Capítulo 39

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Oi, como vocês estão?
Mais um capítulo, espero que gostem, mas sei que vocês se envolvem de verdade, então sei que vai ser um capítulo... Eita, já ia dando spoiler.
Enfim, apreciem ou não, mas me digam o que sentiram, tá?
Beijos!

Cecília

Ele mentiu de tantas formas, como fui ingênua em acreditar que ele cumpriria aquele acordo? Por que acreditei nele? Foi tão fácil me manipular, sorri amarga, claro, eu estava tão atraída por ele, como não estaria? Ele era bonito e sabia manipular meu corpo, ele também sabia usar as palavras. As lágrimas idiotas não tinham fim.

Ele esteve olhando nos meus olhos em todas as vezes que mentiu: sobre o contrato, Deus! Sobre o chip contraceptivo, como fui burra em engolir a história do chip complementar. Eu deveria ter pesquisado na internet, mas eu confiei em uma médica, a médica de um assassino, criminoso, um monstro. Pensar em todas as mentiras, que ele me drogou e retirou o chip contraceptivo enquanto eu estava desacordada, vulnerável. Deus, eu estive dopada por dias até que a cicatriz sumisse.

Tantas mentiras, tudo isso com a justificativa de um amor que estava longe de existir, porque aquilo que Theodor sentia era tudo, menos amor.

Eu queria voltar no tempo, mas então eu não queria.
Theodor era tão manipulador que tinha me tirado até mesmo o direito de querer voltar no tempo e mudar minha história. Eu não poderia querer outra realidade em que não tivesse minha filha, pensar nisso me fez me sentir culpada.
Minha barriga estava roncando a algum tempo, enxuguei minhas lágrimas, me levantei do vaso sanitário. Sim eu precisava pensar na minha filha.

Saí do banheiro e Theodor estava em pé ao lado da porta. Evitei seu olhar e andei apressada em direção a porta do quarto.

Theodor

Eu queria segurar em seus braços, puxar Cecília para mim e implorar por seu perdão, implorar de joelhos se fosse necessário, eu nunca me ajoelhei para nenhuma outra pessoa, claro que implorar de joelhos não seria suficiente, eu faria qualquer coisa por ela, mas Cecília esteve naquele banheiro por muito tempo, eram quase duas horas e ela precisava comer.

Ver seus olhos inchados e vermelhos tinham feito o pior em mim. Também doeu como o inferno ver a indiferença em seu rosto, sim, eu sabia que era o único culpado de toda essa merda.

Nunca tinha experimentado esse sentimento de impotência: não saber o que eu faria para mudar esse quadro, não saber como agir ou o que falar, tudo isso era frustrante, desesperador.

A segui por todo o caminho até a cozinha, Diana já tinha se retirado e só voltaria às cinco horas, apenas Júlio o assistente de Diana estava alí, Cecília acenou para ele que sorriu complacente, ela o dispensou dizendo que ela mesma poderia esquentar sua refeição, então ele olhou para mim e abaixou a cabeça antes de sair.

Me recostei na parede e apenas observei ela se mover. Vez ou outra ouvia ela bufar, citar xingamentos em um sussurro. Ela nunca olhou para mim, embora eu soubesse que ela estava totalmente ciente da minha presença.

Cecília

Ele ficou lá como o homem controlador, possessivo e sem escrúpulos que era.

Não, claro que Theodor não me daria espaço, claro que ele não iria me deixar em paz. Não consigo nem rotular o que estava sentindo, sobretudo em ter que ficar no mesmo ambiente que ele, ser observada a cada movimento, pelo amor de Deus, ele tinha mesmo que me ver comer?
Terminei minha refeição, foi uma das refeições mais desgostosas que tive. Lavei os utensílios e me preparei mentalmente para voltar para o quarto.

Teria que passar por ele novamente para sair da cozinha.

Tentei ser rápida e manter a maior distância possível, mas Theodor segurou meu braço, seu toque queimando minha pele, todo o meu corpo estremeceu e meu ventre gelou, Deus, eu nunca mais tinha experimentado essas sensações angustiantes.

Aprisionando PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora