Capítulo 43

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Oi, como vocês estão?
Mais um capítulo, esse vai ser longo.
Estou tentando postar aos domingos, claramente falhei ontem, mas é isso, estarei tentando ao máximo postar aos domingos. Boa leitura e obrigada por acompanhar essa obra, a mais extensa e delicada, uma das minhas preferidas também.

Cecília

— eu estou bem, não se preocupa.

Ela me olhou com seus olhos penosos. Tinha sido um daqueles dias difíceis onde as lembranças vinham com força me derrubando e me fazendo sentir que tudo estava errado.

— eu não entendo como duas pessoas que se amam tanto não podem estar juntas, será que não existia uma forma de fazer ele mudar ou ser maleável?

Fechei os olhos sentindo o bolo se instalar na garganta.

— eu não sei mamãe.

Eu tinha dito apenas que nós não estávamos dando certo, ela era minha mãe, claro que insistiu para que eu falasse os motivos, eu tive que dizer que Theodor era controlador, as palavras saíram com um gosto amargo porque, por mais que fosse verdade eu me sentia estranha falando mal dele.

Ela se aproximou, seus braços me envolvendo.

— me desculpa filha, eu só estou triste por vocês, mas você sabe melhor, quem calça o sapato é que sabe onde aperta.

— eu vou ficar bem, Theodor também vai, tenho certeza.

Ela me beijou antes de se afastar.

— ele ainda não veio aqui?

Neguei com um aceno de cabeça.

— está muito recente, de qualquer forma, será que ele irá com você na consulta de amanhã?

Olhei meu celular sobre a mesa de centro. Nós não tínhamos combinado nada sobre a consulta de amanhã, desconfiava que sim, ele iria, mas não sabia se deveria ligar ou mandar mensagem para acertar os detalhes.

— eu desconfio que ele vá, ele sempre esteve sob o controle das datas das consultas, até mais que eu.

Sorri fraca lembrando de como era ser cuidada por ele, o tipo de dependência induzida, mas que eu já estava tão acostumada que se tornava algo que eu apreciava.

— ele realmente sempre foi muito mais atento às nossas consultas, na verdade, Theodor é um pai exemplar, ele sempre me deixava admirada, vez ou outra ele estava deitado ao meu lado lendo um livro sobre gestação, sobre os primeiros passos quando chegasse a hora ou até mesmo sobre como educar e criar os filhos.

Me senti estranhamente saudosista, mas isso era de se esperar, eu sabia que seria difícil, Theodor era um homem complexo, quente e frio, tinha suas camadas boas e muito ruins, eu o amava e odiava na mesma medida, acredito que sempre me senti assim, embora o amor tenha ofuscado o ódio em várias fases do nosso relacionamento.

— ele tem suas qualidades, muitas — assenti concordando — mesmo estando separados ele pensou em você, ele mandou nos buscar para que você não estivesse sozinha nesse momento.

Foi uma surpresa quando eles bateram na minha porta, sim, Theodor tinha mandado o jatinho buscá-los. Ele só entrou em contato com minha mãe falando que eu precisava deles. Sua iniciativa fazendo um barulho enorme no meu coração.

— ele é um bom homem, mas é como eu disse, filha, você sabe melhor, você conviveu e confio no seu julgamento, estou do seu lado, te amo muito filha.

— te amo mamãe, obrigada por estar aqui.

— onde mais sua mãe poderia estar?

Assenti pousando a mão sobre minha menina que se moveu.

Aprisionando PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora