08:00
O despertador tocava alto, um som infernal. Goku desligou o despertador do celular se levantou. Esfregou os olhos e as mãos no rosto, sentindo a barba que estava crescendo. Olhou pra cama e sua preguiça falou mais alto, não o deixando arrumar a cama. O homem com cabelos espetados foi até o seu closet e pegou uma calça de moletom azul e uma camisa simples branca, abriu a porta do quarto e desceu para o banheiro, e lá fez sua higiene matinal. Quando saiu do banheiro, encontrou Gohan sentado no sofá.
-Gohan! Bom dia, meu filho! -Ele se aproximou do pequeno e se ajoelhou de frente para ele. -O que houve que acordou tão cedo? -Levou a mão na testa de Gohan para sentir sua temperatura. -Sem febre.
Ele se levantou e pegou Gohan no colo, caminhando para o quarto dele. Gohan fez um escândalo, não permitindo seu pai o colocar de volta na cama. O pequenino se esperneava e chorava. Goku o colocou no chão.
-Nossa, o que aconteceu, Gohan? É fome? Vou preparar nosso café, calma! -Goku estendeu a mão para Gohan, que parou de chorar e segurou a mão do pé. Os dois caminharam juntos para a cozinha. Gohan ainda usava seu pijama, uma calça de moletom vermelha e um casaco amarelo. Ele ficou parado no canto da cozinha, enquanto seu pai preparava a primeira refeição do dia para ele.
Atrás da cozinha de Goku, tinha uma grande porta de vidro, que dava para o quintal, no fundo da casa. Lá fora, Gohan observou o clima. Estava frio, eles estavam perto do inverno! Não nevava ainda, mas o sol não aparecia, as nuvens estavam cinzas, não parecia um dia alegre. Ele caminhou para a porta de vidro e ficou observando o quintal. Ele adorava brincar ali fora, principalmente no balanço que seu pai havia feito para ele, mas com o frio que estava, seu pai não permitiu que ele brincasse ali.
Mas, uma coisa chamou a atenção de Gohan! Em cima do muro que dividia a casa dele e do vizinho, um gato filhote perambulava por ali, miando alto. Estava faminto, e estava frio demais!
-Papai, papai, papai! -Gohan correu até seu pai e começou a puxar ele pelas roupas.
-O que foi? Papai tá ocupado.
-Cato!
-O que?
-Cato, cato fora!
-Tem algo lá fora?
Gohan conseguiu puxar seu pai até a grande porta de vidro, e então, Goku pôde ver do que se tratava o desespero de seu filho.
-Fique aqui dentro, eu vou pegar ele!
O pai abriu a porta, indo lá fora apressado, tremendo de frio. Pegou o filhote e tratou logo de correr pra dentro de casa. Ao entrar, Gohan estendeu os bracinhos, esperando o pai lhe dar o filhote, e assim que Goku o fez, o filho imediatamente acariciou o filhote e se pôs a rodopiar com o gato nos braços.
-Era só o que me faltava!
...
09:34
No hospital, um jovem era trazido numa maca por paramédicos, doutor Sadala e algumas enfermeiras foram socorrer ele, inclusive Bulma.
-Jovem branco, 21 anos, encontrado desmaiado em casa com ferimentos de espancamento, pressão está estável, mas pulso fraco.
Assim que entraram na sala de tratamento, Vegeta foi para o lado esquerdo da vítima e Bulma na direção contrária.
-Na minha contagem, 1, 2, 3.
Transferência feita, as enfermeiras se puseram a retirar as roupas ensanguentadas da vítima, enquanto Bulma o conectava nos aparelhos, Vegeta checava seus sinais vitais.
-Batimentos cardíacos fracos.
O jovem despertou do desmaio e se encontrou desesperado e cheio de dor. Encontrou seus olhos com os de Vegeta e o alertou de que sentia muita dor.
-Qual seu nome?
-Alan.
-Alan, eu sou o doutor Sadala, de 0 a 10, como está sua dor?
-10.
-1 miligrama de fentanil. Uma tomografia da cabeça, raio x do tórax, hemograma completo, ecocardiograma e uma ressonância.
As enfermeiras trataram de levar o jovem logo para fazerem os exames o mais rápido possível. Vegeta e Bulma saíram da sala de tratamento e uma mulher loira, de olhos castanhos surgiu para falar com eles. Mesmo usando um casaco, pôde notar que ela era forte, parecia que malhava.
-Vocês que viram o Alan?
-Sou o doutor Sadala e essa é a enfermeira Briefs.
-É seu filho? -Bulma perguntou carinhosa, enquanto pôs sua mão no ombro da mulher.
-É meu marido! Meu nome é Alex.
-Marido? -Vegeta perguntou, totalmente confuso. -Ele só tem 21 anos.
-E eu tenho 41. Não é ilegal.
-Tudo bem, pode nos contar o que houve? -Bulma perguntou, enquanto sacava o tablet do hospital para preencher a ficha do jovem.
