém vira aqui para falar sobre a doação de órgãos.

Jogou as luvas no lixo e saiu da sala de tratamento, caminhando lentamente e tristemente para seu computador, para preencher a papelada do óbito do menino.
Goku estava usando o computador ao lado, mas estava tão centrado em seus próprios problemas, que nem viu a aproximação triste da morena.

Nem ela mesmo viu que o Jonas, pai do Louis estava indo até atrás dela, em busca de respostas.

-Você disse que ele iria ficar bem!

-Eu sei, senhor. Mas a pneumonia causou uma queda na pressão arterial dele, se agravando em uma parada cardíaca. Eu tentei ressuscita-lo.

-Você poderia ter feito mais vezes!

Ela fez uma feição, como se seu rosto dissesse “é complicado”. Ela se posicionou atrás da mesa e pegou um papel.

-Ele entrou em assistolia, que significa que ele não tinha mais batimentos cardíacos. Eu tentei, o senhor viu! Eu sinto muito, de verdade. Mas preciso que assine alguns papéis, mas não precisa ser agora. -Ela estendeu o papel pra ele.

Ele, extremamente desolado pela sua perda e sem pensar direito, deu um tapa na mão dela, fazendo o papel voar pela sala.

Nesta hora, Goku percebeu o que estava acontecendo. Começou a ficar mais atento e virou o rosto em direção a Chichi.

-Eu não quero assinar papel nenhum, eu quero meu filho!

-Senhor, eu entendo que está passando por um momento difícil...

-Se tivesse internado ele mais cedo, ele estaria vivo!

-A UTI infantil estava lotada, eu tenho muitas crianças lá em cima, doentes, que precisam de cuidados. Não é fácil conseguir uma vaga. -Ela já estava se irritando e levantando a voz.

Outros médicos e enfermeiros que estavam por perto, começaram a olhar a cena junto de Goku. Inclusive Caulifla, que havia chegado para render Chichi.

-Ele só tinha 2 anos!

-Eu tenho crianças intubadas com menos de 1 ano! -Ela saiu de trás da mesa e ficou de frente pra ele, tendo que olhar pra cima para olha-lo nos olhos.

-Você negligenciou ele!

-Eu nunca negligenciei nenhum paciente. Você viu o que tentei fazer! -A essa altura, os dois estavam aumentando o tom de voz a cada frase.

Goku resolveu intervir, antes que os seguranças tirassem o homem dali a força.

-Está tudo bem aqui? -Ele se aproximou e ficou na frente da Chichi, cortando o contato visual que eles tinham.

O pai encarou Goku e olhou por cima do ombro dele, para olhar Chichi. Ele nada disse e se retirou.

Goku respirou fundo, ainda encarando o homem saindo, ele perguntou a Chichi se ela estava bem. Não ouvira nenhuma resposta dela.

O de cabelos espetados se virou para ela.

-Ele perdeu o filho.

Institivamente, ele colocou as mãos nos ombros dela, dando apoio.

-Não foi culpa sua, você sabe!

-Não deixo de estar triste por ele.

Eles se encararam, com os olhos pesados do cansaço matinal.

-Desculpa não ter vindo falar com você antes. Estava nervoso, cheguei atrasado e ainda recebi muitos pacientes.

-Tudo bem, eu entendo, Gohan deve ficar manhoso quando você sai, mas é normal em crianç...

-Chichi!

Um ponto de interrogação surgiu na testa da mulher, enquanto Goku a olhava boquiaberto. Ela já iria perguntar, mas logo sentiu um líquido escorrendo por suas pernas. Ela olhou pra baixo e já sabia o que era.

-A minha bolsa!

Vegeta, que estava conversando com Bulma ali perto, tratou logo de correr e pegar uma cadeira de rodas e andar rápido até Chichi, sentando-a na cadeira.

-Sério? Agora, Goten?! Eu nem senti nenhuma contração! -Ela disse, terminando de se sentar. Bulma puxou a cadeira e foi logo levando-a para o elevador, para leva-la até a maternidade.

-Goku, vai querer estar com ela? -Vegeta perguntou.

-Não posso, o Gohan...

-Sei... eu entendo. Quando o bebê nascer, eu te ligarei para dar as boas novas.








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