10. Pathos

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Música desse capítulo: - I Know It's over - The Smiths

Charlie tinha saído em disparada e correu os quarteirões até o Jornal

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Charlie tinha saído em disparada e correu os quarteirões até o Jornal. Levou cerca de 15 minutos, sentindo que Nate estava em perigo. Praguejou violentamente contra Yves e o caralho do seus modos impossíveis. Dizia consigo: "ele não tem coragem, não... ele não faria isso".

Ao chegar no prédio do jornal, entrou pela porta do escritório com o segurança em sua cola e alguns poucos que ainda estavam por ali se reuniram em suas costas. Então o circo estava armado. Resumo: Gritarias, polícia, Charlie sentado na sala ao lado em choque, tão trêmulo que mal podia se conter. Havia encontrado o corpo pálido de Nate, morto, com uma faca na mão e o pulso aberto. 

Ficou preso nesta situação por um tempo, e devido ao escândalo e alarde, foi conduzido para a delegacia próxima para explicar porque chegou no jornal daquela forma como se soubesse o que fosse acontecer. O delegado presumiu algo bem óbvio: suicídio, briga com o namorado, por mais que Charlie negasse qualquer relação íntima ali.

- Essa cidade só tem viado, até parece. Mas vamos iniciar a investigação, não saia da cidade. Vamos te chamar de novo.

Estava fodido e atordoado. A imagem de Nate morto, a própria imaginação de como Yves havia feito aquilo. Havia tão pouco sangue... Quando foi liberado da delegacia não soube o que fazer.

Do lado de fora do prédio, assim que Charlie saiu desnorteado, viu que Mephisto estava ali na calçada, obrigando alguns pedestres a desviar e encarando o louro diretamente. Quando teve sua atenção miou, caminhando e olhando para que lhe seguisse, exatamente como fez pela trilha do Griffith Park, querendo levar ele a algum lugar.

Pensava em Yves se regozijando contra ele em algum lugar ali perto. Ah, se ao menos Charlie pudesse perceber do que se tratava, quem sabe conseguisse solucionar racionalmente e digerir as fortes emoções para ações mais inteligentes. 

Mas, não foi o que ocorreu. Seguiu Mephisto sem pensar duas vezes como o fizera no Griffith Park. O gato lhe guiou pela selva de pedra, entre as pessoas, descendo a avenida até a rua principal. Virando aqui e ali, chegando ao centro.

Era começo da noite e tudo ainda estava movimentado. Quando menos percebesse enquanto seguia o gato estaria na frente do The Purge, onde tudo começou. 

"Me leve pra ele, seu pequeno monstrinho, vamos acabar com isso", pensava Charlie enquanto o seguia. Não foi tão surpreendido assim, ao encarar a fachada do bar. Alguém tocava I Know It's Over num violão, exatamente como Charlie havia feito.

- Love is natural and real, but not for you, my love. Not tonight, my love...Love is natural and real! But not for such as you and I, my love! – a voz grave e intensa não tinha dificuldades em encontrar um tom suave. E atraía pessoas ao redor do pequeno palco. Atraía todos que começavam a reconhecer Yves. 

Bloody NightsOnde histórias criam vida. Descubra agora