-Ele tem alguma doença? -Vegeta fazia as perguntas.
-Não, saudável como um touro.
-O que aconteceu com ele?
-Ele caiu da escada.
O médico e a enfermeira se encararam. Bulma sugou o ar desconfiada e Vegeta encarou a mulher, com um semblante sério e furioso.
-Ele tem lacerações severas por todo corpo, nenhuma escada faria isso. Os ferimentos mostram que ele foi espancado.
-Mas ele não foi. Ele caiu da escada.
Vegeta se acalmou.
-Tudo bem, senhora. Vou ver como está indo os exames do seu... seu marido.
Bulma guardou o tablet e tentou simpatizar com a mulher. Fez perguntas banais para a loira, como quem não queria nada, mas então chegou na pergunta que queria.
-Você faz musculação? Desculpa, sou curiosa e não pude deixar de reparar.
-Eu luto. Faço parte de uma academia de lutas.
-Ah que interessante, eu não teria essa coragem.
-Sabe como é né?! Não é pra todo mundo.
A mulher deu uma risada e Bulma guiou ela para a sala de espera. Enquanto isso, Bulma resolvera aproveitar os minutos que sobraram para falar com o doutor Sadala. Se aproximou dele, enquanto ele digitava algo no computador.
-E então?
-Escada? Quem acredita naquela mulher?
-Conversou com ela?
-Ela disse que luta.
-Podemos chamar a polícia.
-Não temos nenhum crime, Vegeta.
-Como assim “não temos nenhum crime”? É só um garoto que foi espancado por uma esposa que ele nem deve ter escolhido se casar. Ele deveria estar jogando futebol, fazendo faculdade ou qualquer coisa que garotos da idade dele fazem.
-É, eu sei mas nós não temos como provar nada.
-E os pais dele?
-Nenhum motivo para chamar eles, a esposa está aqui.
-Vai demorar muito para os exames dele ficarem prontos?
-Eu pedi para que fizessem o mais rápido possível. O raio-x do tórax está pronto. -Ela avisou, sacando o tablet do hospital para o doutor.
Ele analisou por alguns minutos. Sugou o ar e soltou com força, irritado.
-E então?
-Duas costelas quebradas.
-Coitado!
-Eu tô te falando, Bulma. Ela tem culpa no cartório.
-Ei, hoje tem cara de ser um dia estressante. Você não tá afim de desestressar mais tarde tomando um drink comigo?
-Está dando em cima de mim, senhorita Bulma?
-Depende. Se você aceitar sair comigo, eu estou. Se não aceitar, eu não estou.
Vegeta a encarou. Seu olhar era um misto de dúvida, medo e tensão. Mas Bulma não se intimidou nem um pouco. O encarou de volta com o seu costumeiro olhar de determinação.
-Vou te dar essa colher de chá. Aonde e que horas?
-Depois do trabalho no Roxy Bar.
-Hunf. Me faz um favor? Pode chamar a doutora De Gale?
-Por que?
-Só chama, Bulma.
Bulma revirou os olhos, ainda não acostumada com a grosseria de Vegeta. Se pôs a caminhar para o elevador para ir até a ala da psiquiatria. Ao chegar onde queria começou a procurar a doutora De Gale. Não demorou muito e encontrou uma figura com cabelos longos e ruivos chamativos.
-Doutora De Gale!
-Bulma! O que posso fazer por você? -Suno perguntou gentilmente, se aproximando lentamente de Bulma.
-O doutor Sadala está lhe chamando na emergência.
-Tudo bem, estarei descendo logo, só preciso dar uma olhada em um paciente aqui.
Bulma assentiu com a cabeça e voltou para o elevador, mas dessa vez desceu até a patologia do hospital, para buscar os exames do Alan. Assim que pegou os resultados, voltou para a emergência, onde Alan já estava em uma sala de tratamento, com a esposa dele e o doutor Sadala e a doutora De Gale. Entrou na sala de tratamento e entregou os resultados para Vegeta.
Ele analisou por um tempo, e pediu para que a esposa saísse junto com ele da sala para eles poderem conversar. Enquanto isso, doutora De Gale aproveitou a brecha para poder conversar.
-Alan, como é o relacionamento com sua esposa?
-Normal, como de qualquer homem e mulher.
-E você diria que ela faz algo que você não gosta?
-Como assim?
-Tipo, ela toca em algum lugar que você não gosta...
-Ah...
-Você não caiu da escada né?
O jovem ficou nervoso. Mas foi educado para não ser mentiroso, suas raízes foram assim, então não conseguia esconder.
-Não. Eu disse a ela que queria fazer faculdade, mas ela disse que não era coisa pra mim. Nós brigamos e ela... Ela...
-Tá tudo bem. -Suno posicionou suas mãos em cima das mãos de Alan, lhe confortando.
-Ela me bateu. Não tinha como eu me defender, ela é muito forte. Mas não foi por querer que ela fez isso, ela me ama e eu amo ela.
