Capítulo 44

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Demorei a postar esse capítulo por motivos justificáveis: trabalho.
Agradeço a paciência e compreensão de vocês.
Espero que gostem, tá tão lindinho ❤️

Cecília

Eu estava uma pilha de nervos. Ansiedade me definia. Era natural, Camélia poderia nascer a qualquer momento.

Meus pais estavam preparados, eu estava preparada, Theodor, bem, Theodor me ligava a cada momento.

Ele também não saía mais da minha casa.
Ele veio durante cinco dias consecutivos, eu não poderia dizer não para ele já que sempre aparecia com algo para Camélia.
Eu também tinha receio em jogar na cara de Theodor que sabia o que ele estava fazendo, não queria soar como uma megera convencida e pretensiosa, longe de mim ser tachada como egocêntrica.

Sem contar que a minha mãe parecia obstinada a nos aproximar, ela tentava ser sútil, mas eu percebia seus movimentos.

De qualquer forma, era horrível ter ele por perto, era cruel e tentador. Ele me olhava daquela forma intensa, então quando estávamos sozinhos porque meus pais tinham que sair da sala por quaisquer motivos bobos( jogada da minha mãe), Theodor vinha com seus comentários espertinhos, ele sempre me deixava desconfortável e molhada, sim, isso vinha acontecendo com tanta facilidade, meu corpo queria me sabotar e eu me via estressada por conta da frustração sexual que vinha sentindo. Tinha medo de me deixar levar e por isso tentava manter distância, mas ele tornava essa missão impossível e caramba, eu caia direitinho em algumas de suas investidas despretensiosas.

Theodor

Eu não tinha a pretensão de me impor em sua vida, tinha sido verdadeiro em deixar Cecília livre, mas eu estava falhando miseravelmente. De qualquer forma, Cecília não me expulsou-ainda.
O homem esperançoso que habitava em mim me dizia que eu estava certo, o fato de Cecília me deixar estar presente alimentava minhas esperanças. O homem possessivo que também habitava em mim tinha comprado a casa na mesma rua de Cecília. Era mais fácil e seguro estar perto e sim, eu estava procurando justificativas honradas para algo bem óbvio: eu estava perdendo a batalha contra minha possessão.

Bati à sua porta às oito horas da noite, ela atendeu com seu olhar cético, eu sabia que ela não estava comprando minhas idas com presentes e utensílios para Camélia.

Cecília estava em seu vestido soltinho, seus pés estavam descalços, nada menos que perfeita em seus cabelos revoltos.

— você sabe, Camélia já tem muito mais do que precisa.

Ela apontou para a sacola que eu tinha na mão.
Finjo demência, e não digo que o conteúdo da sacola é para ela. Cecília respira fundo e me dá passagem. Não sei até quando ela vai suportar minhas investidas, mas me encho de esperanças porque logo Camélia vai nascer e eu poderei visitá-las sempre que eu quiser, assim espero.

Observo os lençóis em seu sofá, o travesseiro idiota com braços em uma posição estratégia. Eu sabia que ela vinha dormindo no sofá por ser incrivelmente mais confortável que a sua cama, meu lado protetor se revoltando com toda aquela situação. Eram meus braços que deveriam estar ao seu redor.

Ela sentou e me indicou a poltrona de lado. Estava passando um filme animado que eu não dava a mínima para o título. Meus olhos estariam sobre Cecília durante o tempo que me fosse permitido.

— trouxe para você.

Cecília

Ele me trouxe doces fini, minha boca salivou na hora em que tirei duas embalagens dos meus doces nada saudáveis e preferidos.
Meu coração era tão estúpido, eu queria poder ter o controle sobre os batimentos acelerados.

Aprisionando PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora