Aprisionando Pássaros

Epílogo

Estamos chegando a reta final, mas eu tenho três presentes para vocês: estou escrevendo três bônus para quem ficou com um gostinho de quero mais.
Gente, eu tinha que parar, não posso estender por muito mais tempo e correr o risco de ser repetitiva ou rasa.

Spoiler do bônus: já pensou em um encontro inusitado de Theodor, Aquiles e Antoni?
Não precisam temer pela vida dos dois cabeludos, tudo vai ficar sob controle, ninguém vai morrer nas minhas obras.

Espero que gostem e obrigada por tudo, vocês tem todo o meu coração ♥️

Theodor

— não querida, você não pode pisar na lagarta porque um dia ela vai virar uma linda borboleta e você quer ver ela voar linda por todo o jardim, não quer?

Cecília tentava convencer Camélia que assentiu com o seu sorriso doce.

Observei minhas duas meninas com seus macacões cor de telha, um sorriso preguiçoso se formou no rosto da mulher que amo enquanto vinha para mim segurando a mão de Camélia. Ela já estava com seus dois anos e tinha ficado muito parecida comigo, vez ou outra eu me via em alguns dos seus trejeitos e esperava com fé que parasse por aí. Eu confiava em Cecília para transbordar sua doçura e ensinamentos corretos para nossos filhos.

Thomas começava a se mexer inconformado em meus braços, ele também tinha ciúmes e queria estar com Cecília a todo momento.

— filho, você precisa deixar sua mãe brincar com Camélia, cada um tem seu tempo e eu sei, é difícil compartilhar, mas nós somos uma família aqui, tudo bem?

Ele apenas me ignorou e levantou seus braços inquietos para Cecília.

Cecília sentou ao meu lado, entreguei nosso esfomeado e logo Camélia aproveitou para vir para o meu colo, minha pequena era um tanto ciumenta quando se tratava de mim, eu sabia que era normal e tinha as armas certas para lidar com essa questão.

— melhora com o tempo.

Falei percebendo a expressão agoniada de Cecília.

Ela assentiu então se recostou contra a cadeira. Os raios alaranjados de fim de tarde deixando seus cabelos como fogo, eu não conseguia não olhar para ela, Cecília parecia uma pintura, eu queria ter seu dom apenas para retratar toda a sua perfeição e eternizar essa imagem em um quadro, mas bem, eu tinha meu celular e estava cheio de suas fotos e vídeos, eu nunca tinha o suficiente dos meus amores.

— você é tão bonita, tive sorte em ser o alvo da sua bondade e ingenuidade.

Ela sorriu abrindo seus olhos, então me lançou um olhar atrevido jogando a fralda no meu rosto.

— você deve mudar essa fala, você sabe, nossa pequena pode absorver essa história e nós devemos reformular nosso encontro, o que diremos quando eles nos perguntarem como nos conhecemos?

Assenti pegando a fralda e entregando para que ela pudesse enxugar a boca de Thomas que estava mamando apenas em busca de conexão com a mãe.

— eu estava voltando do trabalho, bateram no meu carro e você estava comprando cachorro quente depois de se aventurar no mar, vamos manter sua Kombi, sim?

Cecília se endireitou na espreguiçadeira e seu sorriso me deixava zonzo.

— com certeza estamos mantendo Valentina.

Assenti estendendo minha mão livre para ela, Cecília segurou e eu acariciei as costas da sua mão com meu polegar.

— você veio me socorrer, me levou para casa em sua Kombi colorida, cuidou de mim e eu me apaixonei por você tão fácil, você foi um tanto difícil e eu precisei me esforçar bastante, mas fui persistente e hoje estamos aqui, nos amamos e somos extremamente felizes.

— sim, muito felizes, não consigo imaginar minha vida sem vocês.