-Tudo bem, Alan. Me diga, como você conheceu ela?
-Ela era minha professora na minha escola. Terminei a escola e ela disse que podíamos ficar juntos. Eu me apaixonei por ela, e ela se apaixonou por mim.
-Você realmente acredita que ela te ama?
-Mas é claro que sim!
-Tudo bem. Com licença.
Ela se retirou da sala, deixando Bulma o medicar. Quando saiu da sala, a esposa de Alan se retirou de perto do Vegeta, extremamente irritada.
-Por favor, me diga que eu posso mantê-lo no hospital. Alex quer levar ele embora agora, ele será incapaz de se defender de qualquer agressão agora.
-Ele tem síndrome de Estocolmo. Eu o declaro incapaz de responder por si mesmo. Ele será transferido para a área psiquiátrica, e está sob a proteção do hospital. Chama a polícia, ela é uma agressora.
...
13:19
Chichi ouviu batidas em sua porta. Céus! Estava tudo uma bagunça. Ela achou que seria fácil, já que seu primeiro dia como mãe tinha sido tranquilo, mas agora, ela vira como tudo estava difícil. Goten não parava de chorar, enquanto ela tentava, incansavelmente, ninar ele em seu braço, ela tentava arrumar a casa que tinha roupas jogadas pelo chão e ainda tentava não deixar a carne queimar na panela.
Atendeu a porta, e deu de cara com Goku e Gohan. Goku a olhou de cima abaixo. Ela usava roupas largas, seus cabelos estavam desorganizados e sua franja, que sempre vivia arrumada, estava mal feita e desarrumada. Ela segurava Goten nos braços, que chorava como um verdadeiro recém nascido. Ela estava um caco, porém o Goten, estava impecável.
-Goku! Me desculpa, eu esqueci que você viria. Entra, por favor.
Goku, que estava com Gohan no colo, colocou o menino no chão e eles entraram.
-Desculpa a bagunça.
-Tudo bem, você tinha que ver como estava minha casa quando o Gohan nasceu. Você quer ajuda?
-Não, eu consigo dar conta! Senta aí no sofá, vou arrumar a casa e tirar essas coisas daqui.
Ela começou a guardar as roupas que estavam jogadas no chão, enquanto Goku tentava ajudar ela, sendo que Chichi brigava com ele em qualquer ação de ajuda dele.
De repente, todos sentiram um terrível cheiro de queimado, e Chichi se desesperou.
-O almoço. -Ela correu até a cozinha, e desligou o fogo onde estava a panela. Abriu a tampa e deu de cara com uma carne carbonizada.
Ela choramingou e jogou a tampa na pia.
-Não entendo. Eu devo ser a pior mãe do mundo.
-Chichi, deixe-me te ajudar.
-Eu tenho que dar conta disso sozinha.
-Não tem não. Eu passei por isso, Chichi, e ninguém deve passar por isso sem ajuda. Você não é menos mãe por não conseguir fazer tudo sozinha. Olhe para Goten! Ele está de banho tomado, com roupas quentinhas e bem alimentado. Você só precisa fazer ele dormir, e o resto eu te ajudo. Não se preocupa.
...
14:00
Goku assistia Chichi almoçar, enquanto Goten dormia tranquilamente no carrinho, Gohan também havia resolvido tirar uma soneca. Ele havia cozinhado para Chichi, enquanto ela fazia Goten dormir e depois arrumado rapidamente a casa. Por sorte, Goku e Goten já haviam almoçado em casa.
Quando Chichi acabou de comer, ela limpou a boca com o guardanapo e sorriu para ele.
-Assim é bem mais fácil!
-É a intenção. Não tive muita ajuda quando Gohan nasceu.
-Falando no Gohan, a mãe dele tem aparecido?
-Ela começou a pedir por fotos dele.
-E você mandou?
-Não! Eu não quero que ela venha a conhecer ele.
-E você tem razão. Ela está atrasada para ser mãe.
-Ela não é a mãe que Gohan merece.
-Vamos parar de falar dela! Vai, me fala, você vai na festa da Maron?
-Festa?
-É, ela finalmente terminou a faculdade de medicina, e agora é a doutora Maron Plava.
-Ah, claro. Eu tinha me esquecido.
-Você vai?
-Parece que vai ser legal, talvez eu vá. Quando vai ser?
-No final do mês.
-Você vai?
-Não sei, talvez. Preciso encontrar alguém pra ficar com Goten por uma noite.
-A babá que toma conta de Gohan, acho que ela ficaria com o Goten para nós dois podermos ir.
E até às crianças acordarem, eles passaram a tarde inteira conversando.
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Medicina
Художественная прозаChichi, conhecida como doutora Black, decidiu trabalhar firmemente para se distrair após uma tragédia se alastrar em sua vida. Um novo médico residente surge no hospital. Ele seria capaz de amenizar sua dor e trazer cor e alegria para a vida da médi...