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Neste capítulo você irá ouvir:
20th Century Boy - T.Rex
Gimme Danger - Iggy Pop
Strawberry Fields Forever - Versão Across The Universe
Strangelove - Depeche Mode
- Vamos. Mas comporte-se, Andy. - Ordenou. O garoto grunhiu de forma selvagem e desanimada, como um rosnado, enfiou as mãos nos bolsos e saiu apressado na frente, dando uma roçadinha no ombro de Charlie como forma de quase desobedecer Yves.
Monique e o baterista estavam terminando de ajeitar o palco com a saída dos últimos. O palco era um contêiner improvisado, com luzes penduradas e fios à mostra e suportes de metal duvidoso. Mas com ótimos amplificadores.
Yves subiu o pequeno degrau e avistou uma estola de penugem preta, macia e brilhosa enrolada em uma haste de metal, foi logo até ela e pegou enrolando como um cachecol em si. Monique chegou perto dele para lhe colocar uma guitarra sobre a cabeça. E ofereceu para Charlie pegar uma também ou o que quisesse. Charlie tomou uma guitarra e foi se posicionando de costas para a o público enquanto se familiarizava com o instrumento.
Assim que estavam se organizando no palco, as pessoas que poderiam estar dispersas bebendo ou andando por ali pareciam agora lotar aquela clareira ao redor do pequeno palco.
Yves olhou para eles e começou a fazer gestos com as mãos pedindo por barulho, chamando o público com sua expressão feroz, fazendo-os gritar por eles.
Começou lentamente a puxar o acorde de 20th Century Boy na guitarra enquanto o público começava a acompanhar o ritmo com palmas.
Mesmo de costas para o público, Charlie mirava Yves de esguelha, acompanhando seus movimentos para incitar a pequena multidão. O olhou com admiração e riu consigo, pois semanas atrás o via pela televisão e cheio de julgamentos e perturbações. Agora o achava um tipo de força da natureza, feroz e fascinante. Como o sangue o aquecia, reparava os efeitos que estar sobre o palco produzia. Se deixou contagiar também, pelo som das pessoas, as palmas e a guitarra.
Logo o acompanhou na música, fazendo coro com as cordas, preenchendo os arranjos em sincronia a Yves. Suas mãos performavam no instrumento, e seu pé direito batia agitado do chão, tomando o tempo e o ritmo para então aproximar do microfone e de Yves, cantando para ele e com ele ao invés de cantar para a multidão na segunda estrofe.
Quando chegaram ao refrão, dividiu o microfone com o vampiro e, energizado, ganhou um novo tipo de vida ali. Movia-se junto a guitarra, jogava a cabeleira loira de um lado ao outro, entregue. Estava se divertindo com Yves, com a delícia que era acompanhar seu passo, sua voz e seu ímpeto.
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Bloody Nights
VampireOlá! Presta atenção aqui, esse não é um romance comum nem um conto de fadas. Você vai entrar em uma história intensa sobre como um humano com um passado complicado e uma mente muito filosófica - Charlie - quase virou a janta de um vampiro rockstar...