Olá!
Presta atenção aqui, esse não é um romance comum nem um conto de fadas. Você vai entrar em uma história intensa sobre como um humano com um passado complicado e uma mente muito filosófica - Charlie - quase virou a janta de um vampiro rockstar...
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Assim que parou num semáforo, Monique tirou o casaco que vestia pelo calor que aumentava naquela cidade, ficando com uma regata preta que estava por baixo, revelando o braço todo tatuado. Deu só uma olhadinha para ver os três na santa paz, o que era raro.
Foi direto para o hotel reservado pelo agente que os contratou para o show. Era um lugar bem melhor do que o outro que ficaram, com serviço de quarto e até piscina. Eram duas suítes com varanda que teriam.
Yves enfiou os óculos na cara e prendeu os cabelos, entediado com a longa viagem e carro, se espreguiçando todo. Mephisto também voltou a ser Andy em dado momento.
A morena, assim que chegaram encontrou o contratante deles na porta e foi direto falar com ele.
Charlie carregou as próprias bagagens e os acompanhou hotel adentro. Não pareceu dar bola para a melhora da hospedagem e assim que passou por Monique, foi parado pelo agente. Quem sabe fosse as roupas pretas daquela noite, junto a jaqueta jogada no ombro e os cabelos soltos sobre o rosto ou a própria ingenuidade do agente, ele o segurou pelo braço, Charlie vinha com as mãos ocupadas das malas e com o violão nas costas.
- Então esse é o famoso vampiro Yves, estava ansioso para vê-lo - e Charlie parou com o homem o segurando pelo braço suado, olhou para Monique, não sabendo como reagir - pra um vampiro você está bem quente e vivo, né?
Ele riu e Charlie deu um passo para trás imitando um olhar mais severo.
- É o que acontece quando vampiros bebem de humanos. - disse simplesmente, dando de ombros e seguindo o caminho para o check-in e então para o quarto, acabando por fim rindo sozinho pelo episódio de ser confundido com Yves. Embora estivesse totalmente ciente que eram parecidos, era surpreendente que acontecesse desta forma. Foi algo que gostou, precisava reconhecer, mal podia perder de vista aquele afeto singular de ter alguém à quem fosse tão parecido, novamente.
Quantas vezes não havia vivido isto com John? Principalmente na adolescência, quando ambos decidiram deixar os cabelos crescerem e o gosto pelo rock e punk os fizeram por roupas muito similares. Uma vez John havia apostado que enganaria uma namoradinha sua numa festa. Demorou bons minutos para a garota perceber o engano e a brincadeira do irmão, rendendo a eles boas risadas. Não podia negar que sentia saudade dolorida disto. Uma dor que anos atrás parecia insuportável, mas que naquele instante virava apenas uma sensação prazerosa, um déja vu.
A suíte estava meticulosamente arrumada e uma colcha perfumada cobria o leito, com aqueles cisnes de toalhas dobrados acompanhados de chocolates. Foi automático, Charlie foi até o doce e o pegou para comer. Então foi para a varanda para buscar alguma brisa fresca naquela noite tão quente. Como o agente falou, estava com a pele acalorada e suada.
- Nada mal o quarto. - Yves comentou enquanto seguia para a varanda. Era espaçosa. O vampiro ainda vestia sua jaqueta, não suava, não se afetava muito com temperaturas. Se aproximou do rapaz, aspirando eu perfume próximo a orelha.
