Capítulo 14

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Boa leitura ❤️

Cecília

Acordei sentindo o calor familiar de Theodor. Abri meus olhos, não precisei elevar o olhar para saber que ele me observava. Retirei a mão de seu peito, encolhi meu braço colocando minha mão contra meu pescoço. Então percebi que minha coxa estava dobrada sobre a sua, me apressei em retirar a perna de cima dele.
Sabia que era perda de tempo tentar sair de seu aperto, mas não precisava ficar naquela posição tão íntima, odiava me sentir confortável contra seu corpo.
A mão de Theodor estava agarrada a minha cintura. Lancei um olhar para sua mão, fiquei horrorizada com o estado em que os nós dos seus dedos estavam. Sua pele estava esfolada, me perguntava se havia encontrado o traidor a quem tinha se referido em sua conversa com Hernandes.

Evitei perguntar o que tinha acontecido, não era realmente da minha conta, também estava me lixando para ele ou sua ferida horrenda, na verdade estava desejando uma inflamação generalizada.

- preciso ir ao banheiro.

Menti.

Theodor cheirou meus cabelos, me soltou sem dizer nada, isso era novidade.

Me levantei sem olhar para ele, havia uma áurea densa, além do normal. Eu o odiava ainda mais àquela manhã.

Demorei no banheiro com o intuito de que ele fosse embora, mas eu nunca ouvi a porta abrir, seria uma longa manhã. Não poderia ficar no banheiro pela eternidade, abri a porta e lá estava ele. Theodor estava sentado com as costas apoiadas na cabeceira, seu peito nu, olhos atentos em mim. Ele parecia cansado, deve ter ido dormir tarde torturando o pobre traidor.

Caminhei em direção a porta, estava contando com a minha liberdade de andar pela casa. Estava a três passos da porta quando escuto meu nome ser chamado, era um aviso. Havia uma ameaça em seu tom. Me virei frustrada.

- estou com fome, pensei que ainda estava livre para andar pela casa.

Ele estreitou seu olhar.

- continua valendo, mas não com o intuito de fugir da minha presença, venha aqui.

Queria tacar o abajur em sua cabeça.

Me aproximei ficando perto da cama. Theodor bufou.

- muito bem - Theodor retirou o lençol que cobria suas pernas, ele estava vestindo apenas sua cueca boxer - agora venha até aqui e sente essa sua bunda bonita no meu colo.

- e se eu não fizer o que você está pedindo?

Tentei parecer tranquila, mas eu estava muito puta da vida.

Theodor sorriu, seu sorriso era dissimulado.

- são tantas possibilidades de te punir sem te machucar, Cecília.

- isso deveria me assustar?

Perguntei me sentindo menos confiante do que tentava demonstrar.

Theodor lançou um olhar para os meus seios, então foi descendo de forma descarada antes voltar seu olhar para meu rosto.

Eu estava nervosa, de repente sentia saudades do tempo em que Theodor parecia indiferente a mim, a vida era mais difícil e fácil ao mesmo tempo.

- você é a única negando seu desejo, minha punição iria te dar muito prazer, o que de certa forma seria algo horrível para você, então decida, vai sentar no meu colo ou prefere que eu vá até aí te pegar?

- me dar prazer? Como poderia sentir prazer em ser estuprada?

Eu estava beirando ao desespero, estava com ódio, um ódio potente. Theodor fechou os olhos, parecia irritado também.

Aprisionando PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora