Capítulo 13

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Mais um capítulo pra vocês, espero que gostem!
Uma ótima leitura, meus amores!

Cecília

Desci as escadas com passos cautelosos, Theodor havia me dado carta branca para andar por aí, mas era assustador esbarrar com seus capangas em casa canto.
Hernandes estava conversando com outro homem perto da sala principal.

— com licença - falei tentando parecer confiante, eu estava nervosa.

Ambos olharam para mim, suas posturas eretas, me perguntava que tipo de treinamento aqueles homens tiveram, todos pareciam soldados, soldados do mal, pensei.

— onde posso tomar café?

Hernandes se voltou para o outro homem.

— siga o protocolo e me comunique assim que terminar.

Depois Hernandes veio em minha direção, passou por mim e disse.

— venha, senhorita Cecília.

Senhorita Cecília, essa era nova pra mim. Sorri um pouco debochada, um deboche interno, claramente.

Atravessamos o hall e caminhamos em direção a duas portas de madeira trabalhada. Hernandes abriu para mim e eu pude contemplar uma sala de jantar com a decoração minimalista assim como o resto da casa.

— sente-se, mandarei trazer seu café, algum pedido em especial?

Neguei com um movimento de cabeça.

— espera, posso conhecer a cozinha?

Ele olhou para mim por longos segundos.

— a senhorita pode ir a qualquer lugar, exceto o galpão e evidentemente para além dos muros.

— é, estou sabendo.

Me levantei um pouco mais contente. Sempre tive curiosidade para conhecer o responsável pelas refeições, gostaria de ver um rosto feminino.

Andamos em direção a porta lateral, minha boca ficou aberta ao ver três homens lá dentro, todos concentrados em suas obrigações, então ouvi a voz de uma mulher, olhei mais a diante e vi a dona da voz ditar regras sobre o corte diagonal de um filé, sorri ao perceber o tom mandão em sua voz.

— Diana.

A mulher parou de falar e veio em nossa direção.

— sim.

Ela falou parando a dois passos, a mulher parecia ter a mesma idade da minha mãe, ela me lançou um olhar rápido e voltou sua posição de subordinação. Percebi que havia uma hierarquia alí, mesmo Hernandes parecendo ser mais jovem, ela o respeitava.

— a senhorita Cecília estará livre para transitar por aqui a partir de hoje, estejam atentos a qualquer necessidade ou desejo dela. Ela assentiu.

Ele se voltou para mim.

— estarei na sala de reuniões caso precise de mim, sabe onde fica?

Assenti.

Hernandes se foi e eu me senti estranhamente insegura. Qual o meu problema afinal? A senhora então sorriu, foi um sorriso acolhedor e eu fiquei surpresa com sua mudança de humor.

— está com fome, sim?

Assenti.

— gostaria de sua refeição programada ou há algo em especial que deseja comer?

— o mesmo de sempre, por favor.

Ela sorriu.

— venha, tem uma mesa alí, aqui está muito quente.

Aprisionando PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora