2.Morrendo. A mordida do Vampiro

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Neste capítulo ouça: Dance D'Amour (The 69 Eyes)

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- Certamente mostrarei, Bela Adormecida. - Disse fazendo mais uma referência irônica a seus pensamentos que leu e lhe dando o papel da princesa.

Das figuras que Charlie imaginava, não se identificaria como uma Bela Adormecida. Em verdade, em sua prepotência humana, pensava estar desperto até demais. Mas a partir dali, teve certeza de que Yves leu seu espinhoso artigo. "Ótimo, mais um artista ressentido", pensou.

Yves tinha um suave sotaque francês. Inglês dominava a sociedade e pelos lugares que frequentava e vivia, aprendeu com os anos a ter um inglês perfeito, mas nunca havia se livrado do sotaque e alguns maneirismos linguísticos específicos de quem não tinha a língua como nativa.

A luz fraca do lugar disfarçava, mas o vampiro tinha uma pele branca, quase marmórea. Não era um branco saudável. O típico visual que os fãs imitam com o pó de arroz.  Ele gostava de usar perfumes florais clássicos franceses, lhe lembrava a pequena cidade do interior de onde vinha e que carregava no sobrenome.

Na pista para onde foram, um tom de darkwave com guitarras cantantes embalava o pequeno grupo de pessoas que ali dançava. Dance D'amour da própria Éternelle tocava. 

O vampiro foi logo atrás do outro louro e começou a dançar bem perto, por vezes acabando por dublar a própria música ao se deixar levar pela mesma. Yves tirou o óculos o guardando no bolso oculto do casaco aberto, e ao fixar os olhos nos dele, o humano logo perceberia aquele brilho quase sobrenatural. Era extremamente difícil desviar do mesmo.

Os pés iam de um lado ao outro acompanhando o ritmo conforme. Muito próximos da caixa de som, Charlie sentia o vibrato dos graves sincronizar com a batida do coração a ponto da batida parecer sair de sua caixa torácica.

Charlie fixou o olhar no do vampiro e perdeu o compasso necessitando de alguns segundos para se recompor. Não sabia que olhava os olhos de um predador, sequer pensou sobre isso, mas instintivamente sentiu o corpo tencionar. Os lábios de Yves moviam-se, e sobre isto pôde pensar: "Que hipnotizante". Se forçou a cortar o olhar e... Falhou. Foi desconcertante e sorriu sem graça.

E o rockstar lhe sorriu de volta, em flerte, as presas evidentes sem intenção alguma de as ocultar ou disfarçar. As presas! Ele realmente as mostrou, pensou Charlie que pareceu balançar a cabeça em negativa. Achava que Yves era radical com sua identidade vampírica. No mínimo, o julgava como alguém com sérios e interessantes problemas de identidade, por isso estava no The Purge após cantar ao invés de ir para casa. Por isso ficou o observando de longe, como observou pela tv, porque tinha interesse por aquela parte oculta do mito.

Na dança, Yves se aproximou ainda mais do rapaz, lhe rodeando, aspirando mais de seu perfume como se pudesse lhe sentir o gosto. Na verdade, o prendendo entre a caixa de som dos fundos e o vampiro. Aproximou o rosto ao dele, o nariz quase encostando no do outro. Lhe tocou a cintura com a mão direita, por baixo da jaqueta de couro que o humano usava.

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