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JACK GILINSKY • CALIFORNIA

- Perai, como é? - O J diz. - Você disse o que?

- Falei que não precisava de ninguém caralho, está surdo?

- Surdo não, inconformado. - Fala. - Você sabe que quando ela disse "as pessoas", ela se referiu à ela, não sabe?

- Como assim?

- Ela disse que se você continuasse tratando as pessoas desse jeito, iria perdê-las. Ela se referiu à ela e você disse que não precisa de ninguém. - Começo a pensar, ficando em silêncio. - VOCÊ PRATICAMENTE DISSE NA CARA DELA QUE NÃO PRECISA DELA JACK GILINSKY!

- Eu entendi caralho. Eu entendi essa parte. Eu só não sei como consertar isso.

- Vai falar com ela? - O Sammy fala como se fosse óbvio.

- Ela não quer falar comigo.

- Lógico, nem eu ia querer. - O J fala.

- Mas é que... todo mundo dizendo pra eu manter a calma sendo que... MEU FILHO SUMIU, DESAPARECEU, SEM DEIXAR RASTROS. - Me exalto. - Como eu vou ter calma numa situação dessa?

- A gente entende e aposto que ela entende também. Mas manter a calma é essencial, para que você não aja de maneira impulsiva, como você agiu com ela. Deu 3 tapas na cara dela em uma só frase. O que ela disse depois que você falou?

- Então tá bom.

- Só isso?

- Disse também que só ia me dar um desconto por causa disso tudo que tá acontecendo, mas que eu não sei o quanto aquilo que eu disse está doendo no coração dela. - A call fica em silêncio por um tempo.

- Olha, eu acho melhor você resolver isso logo. Vai falar com ela, tenta conversar e se desculpar.

- Vou fazer isso agora. Vou até pedir uns bolinhos que ela gosta.

- Você é idiota?

- O que eu fiz agora? - Pergunto com raiva.

- Que delivery funciona 6 horas da manhã? - O Sammy pergunta.

- Puta que pariu ein. O que eu faço então?

- Aí na sua casa não tem nada já pronto ou rápido de fazer não?

- Não sei, tenho que ver. - Falo. - Vou agir aqui, depois eu ligo. - Desligo o telefone.

Desço as escadas e vou para a cozinha. Estamos virados, não conseguimos dormir em nenhum momento.

- Beatrice? - A chamo.

- O que foi? - Murmura.

- Vem cá. Eu quero te pedir desculpas. - Falo. - Estou muito explosivo nas últimas horas e peço desculpas por ter descontado em você. - A encontro sentada no chão da cozinha, encostada no balcão. - Me desculpa? Isso tudo é muito novo pra mim, nunca tinha acontecido algo parecido antes.

- Tudo bem, eu te desculpo. Mas me prometa uma coisa.

- O que?

- Nunca mais grite comigo.

- Tudo bem, tudo bem. - Me sento ao seu lado. - Mil desculpas minha vida. - A abraço de lado.

- Eu te entendo. É seu filho. Me desculpe também.

- Não, você não tem que pedir desculpas. Você só estava tentando ajudar, tentando me acalmar para que eu não agisse de forma impulsiva. Por favor, não peça desculpas. - Nos levantamos e eu a abraço forte. - Vamos comer alguma coisa, já são quase 7 da manhã. Estamos muitas horas sem comer, daqui a pouco estaremos desmaiando.

- Eu preferia mil vezes estar desmaiada do que estar sentindo essa sensação.

- Não fale assim, nós vamos sair dessa. - Falo. - Vem, vamos tomar café.

- Não estou com fome, Jack, já falei... - Ela reclama e eu a levo comigo para a cozinha.

- Você tem que comer. Nem que faça um esforcinho. - Falo e ela se apoia no balcão.

- A Luna vai na escola hoje? - Pergunta.

- Não sei... vai que alguém pergunta pra ela o porquê do Isaac ter sumido. - Falo.

- Ela não tem nem ideia, né?

- Não mesmo.

- Acho melhor ela fazer essas aulas em casa, por enquanto. - Ela diz e pega uma maçã.

- Também acho. Podemos pagar uma professora particular. - Falo.

- Ok. - Morde a maçã.

Pego um abacaxi e começo a cortar, com muito cuidado.

- Nenhuma notícia, né?

- Nada ainda. Mas não vamos perder a fé. O Alex vem aqui hoje.

- Que bom. - Sorri fraco. É muito ruim ver a Beatrice assim. Estou acostumado com ela sempre alegre, sorridente e falando bastante. - Ele vem que horas?

- Não sei. Mas acho que daqui a pouco ele chega. São 07:25 agora.

- Nem dormimos.

- Verdade.

- E acho que não vamos conseguir dormir nos próximos dias, ou até achar o Isaac.

- Nós vamos conseguir. - Falo e beijo sua testa. - Vou dar uma olhada no instagram, tá bom?

- Ok. Depois eu vou olhar o meu também.

Vou para a sala e me sento no sofá, pego o notebook e ligo o mesmo. Pego meu celular e vou no instagram para ver como estão as coisas. Todo mundo já está comentando e repostando os meus stories e da Beatrice, estão procurando e postarão alguma atualização, caso tiver.

Gravo mais uns stories, falando que não dormimos e que estamos esperando respostas da polícia. Entro no perfil do Isaac no instagram e não tem storie nenhum, nem o "ativo por último" na dm e nenhuma foto nova.

Vou no whatsapp e entro em nossa conversa, ele não estava online e seu visto por último é desativado, tinha esquecido desse detalhe. Puta que pariu, não tem nenhum rastro dele, que porra.

- Tem alguma coisa? - Pergunta e se senta ao meu lado.

- Não, nada. Mas o povo está nos ajudando. Estão procurando e repostando.

- Que bom. - Fala. - Acho que o Alex chegou. - Se levanta.

Vou para o notebook e dou uma olhada no jornal online, a notícia já tinha saído lá.

- Oi pai, bom dia. - O Alex entra em casa, em seguida da Beatrice.

- Oi Alex, bom dia. - Lhe dou um abraço.

- Como está?

- Indo. - Falo.

- Vou ficar aqui por uns dias, ok? Quero ficar com vocês nesse momento.

- Tudo bem. Muito obrigado. - Sorri e sobe as escadas, indo colocar suas coisas lá em cima.

Agora o Alex pode fazer companhia para a Luna enquanto eu e a Beatrice tentamos resolver toda essa situação.

Tenho muito medo do que pode estar acontecendo.

ᴍᴀғɪᴀ 3 ✦ ᴊᴀᴄᴋ ɢɪʟɪɴsᴋʏOnde histórias criam vida. Descubra agora