Música desse capítulo: Bauhaus - Double dare
"I dare you to be proud
To dare to shout aloud
For convictions that you feel
Like sound from bells to peal"Charlie se aproximou dele, em suas costas, se inclinando sobre Yves e pousando a cabeça em seu ombro enquanto seus braços o envolviam. Charlie respirou o cheiro dos cabelos de Yves e sentiu um perfume adocicado. Devia ser daquelas duas durante o show. Teve vontade de dar um jeito nisto. Limpar os rastros do ciúme que sentiu.
- É minha primeira vez aqui, nos Estados Unidos! – Lis disse com animação. - Lucius me encontrou em Londres, é onde eu vivia antes de... antes de receber o sangue. Ele me salvou. Me salvou destes tipos ruins, os terríveis vampiros fascistas! E depois viajamos de um lado ao outro para que eu conhecesse e aprendesse mais. Mas o Lucius é um amante da arte e um pensador incrível. Ele tem uma história enorme e eu tive sorte dele me encontrar. Tem este lugar, na Itália. Vivemos lá quando não estamos viajando.
As habilidades de Lis com a mente eram grandes. Ela podia mostrar a Yves, confidenciar a ele pequenas passagens de imagens do que contava. Ele via um campo gigante coberto de videiras, certamente uma vinícola aos pés de um imenso castelo e então ela lhe confidenciaria esta sala comunal, com muitos espelhos em que ela estava de roupas clássicas de Balé, performando ao som de uma orquestra que vinha de um antigo toca discos. Lisbeth era uma bailarina. As imagens iam dela para o vampiro francês, flashs, cheiro e sensação, como se fosse um sonho acordado rico em detalhes. O francês sorriu com as imagens que surgiam junto ao relato de Lis, maneando a cabeça em positivo e lhe dando atenção. De certa forma, então, compartiam de o repúdio a intolerância por quererem viver e enfrentarem aqueles de opõem. Teve um vontade fortíssima de vê-la dançar.
- Lis, eu quero ver você dançar, me diga quando e onde, e irei, s'il vous plait ?
- Ela foi encontrada por um grupo, eles existem há muito tempo. – Lucius começou a contar - São criaturas ignorantes, mergulhadas em sombras e mandamentos arcaicos. Já tiveram muitos nomes, mas hoje se espelham se dizendo ser a Nova Ordem. Era o inverno de 41, o mundo estava aos avessos e Lisbeth recebeu o dom das trevas de alguém a quem eu nutria afeto. Ela acreditava que tínhamos direito de viver entre os mortais e o apreço pelas artes a fez encontrar Lis e a escolher. Mas quando regressei à Londres, para abençoar sua escolha, já era tarde demais. Eles as pegaram, destruíram. Teriam feito o mesmo com Lis, mas tentaram tomar ela para seu bando nefasto, converter seus ideais.
- Foi muito doloroso, irmãozinho. Perdemos quem amamos, e Lucius conseguiu os amedrontar e me salvar daquele tormento. Somos parceiros desde então. Conseguimos evitá-los, mas eles são muitos, sabe? Recrutam os mais novos e matam os antigos.
- Certamente sabe sobre eles, não é Yves? Les Enfants du sang .
- Agora se denominam a Nova Ordem do Sangue. Nós tivemos mais noticias quando Victor nos visitou. - E Lis falou com tanta naturalidade que nem parecia dizer algo tão sensível. Foi Lucius que a recriminou silenciosamente.
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Bloody Nights
VampirosOlá! Presta atenção aqui, esse não é um romance comum nem um conto de fadas. Você vai entrar em uma história intensa sobre como um humano com um passado complicado e uma mente muito filosófica - Charlie - quase virou a janta de um vampiro rockstar...