Capítulo 37

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Olá, como vocês estão?
Capítulo curtinho, mas garanto que vai ser especial.
Espero que gostem, desde já agradeço demais a cada um de vocês, cada curtida e comentário tem elevado minha alma, tem colocado um sorriso no meu rosto, vocês são foda e tem um espaço no meu coração ❤️
Boa leitura!

Cecília

Você acha que tem algum poder sobre sua vida, que de alguma forma detém o controle pelo menos de uma parte fácil, simples, como a porra do controle de natalidade.
Eu tinha estado cem por cento certa de que estava segura com aquele implante contraceptivo, é um método muito eficaz, noventa e nove por cento de prevenção de gravidez, a doutora disse, e agora, nesse exato momento, eu estava olhando para um ponto atrás da sua cabeça, meu corpo paralisado porque eu estava cem por cento grávida de Theodor e eu não queria estar. Por falar em Theodor, estava escutando a voz dele ao meu lado, um tom rouco e muito assustado.

— Cecília, olhe para mim.

Senti seu toque quente em meu rosto, eu ia falar, eu queria, mas não conseguia.

— amor, volte pra mim, olhe para mim.

Eu estava perdida em todos os pensamentos contrários, eu estava perdida e eu não sabia nem mesmo o que estava sentindo, ou o que deveria sentir. Bom, eu estava grávida, eu deveria estar feliz, certo? Uma parte do meu subconsciente estava me julgando por não estar pulando de felicidade nesse exato momento, mas Deus, eu queria ir embora e não queria, mas eu ia. Sim, definitivamente eu ia, mas agora, com um filho, como por Deus eu iria embora?

Uma luz forte me cegou, o ponto de luz me obrigando a fechar os olhos, então depois de alguns segundos pude sentir o cheiro forte de álcool e isso me trouxe de volta ao presente, de volta ao quarto.

Theodor estava a minha frente, seu rosto em uma expressão assustada, ele deveria estar tão surpreso e aterrorizado quanto eu. Mas então lembrei que a um tempo atrás ele estava mais que feliz em ter um filho, ele deveria estar assustado porque estive fora de mim.

— senhora Cecília, se sente melhor?

A doutora Susana estava segurando meu pulso.

Assenti mantendo meu olhar em Theodor.

Ele sorriu para me tranquilizar, seu sorriso não alcançava os olhos, ele era uma bagunça assim como eu, os ferimentos em seus punhos ainda estavam em exposição, desviei meu olhar, não queria outra rodada de náusea e vômito.

— vou receitar ácido fólico e vitamina D  um, não sou especialista em obstetrícia, mas vou recomendar um amigo de confiança - ela olhou para Theodor.

— vamos falar sobre isso no meu escritório mais tarde, pode sair agora.

Theodor falou sem desviar seu olhar de mim, logo a doutora organizou seus pertences e nos deixou sozinhos.

Theodor começou a enrolar seus punhos com o rolo de gaze, isso não estava certo, ele estava apenas cobrindo as feridas para não me deixar enjoada.

Depois ele veio para mim, me segurou contra seu peito sabendo exatamente o que fazer, ele nos deitou e me abraçou forte contra seu corpo, só então eu pude chorar, eu nem sabia que estava precisando disso.

— tudo vai ficar bem.

— eu... - eu nem sabia o que dizer, desisti de falar alguma coisa porque não queria falar quando estava incerta sobre meus próprios sentimentos. Quer dizer, eu amava crianças, já idealizei muito como seria ter um filho, mas esse não era o momento, certamente não deveria ser com Theodor e nunca em seu mundo.

— eu vou ser um bom pai, você pode pensar que eu sou um homem ruim e na verdade eu sou, mas nunca para vocês, eu nunca vou machucar você ou nossa criança, eu vou amar vocês e vou protegê-los com a minha vida.

Aprisionando PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora