Catatônica, Chichi estava sentada na calçada da rua do hospital, isolada. Não moveu os olhos por nenhum segundo. As lágrimas já tinham secado, porém o rosto continuava salgado. Se passaram quatro horas sem nenhuma notícia dele. Quatro horas que os bombeiros ainda tentavam controlar o incêndio. Tentou ligar para ele, mas ninguém atendia. Rodeou pelos arredores do hospital na esperança de encontrar ele, mas sem nenhum resultado, e ainda foi carregada por um dos bombeiros para esperar em um lugar distante e seguro. Segundo os bombeiros, todos que eles puderam resgatar, já estavam do lado de fora do hospital e foram encaminhados para outros hospitais na cidade e no estado para serem atendidos ou continuarem o tratamento, juntamente com outros médicos e outros profissionais do hospital. Suno também tinha ficado ali com ela, mas acabou tendo que ir embora também. Logo, apenas restou ela, sem brilho nos olhos, mas ao mesmo tempo, uma faísca de esperança.
Mas a cada minuto sem uma notícia dele, sua faísca ficava cada vez mais escassa. Já tinha chorado um bocado. Tinham se passado algumas horas e ela não sabia o que fazer. Como fazer sem ele. Gohan, Goten, a casa. Teria que manter tudo, mas ela sentia que não poderia passar por isso mais uma vez. Não poderia perdê-lo.
Ouviu seu celular tocar em seu bolso, mas estava tão travada, tão centrada em suas preocupações, que resolveu que iria ignorar, que logo iria parar. E, de fato, parou.
Mas o som irritante logo voltou a tocar, mas Chichi estava sem cabeça alguma para dizer qualquer coisa. O celular parou de tocar.
Embora ela ter ignorado as ligações, a pessoa do outro lado da linha era bem insistente, e ligou mais uma vez, porém agora, frustrada, ela enfiou a mão no bolso para ver quem estava lhe ligando.
Raditz.
Chichi respirou fundo e tomou coragem, deslizou o indicador pela tela e atendeu a ligação.
— Rad...
— Porra, Chichi, te liguei centenas de vezes. Onde você tá? Você tá bem? Ficou ferida?
— Eu tô bem. Tô parada em frente ao hospital.
— Como está aí?
— Não tenho certeza.
— Bom, mais tarde saberemos. Você precisa vir para o presbyterian lower, o Goku quer te ver.
Ela paralisou, e mesmo sem ter certeza de nada, um sorriso se esboçava alegremente em seus lábios.
— Ele está aí? Está bem?
— Como eu disse, ele quer te ver. Uns patrulheiros devem chegar aí a qualquer momento, peça para que te tragam aqui, a ordens do detetive Son.
— Rad, ele tá bem?
— Venha ver, garota.
Ele desligou a ligação e ela guardou o celular rapidamente no bolso. Ficou de pé e pensou em correr até o hospital que Raditz que lhe dissera para ir, mas era uma boa distância e ela teria que ter bastante fôlego. Não tinha nenhum sinal de patrulheiro, nem mesmo de viatura. Talvez demorassem.
Que se foda!
Apressou-se em correr rapidamente pelas ruas de Manhattan, desesperada, desviando de algumas pessoas e postes, atravessando as ruas como uma louca, quase sendo atropelada diversas vezes. Entrou em becos, ruas desertas e qualquer lugar que pudesse cortar caminho e que fizesse ela chegar mais rápido no hospital. Estava correndo muito, sentia suas pernas tremerem e os pulmões trabalhando dez vezes mais. O fôlego faltava, mas ela não podia parar.
Para sua alegria, ela conseguiu chegar no hospital, quase que desmaiando no chão. Tentou falar com a enfermeira chefe, mas estava tão esbaforida que a mulher nada entendeu. Sua voz quase não saía de tão cansada, mas para sua sorte, Raditz a encontrou.
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Medicina
General FictionChichi, conhecida como doutora Black, decidiu trabalhar firmemente para se distrair após uma tragédia se alastrar em sua vida. Um novo médico residente surge no hospital. Ele seria capaz de amenizar sua dor e trazer cor e alegria para a vida da médi...