14. Ça ira mon amour

95 14 89
                                    

Música desse capítulo: 1789 Ca ira mon amour - Rod Janois

Terminou de ajustar as cordas e dedilhou formando um acorde bastante harmônico sob a brisa marinha

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Terminou de ajustar as cordas e dedilhou formando um acorde bastante harmônico sob a brisa marinha.

- Você é refinado. Diferente de Andy, ele deve ter uma história interessante. Ele era humano, não era? Ou tem alguns de vocês que já nascem assim? Porque eu tenho pensado, parece que é um vírus que vocês passam uns aos outros de alguma forma.

Charlie seguia a lógica para pensar na espécie vampiresca. Era seu jeito de simbolizar o que havia de surreal.

- Eu sou refinado e ele é um sobrevivente. Eu não sou melhor ou pior que ele. –Defendeu o colega, apesar de ter um ego bem grande – Charlie, mon amour, como que um morto nasceria e cresceria? Se sem sangue nem meu pau sobe? E apostaria a minha cabeça que minha semente não gera frutos, ou certamente teria um monte de filhos por aí... – O loiro riu imaginando. – Só sei que é algo antigo, milenar, impossível de rastrear. Alguns encaram como um dom das trevas e outros como uma maldição. Para mim, é como você usa que faz ser um dom ou uma maldição. Victor me contou que talvez exista sociedades secretas humanas que estudam, observam e registram informações sobre vampiros.

Se fixou em como Charlie dedilhava as cordas, era bonito, suave. Já Yves, ainda que estivesse completamente alimentado, sob a luz lunar Yves era pálido e com olhar feroz.

- Faz sentido que exista. Se é algo milenar, então não haveria como não existir uma organização que investigasse... coisas sobrenaturais? - disse em tom de interrogação e depois riu de novo - Vai que os fantasmas são reais... e lobisomens? Zumbis? Parece que já não há muitos limites uma vez que estou aqui com um vampiro.

- Olha, zumbis acho que não, mas fantasmas e lobisomens, creio que estejam entre nós, de verdade. – Confirmou o vampiro, movendo o rosto positivamente.

Os olhos de Charlie se abriram um pouco mais quando ouviu que fantasmas e lobisomens também poderiam existir. Era algo delicado. Mais desafiante do que vampiros, já que Yves estava ali na sua frente para provar. Como uma avalanche, uma série de recordações vieram a mente sobre John, as alucinações - segundo os médicos, ele lhe dizendo para não ir. "O que você está fazendo, Charlie? Por que está me dizendo isso?" A lembrança ainda era muito viva do dia que saiu correndo da mansão, carregando o essencial, aos tropeços. O dia que decidiu parar de viver as custas do delírio de que John estava ali com ele. Era preferível crer que eram alucinações, os remédios que lhe davam ajudavam a dormir e escapar delas.

- Eu estou pensando que quero saber como você se tornou um vampiro. Especificamente o jeito. - retrucou, ainda olhando em volta como se desejasse assegurar a privacidade. - o que você sabe sobre isso, Yves?

- Quer saber como acontece, o processo de transformação de humano para vampiro? O que eu senti, como aconteceu? Está bem, me passe o violão, então. - Estendeu a mão. - Vou contar para você, Charlie. Tudo o que quiser.

Bloody NightsOnde histórias criam vida. Descubra agora