BEATRICE GILINSKY • CALIFORNIA
Toda essa sensação, esse mal estar, essa dor no peito. Parece que ele é meu filho de verdade. Eu o amo tanto. Não entendo, não consigo entender o porquê disso tudo.
O que será que aconteceu? O que eu fiz de errado? Será que eu me intrometi demais? Será que eu o pressionei em algum momento? São tantas perguntas e... nenhuma resposta.
O Alex chegou aqui em casa e vai ficar até essa temporada passar. Briguei com o Jack mas já nos resolvemos graças a Deus. Comi uma maçã de café da manhã, mesmo não estando com muita fome.
Agora só nos resta esperar. Já falamos com a polícia e com o povo do instagram. Não há mais nada a fazer.
- Ei mãe, tudo bem? - O Alex entra no quarto.
- Sim sim, tudo bem. - Seco a lágrima solitária que escorria em meu rosto. - O que foi?
- Nada, só queria saber se estava bem. - Sorri fraco.
- Vamos passar por isso logo. É só uma turbulência, já já tudo estará bem.
- Por que pensa tão positivo? - Pergunta e me abraça.
- Porque é melhor. Pensar no pior pode nos fazer mal. - O abraço forte. - Eu sei, eu sinto que tudo ficará bem novamente.
- Assim espero. - Fala.
- O que você acha de ir acordar a Luna? Ela está morrendo de saudade de você. Fala de você todo dia, toda hora.
- Sério isso? - Pergunta e eu assinto. - Vou lá então.
- Ela não na escola por esse período, até a poeira abaixar. - Falo. - As pessoas podem dizer ou perguntar coisas pra ela e... não vai ser muito agradável.
Ele vai em direção ao quarto da Luna e eu desço para sala, onde está meu marido.
- Sabe o que mais me irrita nisso tudo? - Pergunta.
- O que? - Me sento ao seu lado.
- O simples fato da gente não ter o que fazer. - Fala. - Eu não vou conseguir ir na academia e nem me concentrar no computador. Você não vai conseguir ir para a faculdade e nem pintar. Não podemos fazer nada que ajude na busca, pois já demos todas as informações que eles precisavam. Agora, só nos resta esperar e estamos inquietos.
- Eu concordo plenamente com você. - Falo. - E não dá nem para distrair a mente, porque nossos pensamentos ficam o tempo todo nessa situação. Afinal, é o Isaac né.
- Sim, nosso filho. - Sorrio ao ouvir sua fala.
- Mamãe e papai, por que não me avisaram que o Alex estava aqui? - A Luna pergunta. O Alex está descendo as escadas com ela no colo. - Eu ia fazer uma surpresa.
- Nós esquecemos completamente, meu amor. - O Jack diz.
- Luna, não vou mais poder te pegar no colo, você está crescendo cada vez mais e daqui a pouco vai estar maior do que eu. - O Alex fala e a põe no chão.
- Para você me aguentar, é só fazer as mesmas coisas que o papai faz, assim você fica forte que nem ele e pode me carregar, que nem ele.
- Eu não vou conseguir ficar igual ao papai. - Fala.
- Você está é velho, isso sim. - A Luna diz e nós rimos. - O papai e a mamãe me carregam nas costas e eles são mais velhos que você. Você aí, parece um frango.
- Luna, Luna. - O Alex a chama e nós rimos.
- Não pode falar assim do irmão, Luna. - O Jack diz.
- Mas é a verdade.
- Entendemos que estamos no meio de uma brincadeira e até foi engraçado, mas evite fazer esses tipos de comentários, pois podem deixar alguém triste. - Falo.
- Sim, verdade. - O Alex concorda.
- Tudo bem mamãe, vou pensar antes de falar.
- Isso mesmo. - Beijo sua testa. - Agora vem comigo, vou colocar seu café da manhã.
- Não vou à escola hoje? - Pergunta.
- Não, você vai estudar em casa por um tempinho até eu e seu pai... - Tento pensar em alguma coisa.
- Até a gente terminar de tirar as gramas venenosas do jardim. - O Jack diz.
- Gramas venenosas? Como assim?
- Surgiram umas gramas diferentes e elas machucam muito, eu e a mamãe estamos cuidando disso e já já você vai poder brincar no jardim e ir na escola.
- Não pode passar por cima?
- Não, porque você não tem a proteção. Mas vamos tentar encontrar uma pra você. Mas você só vai poder brincar no jardim, ir à escola não. - Que tipo de argumento é esse?
- Tudo bem, eu nem gosto mesmo. - Fala feliz e pega sua caneca com Nescau. - E o Isaac, ele tem proteção também?
- Ele... ele está retirando as gramas de outra casa em outro lugar. - Falo. - Por isso ele não está aqui agora, mas logo logo ele voltará, eu prometo. - Sorrio e ela sorri de volta.
O Jack me olha e eu o olho de volta. Ele sorri fraco e me abraça.
- Eu te amo. - Sussurra.
- Eu também te amo.
Passamos o resto do dia em casa, conversando e tentando descontrair ao máximo por causa da Luna. Ela não pode nem imaginar o que está acontecendo de verdade.
Jogamos alguns jogos, o Alex fez a comida e assistimos filme. A Luna está nos ajudando muito a espantar a vontade de desistir de tudo e eu sou muito grata à ela.
Fiquei com um pouco de sono e acabei por dormir no sofá, ao lado do Jack, enquanto ele assistia um desenho com a Luna. O Alex já havia ido dormir e nós optamos por ficar na sala.
Acordei logo depois que a Luna pegou no sono. A colocamos no quarto e voltamos para a sala novamente. O Jack me disse que eu dormi por algumas horas e ficou orgulhoso de mim. Tentei o fazer dormir e consegui, ele também estava precisando, assim como eu.
Passamos a madrugada assim, um dormia e o outro ficava acordado. Até que em uma hora, acabei dormindo junto com ele e assim passamos o resto da semana.
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ᴍᴀғɪᴀ 3 ✦ ᴊᴀᴄᴋ ɢɪʟɪɴsᴋʏ
Fanfiction+ jfg || Narrada nos pontos de vista de Isaac, Beatrice e Jack Gilinsky, a continuação da história dessa família, mas dessa vez, confissões e casos virão à tona. Manipulações, decepções e revelações, tudo ao mesmo tempo, para a mesma pessoa. Como se...