Música desse capítulo: Born to be Wild - Steppenwolf
Monique já havia juntado tudo que precisavam na van. Alguns dos instrumentos, bens de valor, roupas, dinheiro, tinham bastante por sinal. Os itens grandes ela enviava via transportadora diretamente para o local final.
Por volta das 19h30 a van parou em frente a kitnet de Charlie, Monique buzinando alto. Andy abriu a porta de correr, ele vestia um moletom maior que seu tamanho, desses que as mangas cobriam as mãos. Yves desceu, calçava aquelas botas mais pesadas com um pouco de plataforma, blusa justa preta, os cabelos estavam soltos.
Charlie se estendeu na janela vendo a van lá embaixo. Estava no telefone, em uma ligação difícil. Tinha a intenção de avisar a mãe que sairia do radar de novo, tentando ser bom filho, mas agora falava com Will, o irmão mais velho, que lhe dava broncas duras por ter se afastado por tanto tempo e querendo saber o que Charlie achava que estava fazendo com sua vida. Will soubera que Nate estava morto. Aparentemente o editor fazia serviço aos Mars de delatar a vida de Charlie com certa frequência e parecia que Will estava pouco satisfeito. O que tem em LA? Will sabia até mesmo que o loiro havia se aventurado com uma bandinha underground qualquer.
Pedia que ele voltasse para casa, que pedisse desculpas ao pai e cuidasse da mãe como certamente John faria. Isso irritou Charlie profundamente, afinal o que eles achavam que sabiam sobre John? Não sabiam nada. Ele sim, sabia e estava fazendo o desejo dele se tornar realidade. John queria ir embora, queria que Charlie também saísse daquela vida quase aristocrática. Já de saco cheio de ouvir sermões que pouco tinham efeito sobre ele, anunciou que estava partindo e qualquer dia desses mandava notícias.
Precisou de alguns minutos para se reorganizar e então desceu com as malas.
- Que bom que não fugiu. Vamos? - Disse Yves. Esse era o momento que Charlie provavelmente sentiu que não tinha volta. Ia mesmo para a estrada com a Éternelle e seu vocalista vampiro. Era um cúmplice agora, sabia que Yves havia matado, sabia que provavelmente seguiria matando, e ainda assim, entrava na van com eles.
- Vamos. - e tomou a mão de Yves, quem sabe mais decidido do que nunca.
Estava com os cabelos amarrados na nuca e vinha com um cigarro aceso, soltando a fumaça com irritação. A típica carranca estampada em seu rosto. Jogou a bituca na rua e as malas para dentro.
- Qual é o roteiro?
Andy cumprimentou Charlie e então pulou habilidosamente para o banco da frente ao lado de Monique, abrindo o grande mapa no painel. Girou o botão do som para aumentar o volume gradativamente.
Yves passou os braços ao redor de Charlie e o puxou para perto de si em seu banco, apontando para a janela como se fosse realmente falar o roteiro, mas o que fez foi soltar a voz devagar ritmada, crescendo junto da música enquanto Monique acelerava até pegarem uma avenida grande principal em que dava acesso a interestadual.
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Bloody Nights
VampireOlá! Presta atenção aqui, esse não é um romance comum nem um conto de fadas. Você vai entrar em uma história intensa sobre como um humano com um passado complicado e uma mente muito filosófica - Charlie - quase virou a janta de um vampiro rockstar...