Capítulo 11

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Mais um capítulo, espero que gostem.
Boa leitura 😘

Cecília

Ele partiu de madrugada, mas antes de partir eu o ouvi caminhar pelo meu quarto, senti quando afastou uma mecha do meu cabelo do rosto, precisei de todo o meu autocontrole para não empurrar ele quando senti seus lábios em minha testa.

O dia amanheceu diferente, eu acordei mais contente, mesmo estando presa dentro do quarto. Estava livre das visitas intransigentes de Theodor, sem perspectiva de ter ele a qualquer horário do dia me tocando sempre que desejava.

Tomei um banho demorado, troquei toda a colcha da cama para não sentir seu cheiro, queria esquecer da sua existência.

Eu me sentia energizada, coloquei homecoming da Beyoncé. Movi meu corpo ao som da diva. Dancei, cantei.

O dia passou voando. Já era noite, estava me preparando para dormir quando Hernandes abriu a porta, ele era sempre inexpressivo, sempre direto em suas poucas palavras.

— o chefe quer falar com você.

Ele me entregou o aparelho celular. Queria jogar o aparelho no chão e mandar Theodor se lascar.

Peguei o celular contra minha vontade.

— oi.

Falei me sentando no colchão. Hernandes não tirava o olho de mim.

Ouvi sua respiração pesada ao telefone.

— como foi o seu dia.

— incrível, amo estar presa em um quarto, meu sonho.

— gosto do seu sarcasmo.

Revirei os olhos.

— você sentiu minha falta?

— por que você faz isso? Qual o ponto de fazer uma pergunta da qual já sabe a resposta?

Ouvi sua respiração pesada do outro lado da linha.

— senti sua falta.

Fiquei em silêncio, não tinha o que dizer e achava inútil toda aquela conversa.

— Cecília, o que eu preciso fazer para que você me odeie menos?

— você sabe o que precisa fazer.

— nunca vou te deixar ir.

— eu nunca te denunciaria - falei sincera, não por ele, mas para a proteção da minha família.

— esse não é o problema, de qualquer forma, não iria funcionar.

— o que você quer dizer com isso?

Perguntei, mas no fundo eu sabia a resposta.

— não importa, basta saber que não temo a polícia.

Minha vida só melhorava. Eu sabia que ele não estava blefando.

— eu posso te dar tudo, posso fazer qualquer coisa, basta pedir. Tudo, exceto te deixar ir.

Ele nunca me deixaria ir, era isso. Não havia esperanças, eu só poderia contar com a alternativa de Theodor enjoar de mim, perder o interesse. Meu ventre contraiu com a possibilidade disso acontecer, ele me deixaria ir ou me mataria? Fiquei temerosa com a segunda opção.

— você precisa dizer mais alguma coisa? Estou cansada.

— durma bem, Cecília.

Theodor não desligou, entreguei o celular para Hernandes e ele me deixou sozinha no quarto. Cai na cama me sentindo exausta, Theodor tinha esse poder, mesmo longe, ele sabia como abalar meu emocional, não havia sossego nem mesmo com a sua distância.

Aprisionando PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora