ISAAC GILINSKY • CALIFORNIA
- Isso não faz o menor sentido. - Falo.
- Não sabia que a Beatrice não é sua mãe verdadeira?
- Disso eu sabia, mas... eu não entendo. Por que está me perseguindo? Já não está tudo bem? Meu pai de um lado e você do outro.
- Sim, está tudo bem. Com a verdade oculta e mentiras em jogo, tudo fica bem. O circo só começa a pegar fogo quando você descobre que ainda estão mentindo pra você.
- Mentindo pra mim? Que palhaçada é essa, Danielle? - Isso está me deixando com ódio.
- Quer saber de tudo, desde o início? Então vamos marcar um dia para conversarmos, com tempo de sobra. Eu sei que você fugiu da escola e já já terá de voltar. O que acha de vir até minha casa na sexta, depois da escola?
- Sexta é muito longe, eu vou morrer de curiosidade. Pode ser amanhã? Amanhã eu não tenho nada marcado e eu posso inventar uma desculpa pro meu pai.
- Tudo bem então, amanhã. - Pega um dos papéis que fica na mesa e escreve seu endereço. - Aqui. Até amanhã, filho. - Sorri.
Pego o papel, coloco no bolso e saio do café. Vou correndo para a escola, meu pai não pode saber nunca que isso aconteceu. Ele vivia falando da Danielle em casa e se ele descobrir que vou na casa dela amanhã pra "saber da verdade", ele surta. Preciso contar para a Sarah.
...
- Até que enfim você chegou, eu já estava ficando preocupada. - A Sarah diz assim que me vê entrando escondido pela quadra.
- Puta que pariu, eu tenho tanta coisa pra falar.
- Aconteceu alguma coisa? - Pergunta.
- Sim, aconteceu. Vamos para a biblioteca no segundo intervalo, no segundo andar dela, que geralmente não tem ninguém. - Ela assente. - Eu perdi alguma coisa?
- Aquelas meninas vieram me interrogar sobre você novamente e... a professora de artes faltou, então ficamos com aula livre. Você tem muita sorte.
- Que bom que não tomei falta, se não meu pai me mataria. Vem, vamos logo.
Já que a aula era livre, seria um tempão que teríamos para conversar, porque depois da aula de artes seria o segundo intervalo.
Fomos bem rápido para a biblioteca, mas com cuidado para não parecermos suspeitos. Subimos as escadas em silêncio para não atrapalhar os que estavam ali embaixo e nos sentamos nas cadeiras do fundo.
- Aqui estamos seguros e podemos falar normal.
- E então, o que houve? - Pergunta. Dava pra ver que estava nervosa pois ela não parava de mexer nas cordinhas do moletom.
- Aquela mulher que vive me seguindo e me observando... é minha mãe.
- O quê? Como assim? - Pergunta.
- Lembra aquela história que eu te contei há muito tempo? Do meu pai com a minha mãe Beatrice?
- Sim, lembro.
- Essa agora, é a Danielle, minha mãe biológica. Eu não lembro muito dela porque eu era bem pequeno, o Alex que sabe mais.
- O que ela quer contigo?
- Ela me pediu pra ir até a casa dela amanhã, depois da escola pra gente conversar melhor.
- Seu pai sabe?
- Tá doida? Ele come ela viva se souber. Ele a odeia, mas eu não sei o motivo. Aconteceu algo no passado que eu não sei. Só o Alex sabe porque como eu disse, eu era muito pequeno.
- Meu Deus Isaac. - Diz chocada. - Você vai amanhã?
- Sim, eu quero saber o que aconteceu.
- Por favor, toma muito cuidado. - Fala. - Você não sabe as intenções dela, não sabe o que vai encontrar lá, pelo amor de Deus, tenha muito cuidado.
- Tudo bem, tudo bem, eu tomarei cuidado. Depois eu te conto tudo pessoalmente. Vamos conversar aqui, nesse mesmo local.
- Ok. - Fala. - Vamos, a aula está pra começar.
Saímos da biblioteca e fomos para a sala de aula. Seguimos a aula ansiosos para que amanhã chegasse.
- Eu não aguento mais esperar. - Falo quando o professor se senta.
- Estou preocupada, acho melhor você não ir. - Fala.
- Eu tenho que ir, se não nunca vou saber. - Pego o papel com o endereço no meu bolso. - Esse é o endereço dela. - Entrego o papel.
- Me parece familiar. - Fala. - Você leu ou só colocou no bolso e foi embora?
- Não li. - Falo. - Por quê?
- Eu acho que ela mora no mesmo condomínio que o Alex.
- Como é? - Pergunto sem acreditar. - Impossível. - Pego o papel e o vejo. - O que eu vou fazer agora?
- Você tem que ter muito cuidado. Ele não está sempre lá embaixo, jogando futebol?
- Sim, e ainda tem a Pâmella... Se um deles me verem, acabou pra mim.
- Seja discreto. Vá pelo caminho mais longe da quadra, acho que pode funcionar.
- Verdade, boa ideia.
- Ou eu posso ligar pra ele pra distraí-lo e você passa com mais segurança.
- Não sei... Eu vou precisar da localização dele, na verdade. Como vou saber se estou seguro se não ao menos onde ele está? Ainda tem o porteiro que me conhece e pode falar pra ele que eu estive lá.
- Vai dar tudo certo, eu acredito. Amanhã você vai lá na casa dela e vai tirar toda essa história à limpo.
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ᴍᴀғɪᴀ 3 ✦ ᴊᴀᴄᴋ ɢɪʟɪɴsᴋʏ
Fiksi Penggemar+ jfg || Narrada nos pontos de vista de Isaac, Beatrice e Jack Gilinsky, a continuação da história dessa família, mas dessa vez, confissões e casos virão à tona. Manipulações, decepções e revelações, tudo ao mesmo tempo, para a mesma pessoa. Como se...