Capítulo 27

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Boa leitura, se cuidem por favor. ❤️

Cecília

Dor, muita dor de cabeça e meu estômago estava me matando.

— o que é isso?

Theodor tinha uma caneca de plástico estendida na minha direção.

— café forte, você vai se sentir melhor em breve.

Peguei a caneca e bebi um gole, eu não estava preparada para o líquido amargo com quase nada de açúcar.

— pelo amor de Deus, isso está horrível.

Ele parecia se divertir às minhas custas.

— você sabia onde estava se metendo quando virou aquela garrafa de cachaça com gosto de tangerina.

Olhei para ele com adagas nos olhos.

— você nunca me deixou beber desse jeito.

Acusei tomando mais um gole do café horrível.

Theodor sentou no colchão, suas costas contra a parede de madeira.

— venha aqui.

Me movi lentamente em sua direção, me acomodei entre suas pernas.

— não deixo você beber por medo de falar algo comprometedor, mas ontem, você parecia leve, você também não parecia me odiar tanto como antes.

Havia uma conotação diferente em sua voz.

— te odeio menos porque você está diferente. Também não vejo sentindo em estar em pé de guerra com você.

Ele beijou meus cabelos.

— você vai querer ficar mais um dia aqui ou vamos seguir viagem?

Eu queria ficar, não estava pronta para dizer adeus a Sofia ou Ben.

— podemos ficar só mais um dia?

Falei inclinando minha cabeça para olhar em seu rosto. Theodor tocou a junção do meu maxilar e pescoço.

— tudo bem, você manda, pelo menos nessa viagem.

Sorri e me senti tentada a beijar seus lábios, eu tinha que bloquear esses pensamentos, mas era realmente difícil quando ele agia daquela forma.

— está se sentindo melhor?

— vou ficar, depois de tomar um banho.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, Theodor estava segurando minha mão livre e em algum momento ele passou a girar a aliança em meu dedo.

Vimos Ana Júlia passar correndo atrás de uma galinha através da fresta da porta.

— eu criaria meus filhos em um lugar assim.

Nunca pensei em ter filhos e não sabia por que tinha feito aquele comentário, apenas saiu e eu queria tomar as palavras de volta porque soou estranho falando para alguém como Theodor.

— consigo te imaginar fazendo isso.

— nem sei por que falei isso, nunca pensei muito em ter filhos, acho que estou pensando muito no caso da Sofia e do Ben. Estou triste por eles.

Um breve silêncio até eu começar a falar mais uma vez sem pensar na importância das minhas palavras.

— Theodor, você não seria capaz de usar sua influência para acelerar o processo de adoção, seria?

— minha influência não funciona dessa forma.

— entendo - disse tentando não demonstrar a decepção em minha voz. Mas eu tinha que tentar.

Aprisionando PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora