Familiarizando

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Mais um dia costumeiro na emergência, doutora Black voltava para a sala de tratamento, onde diria os resultados dos exames da jovem que havia chegado no hospital com dor de cabeça, náuseas e manchas vermelhas na pele. Era apenas uma garota de 19 anos, afro latina e muita vida pela frente. Antes de chegar na sala de tratamento, avisou as enfermeiras e qualquer outra pessoa com acesso ao quarto, que só poderiam entrar ali novamente devidamente vestidos, com aventais, luvas, toucas, máscaras, óculos de proteção e roupas descartáveis hospitalares. Quando entrou na sala, a sua paciente deu um pulo, surpresa, vendo a maneira que a doutora estava vestida. Doutora Black fechou a porta e as cortinas e se aproximou lentamente.

– Por que está vestida assim, doutora Black? Toda encapotada? O que eu tenho é grave e contagioso?

– Eu lamento, Clair, mas sim. O que você tem se chama meningite. E é contagioso.

– E grave? É muito grave?

– Calma, ok? Como você está se sentindo depois da aplicação dos remédios?

– A dor passou um pouco, mas ainda tô com frio.

– Sua febre não baixou. Escute, Clair, a meningite é bastante grave, e eu vou ter que te manter aqui no hospital por algum tempo.

– Quanto tempo? Eu tô estudando pra prestar vestibular! Não posso parar agora!

– Você pode pedir para seus pais ou seus amigos trazerem seu material pra você estudar aqui. Mas preciso que você fique para evitar contaminar outras pessoas, para eu poder aplicar a dosagem correta de antibióticos, e como você já teve alguns problemas respiratórios, eu temo que tenha que fazer oxigenoterapia para você respirar melhor.

– Eu vou ficar bem?

– Eu farei o possível para que você tenha o melhor tratamento possível.

– Tá bem. Quando vou ser internada?

– Já liguei para a UTI, deve haver uma vaga pra você daqui a umas duas horas. Até lá, irei te medicar para você descansar um pouco. Tudo bem?

– Sim.

– Eu vou voltar daqui a pouco pra ver como você está. Se precisar de qualquer coisa pode me chamar.

Assim que a doutora Black saiu da sala, retirou a máscara e os óculos, ouvindo seu nome ser chamado, soando doce como o mel nos lábios de seu amado.

– Tá tudo bem? Muito grave o que ela tem?

– Meningite. Mas daqui a pouco abre uma vaga pra ela.

– Ah que bom! Você fica linda de vestida assim.

– Bobo!

– Hoje vou sair um pouquinho mais cedo, aí quando eu chegar em casa, já arrumo os meninos e quando você chegar, você só se arruma e nós saímos.

– Saímos? Saímos pra onde?

– Pro jantar ué!

– Que jantar, Son Goku?

– O jantar com meus pais. Não te falei? – Chichi revirou os olhos,

– Não, você não falou.

– Ops, esqueci! – Ele coçou a nuca.

– Conta.

– Meus pais estão na cidade pro aniversário do Gohan, e eles querem conhecer você! Marcaram um jantar em um restaurante hoje!

– Por Atena, como você só me conta isso agora? Nós moramos juntos!

– Minha memória não é das melhores.

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